O evangélico tem uma natureza mais ativista. A fala é do teólogo e jornalista Gutierres Fernandes Siqueira. Ele é graduado em comunicação social, pós-graduado em mercado de capitais e em interpretação bíblica. Membro da Igreja Assembleia de Deus do Belém, Siqueira ainda é autor de cinco livros, entre eles, o mais recente: Quem Tem Medo dos Evangélicos?
Conforme o teólogo, o peso do voto evangélico é gigante, se analisarmos que esse público cresceu muito em 30 anos. “O Instituto DataFolha estima que esse público representa, hoje, 27% dos brasileiros”, diz em entrevista a Oeste. À medida que o público evangélico cresce, é natural que a igreja tenha mais força, defendeu o jornalista.
A natureza “ativista” desse grupo, segundo o autor, é uma das marcas da evangelização, muito comum nessas igrejas. Além disso, Siqueira ainda destacou que o uso da religião para fins eleitoreiros não é novidade. Para o especialista, um político só ganha uma eleição quando se identifica com os valores populares de uma cultura. “A religião é um valor popular no Brasil”, afirmou.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
1 — Quais são as pautas com mais apelo para o público evangélico?
Toda pauta moral/sexual é sempre importante para o voto evangélico conservador. Nisso está incluso as questões relacionadas aos direitos LGBTQIA+, ao aborto, a importância da família. Na igreja evangélica esse discurso contra o aborto e teoria de gênero não é novo e não nasce, necessariamente, com o bolsonarismo. Essa já era uma pauta antiga que muito tem a ver com a igreja americana. Hoje podemos dizer que no Brasil existe uma direita evangélica, que nasceu nas décadas de 1970 e 1980 nos EUA. Isso chegou com um certo atraso no Brasil, mas com uma proposta parecida, que são igrejas com ideais diferentes, mas que nesse ponto das pautas morais se unem. Outro fator interessante, é que quando se fala de valores evangélicos, só são citados os anti-valores, como: anti-LGBT, anti-aborto ou anti-ideologia de gênero. Será que as pautas evangélicas se resumem apenas a questões sexuais? O meio ambiente, por exemplo, quem criou o mundo e deixou como missão para o homem cuidar daquele jardim do Éden? Não seria uma pauta cristã preservar a natureza? Um dos grandes problemas dessa relação entre a fé e a política é que os evangélicos resumem todo o cristianismo a três pautas sexuais. Esse fascínio sobre a questão sexual é um problema. A Bíblia não fala somente disso. Quando o apóstolo Paulo fala sobre as obras da carne, ele cita os pecados sexuais, mas também fala do sectarismo político, dessa briga por partidos, inclusive. Esse sectarismo também é um anti-valor do Evangelho.
2 — Na última quarta-feira, 19, o candidato à Presidência Lula (PT) divulgou uma carta aberta aos evangélicos. O senhor acredita que isso muda algo o cenário político?
Não vai mudar nada, pois o trabalho que o presidente Jair Bolsonaro tem com os evangélicos existe há, pelo menos, dez anos. Desde que o chefe do Executivo fazia parte da Câmara dos Deputados, ele se reunia com os evangélicos, mesmo não sendo, para defender as pautas morais. A carta do PT aos evangélicos pode soar como oportunista. Pode ser até um tiro no pé. Seria mais eficaz ao PT trabalhar a base religiosa que ele tem em seu nascimento, com a Igreja Católica. O resgate dessa raiz na teologia da libertação, talvez fosse até mais importante. O Lula foi a um podcast e disse ser contra o aborto, mas não faz muito sentido, pois o PT já mostrou o que pensa sobre o assunto. Por exemplo, no governo de Dilma Rousseff (PT), a ex-presidente se comprometeu a não pautar o aborto no mandato. Ela cumpriu como figura do poder Executivo, mas indicou pessoas no Supremo Tribunal Federal que eram a favor dessa pauta. Naquele momento, muitos pastores perceberam que não existia uma honestidade nisso. Foi nessa tentativa de querer agradar, simultaneamente, sua base de partido e os evangélicos que aconteceu esse divórcio entre o PT e o povo evangélico.

3 — O fato de Lula manifestar simpatia pelo ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, faz que os cristãos tenham medo de o PT fechar igrejas?
