Órgão também quer que interventor judicial seja colocado na empresa para cuidar da segurança das barragens

O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais pediu, nesta quinta-feira, 3, a suspensão do pagamento de dividendos da Vale a seus acionistas.
Há dois anos a empresa não paga o provento, conhecido como Juros sobre Capital Próprio (CJP).
Para o MPF, também é necessário nomear um interventor judicial para a empresa, que cuide da parte de segurança da Vale. De acordo com os procuradores, a companhia investe muito em cuidar dos colaboradores, mas relativiza a segurança das estruturas de rejeitos.
Isso foi o que levou aos dois desastres ambientais ligados à marca, em Mariana, no ano de 2015, e em Brumadinho, em 2019.
Assim, o MPF quer que esse interventor, em 15 dias, identifique diretores e gestores da companhia ligados a essa lacuna na segurança e os afaste.
O órgão quer também que tanto a Agência Nacional de Mineração (AMN), quanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sejam obrigados a supervisionar e realizar recomendações para um plano de governança proposta pelo futuro interventor, que deverá entregar resultados semestrais.
Segundo a AMN, o país tem 841 barragens de rejeitos e dessas, 145 são da Vale.
A estimativa de dividendos que seriam pagos pela mineradora estão entre US$ 3,8 bilhões e US$ 5 bilhões.
É impressionante como tem gente querendo aparecer no MPF.