Ministros que não fazem parte do Partido dos Trabalhadores (PT) ficaram com praticamente três quartos de todos os pagamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) até outubro.
O relançamento do programa é uma das principais vitrines do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, ele deve motivar viagens de Lula no próximo ano eleitoral, em 2024.
Mais de 74% das verbas do PAC foram executadas por ministros de fora do PT
O levantamento sobre as verbas do Novo PAC foi feito pelo jornal Folha de S.Paulo. O PT tem o maior número de ministros, mas não comanda os principais ministérios ligados ao Novo PAC.
Até 31 de outubro, o governo Lula executou R$ 22,9 bilhões em obras do Novo PAC. No montante, R$ 17 bilhões foram gastos por ministros indicados por partidos de centro, principalmente do MDB. Ou seja, 74,23%.
O ministro Renan Filho (MDB), dos Transportes, é responsável pelas obras em rodovidas e gastou R$ 10 bilhões até outubro, o maior montante de todos. Jader Filho (MDB), das Cidades, gastou R$ 5,9 bilhões. O ministro é responsável pelas obras do Minha Casa, Minha Vida. Os dois foram indicados ainda no governo de transição.
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O Movimento Democrático Brasileiro tem sido um partido alinhado com as pautas de interesse do governo na Câmara dos Deputados. O MDB tem uma bacanda de 43 deputados federais, e entregou a maioria dos votos nas pautas consideradas prioritárias para o governo Lula. Na reforma tributária, o MDB garantiu 36 votos favoráveis. Já na do novo arcabouço fiscal, ele garantiu 35.
Os valores dos gastos do Novo PAC foram apresentados pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), em uma reunião com o presidente Lula e os titulares das pastas na sexta-feira 3, no Palácio do Planalto.