Em uma sucinta nota divulgada na quinta-feira 19, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou que Josué Gomes da Silva continua no cargo de presidente. Ele foi destituído na noite de segunda-feira 16, depois que uma assembleia decidiu retirá-lo do cargo. Foram 47 votos pela destituição, duas abstenções e um voto a favor da permanência de Josué.
“Josué Gomes da Silva é o presidente da entidade e está no exercício pleno de suas funções, conforme determinam os estatutos vigentes”, informa a nota da Fiesp, maior entidade industrial do país.
A votação pela interrupção do mandato de Gomes ocorreu por descontentamento da base. Dos 116 sindicatos filiados à Fiesp, 86 assinaram o pedido para a realização de uma assembleia.
Gomes foi eleito em janeiro de 2022, com 97% dos votos, substituindo Paulo Skaf, que presidiu a Fiesp por 17 anos. Agora, depois da votação de segunda-feira, sua defesa alegou que o resultado não foi válido, por falta de quórum e de consenso. A ata com a destituição de Gomes também não foi protocolada em cartório, o que teria de acontecer, para que a decisão da assembleia tivesse validade.
O questionamento sobre a validade da destituição e a permanência ou não de Gomes no cargo deverá ser levado para a Justiça.
Um dos motivos do descontentamento dos industriais com Gomes é a proximidade dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados. Ainda em dezembro, o grupo de sindicatos apresentou um documento com 12 motivos para reprovar a atuação de Gomes na presidência da Fiesp.
“A atuação do presidente denota desvirtuamento dos fins estabelecidos nos estatutos da Fiesp, mediante a defesa de ideias incompatíveis com os interesses dos sindicatos filiados e com os anseios das categorias industriais representadas”, escreveram, no documento.
A oposição começou no segundo semestre do ano passado, capitaneada por Skaf, especialmente depois que Gomes assinou a carta supostamente a favor da democracia, que foi publicada pela Fiesp, durante o período eleitoral.
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Já que a burocracia da fiesp manda mais que os associados, resta a estes pedir a desfiliação e poupar os cofres da entidade de suas gordas contribuições.