O Ministério do Esporte recuou e anunciou que pagará todas as parcelas do Bolsa Pódio, mesmo depois do término dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris. O anúncio foi realizado pela pasta por meio de nota, publicada na noite desta quarta-feira, 25.
Sob a liderança de André Fufuca, o Ministério do Esporte havia inicialmente declarado que as regras do programa previam o fim dos pagamentos depois do evento. No entanto, grupos de atletas apontaram descumprimento de contrato, pois apenas 5 das 12 parcelas do Bolsa Pódio haviam sido pagas.
Na nota emitida na quarta-feira, a pasta informou que depois de realizar a “análise criteriosa dos fatos e das circunstâncias apresentadas, o Ministério do Esporte decidiu pagar integralmente as bolsas dos atletas contemplados pelo Programa Bolsa-Atleta”.
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“Esta decisão reforça o compromisso do Ministério com o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no Brasil, garantindo o suporte necessário para que nossos atletas possam se preparar de maneira adequada e continuar alcançando resultados de destaque em competições nacionais e internacionais”, acrescentou o texto.
O Bolsa Pódio, parte do Bolsa Atleta, é destinado a atletas entre os vinte melhores do mundo em suas modalidades, com pagamentos mensais entre R$ 5.500 e R$ 16.629. Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica do Brasil, está inscrita no Bolsa Pódio.
Atletas paralímpicos enviaram emails ao ministério solicitando a manutenção dos pagamentos. Inicialmente, o ministério afirmava que os pagamentos seriam feitos em até 12 parcelas mensais ou até o término dos Jogos, o que ocorresse primeiro.
Atletas solicitam cumprimento do Bolsa Pódio
Em e-mail ao ministro Fufuca, atletas solicitaram o cumprimento integral do contrato, ressaltando sua dedicação total ao esporte e representação do Brasil. Antes do recuo, Fufuca havia informado ao jornal Folha de S.Paulo que estava finalizando detalhes do novo edital do Bolsa Pódio, focado nos Jogos de 2028, em Los Angeles.
“Compreendemos a preocupação dos atletas em relação à Bolsa Pódio, especialmente no momento de transição entre ciclos olímpicos e paralímpicos”, disse Fufuca. “A Bolsa Pódio foi instituída para apoiar os atletas na preparação para os ciclos olímpicos e paralímpicos em curso. Com o encerramento do ciclo de Paris-2024, estamos em um período de ajustes para o próximo ciclo.”
Os atletas argumentaram que o contrato estipulava um valor total a ser pago em até doze parcelas, independentemente do fim dos Jogos. O contrato da Bolsa Pódio afirma que o governo repassará ao agente financeiro contratado o valor total de R$ 180 mil.
Esses recursos seriam liberados pela Caixa Econômica Federal em até 12 parcelas mensais de R$ 15 mil, valor reajustado em julho. Com os pagamentos iniciados em maio, cinco parcelas foram desembolsadas, totalizando R$ 75 mil para os atletas nas três melhores posições de suas categorias.
Na última segunda-feira, 23, a pasta publicou uma portaria reajustando os valores do Bolsa Atleta e estabelecendo punições para manipulações de apostas e resultados esportivos. Agora, a bolsa mais alta, destinada aos três melhores de cada esporte, subiu de R$ 15 mil para R$ 16.629 mensais.