O senador Plínio Valério (PSDB-AM) revelou, em entrevista à edição desta terça-feira, 3, do Jornal da Oeste, que há “montanhas e montanhas” de rejeitos de urânio na Mina Pitinga, vendida pelo governo peruano à China por R$ 2 bilhões.
“Rejeito de urânio é urânio”, disse Valério. “E urânio é um mineral estatal, assunto de Estado.”
O urânio é monopólio da União e só pode ser produzido pela empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), segundo a legislação atual. Dessa forma, não poderia ser explorada por empresas estrangeiras.
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“Os chineses, quando compram a cassiterita e os rejeitos valem muito mais do que a cassiterita”, observou parlamentar. “Eles vão exportar a cassiterita somente ou também com rejeito?”
Embora a INB alegue que não há produção de urânio no local, Valério enfatiza que, apesar de a mina ser de cassiterita, os rejeitos de urânio formam “montanhas e montanhas” do material, junto com o ítrio, amplamente utilizado na confecção de telas de televisões de tubo e em alguns modelos LCD. “Sou do Amazonas, a gente é roubado a vida inteira, explorado a vida inteira.”
Valério associa a compra da mina com a inauguração do Porto de Chancay, no Peru, no qual a China investiu R$ 21,2 bilhões. “Chancay se liga por rio ao Acre, onde tem estradas” até Pitinga, no Amazonas, segundo o senador.
O urânio é usado como combustível em reatores nucleares para a geração de energia elétrica, bem como na fabricação de armas nucleares, como bombas atômicas.
Mina com urânio também conta com nióbio
A mineradora Mineração Taboca, vendida para a chinesa China Nonferrous Metal Mining Group (CNMC) por R$ 2 bilhões, é a administradora da Mina Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo (AM). No local, são encontrados estanho, cassiterita, columbita, nióbio, urânio e tântalo.
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A mina é responsável por aproximadamente 50% da extração de estanho no Brasil. O avanço da inteligência artificial impulsionou a demanda por este metal, amplamente utilizado em produtos eletrônicos. No último ano, a empresa produziu 5,3 mil toneladas de estanho refinado, pelas quais obteve uma receita de R$ 1,4 bilhão.
“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”, informou a empresa brasileira, em nota. A mina já estava sob comando estrangeiro desde 2008, quando foi comprada pelo grupo peruano Minsur.
Fundada em 1983, a China Nonferrous Metal Mining Group é uma empresa estatal, gerida pela Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado. A CNMC opera minas em países como Zâmbia, Tailândia e Mongólia, além de gerenciar um projeto no Laos. Seus investimentos incluem cobre, alumínio, zinco, níquel, tântalo, nióbio e berílio.
Leia também: “O nióbio é nosso”, reportagem de Artur Piva publicada na Edição 119 da Revista Oeste
Sou plenamente a favor do cancelamento desta venda e não permitir estatais Chinesas operar no País, em nenhuma condição
Está mais do que na hora de sustar esse negócio.
O congresso tem de por um fim a essa vergonha.