O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pretende lançar 700 candidatos nas eleições municipais de 2024, buscando aumentar sua influência política. Os militantes, assentados e acampados do MST concorrerão aos cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito em outubro.
Os pré-candidatos do MST, espalhados por 22 Estados e filiados a 12 partidos, participaram de um evento de quatro dias na Escola Nacional Florestan Fernandes para formação política. O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem 215 pré-candidatos ligados ao movimento. As informações são do jornal Gazeta do Povo.
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O encontro de lideranças e pré-candidatos, realizado entre 9 e 11 de julho, comemorou os 40 anos do MST e discutiu a ampliação de sua influência política. Depois de ser combatido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o movimento ganhou força no terceiro mandato de Lula, que não reprimiu as mais de 100 invasões ocorridas em um ano e meio de governo.
“A gente ouviu as demandas e a avaliação política dos movimentos, e também o governo falou”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, destacando o apoio contínuo do MST a Lula desde sua prisão em Curitiba e atualmente no governo.
Apoio ao governo e ocupação de cargos pelo MST
O MST, que prega a ampliação do diálogo, reforça seu apoio ao governo e busca ocupar o maior número de cargos possível. Com a posse de Lula em 2023, militantes do movimento foram nomeados em diversos escalões do governo federal, incluindo a presidência e diretorias da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e na articulação da Secretaria de Governo.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) gravou um vídeo com um pré-candidato do MST, ressaltando a importância das lideranças políticas dentro da política nacional.
“São lideranças do Brasil inteiro para refletir sobre caminhos para que a gente possa resistir aos ataques feitos à democracia, empurrar o governo Lula para ele ir para a frente, para produzir coisa melhor para a nossa gente”, disse.
O parlamentar que para todos esses objetivos, é necessário se ter “mais força política”. Afirmou que o MST ter “lideranças políticas eleitas para ser porta-voz da luta popular é muito importante. Aqui é o lugar onde a gente está preparando esse plano e vai dar bom.”
Evento com marqueteiros e simbolismo do boné vermelho
O evento do MST contou com cerca de 250 pré-candidatos, que discutiram aspectos políticos e burocráticos das campanhas. Eles também se reuniram com os marqueteiros das campanhas de Lula em 2022 e Haddad em 2018, Sidônio Palmeira e Otávio Antunes. Durante o evento, os pré-candidatos gravaram vídeos para suas campanhas.
João Pedro Stédile, um dos líderes do MST, destacou a simbologia do boné vermelho do movimento, entregue aos pré-candidatos como símbolo de compromisso com o grupo.
“Como símbolo dessa nossa unidade e o nosso apoio, eu estou aqui entregando esses bonés, para que eles não tirem nem dormindo durante a campanha, para que fique claro o compromisso também deles com a classe trabalhadora”, disse. “Aqui, como na mística, assumam o compromisso de vencer e sempre defender a classe trabalhadora.”
A mística, mencionada por Stédile, refere-se à doutrinação esquerdista do MST, que ensina os integrantes sobre os ideais do movimento e a importância da união na luta pela terra. O boné vermelho do MST já foi utilizado em diversas ocasiões no Congresso Nacional, especialmente durante a CPI que investigou o movimento em 2023.
Se o projeto eleitoral do MST tiver sucesso, a pressão sobre o governo federal deve aumentar. Para o analista Juan Carlos Gonçalves, “é natural da democracia termos todos os matizes ideológicos representados”. No entanto, ele alerta que “o mínimo que se espera é que joguem a partida dentro da legalidade”.
Temores e críticas da bancada do agro
Os temores sobre a atuação do MST nas Câmaras de Vereadores e prefeituras são reforçados por parlamentares da bancada do agro. O presidente da CPI do MST, Luciano Zucco (PL-RS), expressou preocupações sobre a formação de “currais eleitorais” nos assentamentos e áreas invadidas.
“O PT e o PSOL usam os assentamentos e áreas invadidas como currais eleitorais”, disse. “Isso não é novo. A própria CPI do MST revelou isso durante as diligências ao Pontal do Paranapanema. E quem não vota nas pessoas indicadas corre o risco de ser expulso do movimento.”
Zucco afirmou que tudo isso está explícito em relatório da CPI do MST. “Inclusive encaminhamos essas denúncias ao Ministério Público Eleitoral, porque isso configura crime eleitoral”, acrescentou.
A influência política do MST
Para o cientista político Adriano Cerqueira, os candidatos do MST, se eleitos, devem pressionar por políticas públicas favoráveis à agenda do movimento. “O MST tende a agir como um grupo de lobby, influenciador e quer eleger membros nos poderes municipais visando aumentar sua influência nas políticas desses municípios”, analisou.
“Querendo ampliar sua área de influência nos poderes Executivo e Legislativo com uma agenda própria e pressionando dentro dos diferentes partidos em que está atuando com essas pré-candidaturas no sentido de transformar a sua agenda numa agenda comum também aos partidos”, afirmou Cerqueira.
O especislita também destacou que, para Lula se beneficiar do aumento da influência do MST, o presidente precisará estar ainda mais alinhado com a agenda do movimento. “Por ora, é mais um movimento de proteção do MST em relação ao governo Lula do que propriamente o contrário”, concluiu.
Histórico de candidatos do MST
Embora a formação dos pré-candidatos seja uma iniciativa recente, o MST já busca espaço nas eleições há alguns anos. Em 2020, 30 candidatos utilizaram o “MST” em seus nomes de urna, embora somente dois tenham sido eleitos.
Nas eleições de 2022, pelo menos sete candidatos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foram eleitos como deputados federais ou estaduais. Leia a lista:
- Rosa Amorim (PT) — eleita deputada estadual em Pernambuco
- Marina do MST (PT) — eleita deputada estadual no Rio de Janeiro
- Adão Pretto (PT) — eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul
- Missias do MST — eleito deputado estadual no Ceará
- Valmir Assunção — eleito deputado federal na Bahia
- Marcon — eleito deputado federal no Rio Grande do Sul
- João Daniel (PT) — eleito deputado federal por Sergipe
Não votem em nenhum desses terroristas vagabundos …
Com o absurdo dessas urnas não auditáveis, estamos evoluindo para uma metástase institucional, reversível não mais com o voto da população.
Uma urubu do stf disse pro maduro que são auditáveis, então houve fraude aqui ..