Está marcado para esta quinta-feira, 7, a partir das 13 horas, o depoimento do senador Sergio Moro (União-PR) em duas ações eleitorais — ajuizadas pelo PT e pelo PL — nas quais é acusado de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação durante a pré-campanha eleitoral de 2022.
+ Leia as últimas notícias de Política no site da Revista Oeste.
Se julgadas procedentes, as ações, sob relatoria do desembargador Dartagnan Serpa Sá, podem resultar na suspensão dos direitos políticos de Moro por oito anos, o que levaria à perda do mandato. O senador, que nega qualquer prática ilícita, nada comentou sua presença no depoimento agendado para esta quinta-feira no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde as duas ações tramitam.
O PL e a Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) afirmam que o desequilíbrio causado por Sergio Moro na campanha eleitoral começou ainda em 2021, com a filiação do ex-juiz da Lava Jato ao Podemos, em novembro de 2021, e o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República.
+ TRE do Paraná remarca depoimento de Moro em ação que pode resultar na cassação de seu mandato
A visibilidade para esse ato teria causado desigualdade em 2022, quando se desfiliou do Podemos e ingressou no União para disputar apenas o Senado, “carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente, ferindo a igualdade de condições entre os concorrentes ao cargo de senador”, disseram os autores das ações.
Entre as vantagens de Moro em relação aos demais candidatos, eles afirmam que o ex-juiz teve espaço nos meios de comunicação, ações de marketing, remuneração, viagens nacionais e internacionais e outros gastos.
Embora, num primeiro momento, a intenção de Moro fosse disputar o Senado por São Paulo, a Justiça Eleitoral acabou negando o domicílio eleitoral paulista, e o ex-juiz candidatou-se pelo Paraná.
Defesa de Moro afirma que notoriedade da Lava Jato garantiu vitória
Na defesa à Justiça Eleitoral, o advogado Gustavo Guedes afirma que a legislação eleitoral dispensa a prestação de contas de gastos na pré-campanha.
Sobre a participação em eventos do Podemos e do União Brasil, a defesa argumentou que Moro “emprestou sua imagem e prestígio públicos em prol das plataformas políticas defendidas pelas agremiações, auferindo benefícios mínimos dada sua notoriedade que há muito precede seu ingresso no mundo político”.
+ Moro: ‘Não tem corrupto preso no Brasil hoje’
O advogado também afirma que indeferimento da transferência de domicílio eleitoral é prova de que os eventos de pré-campanha foram realizados em São Paulo, sendo “irrelevantes para a análise do caso sob a ótica da interferência na eleição do Paraná”.
Segundo Guedes, a vitória de Moro na eleição de 2022 “não decorreu da pré-campanha, mas sim da notoriedade alcançada pelo trabalho como juiz e os feitos alcançados pela Lava Jato”.
Lá vem o Golpe.