Até me impressiona Lula não fazer uma sinalização básica de condenar o regime da Nicarágua. Ele não tem nada a perder com isso. Se o petista critica a Nicarágua, ele não vai perder o voto da esquerda e ainda pode ganhar alguns votos de centro. No entanto, parece que o compromisso dele com a sua militância histórica fala mais alto. Esse medo de o PT perseguir igrejas é paranoico. Não é que não existem pessoas na esquerda que possuam antipatia com a igreja, mas porque as condições institucionais no Brasil não permitem isso. O nosso país tem uma lei que garante a liberdade religiosa e para mudar isso precisaria de maioria no Congresso Nacional e de uma disposição da sociedade civil, o que não há. O Brasil é um país religioso. Entretanto, a antipatia entre a esquerda e os religiosos tem uma raiz histórica. A atual esquerda nasce da Revolução Francesa, que é intolerante religiosa, queimava igrejas, queria matar o rei com as tripas do padres. O Brasil tem essa formação do positivismo francês, entendendo que religião é ‘alienação’, coisa de pessoas não inteligentes. Tudo isso explode nesse momento eleitoral e dá à esquerda uma tarefa muito difícil: convencer os cristãos conservadores de que ela é bacana para a fé.
4 — O senhor defende o discurso político dentro de templos evangélicos?
Existe um limite muito tênue entre o que é saudável e o que não é. Se por um lado o evangélico é um cidadão e paga seus impostos, ele tem o direito de se manifestar politicamente. A ideia de que o voto religioso tem de se esconder no armário é antidemocrática. O religioso pode militar pelo seu candidato e suas pautas. Ninguém deve se privar de manifestação pública porque é religioso ou porque não é. Uma coisa é falar de política, outra é militar em prol de um partido ou pessoa específica. Quando um pastor usa o púlpito como um agente sectário em favor de um candidato, e demoniza todos os que pensam diferente, ele está agindo, segundo a Bíblia, como alguém que está em pecado equivalente ao pecado sexual, tão condenado. Temos o direito de nos posicionar, mas, como tudo na vida, com moderação e sabedoria. Não podemos achar que a nossa salvação (religiosa) está na política.
5 — Como o senhor enxerga essa narrativa de “guerra espiritual” que tem sido usada pelos candidatos nesta disputa eleitoral?
Esse discurso é extremamente perigoso, pois na democracia nunca podemos ver o adversário como um mal absoluto. Em uma guerra espiritual estou lidando com um mal absoluto, pois é o próprio diabo, e não posso usar essa linguagem na política. É completamente contrário a um Estado Democrático de Direito, a uma sociedade liberal, conservadora, inclusive. Os valores conservadores do século XIX não desenhavam o outro como um demônio. Ao contrário, essa ideia é de um espírito revolucionário que deseja destruir tudo o que é do outro. A forma de estar na guerra espiritual bíblica é viver de maneira piedosa. Nada tem a ver com essa militância paranoica. A direita e a esquerda gostam de usar o medo como ferramenta política, mas isso é danoso para a democracia. Devemos tratar de pautas propositivas, com debates, e não colocando o outro como o verdadeiro demônio.
Leia também: “Deus nas urnas”, reportagem de Silvio Navarro e Rute Moraes para a Edição 102 da Revista Oeste.
Estou convicto de que a carta aos evangélicos é oportunista. Quanto a isto não há a menor dúvida.
TSE/STF…são células petistas. Quem esperava outra decisão, que não esta, estava enganado.
Esta semana será difícil. Aguardem os absurdos que ainda irão ocorrer. Tudo para beneficiar um ladrão, chefe de quadrilha do narconegócio.
E, não tenham dúvidas de dois fatos:
1) Alexandre de Moraes, o advogado que pensa que é juiz, delegado e polícia, é parte integrante deste grupo criminoso. Fato este, que venho sustentando há muito tempo. quem me conhece ou segue minhas postagens, sabe disso.
2) O golpe, patrocinado pelo judiciário (STF/TSE) + partidos de esquerda + órgãos de imprensa, encontra-se a meio caminho de seu intento final, que é a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
Daí, diante todos os fatos acima descritos, somados a CENSURA imposta aos colaboradores de Jair Bolsonaro, iniciado lá atrás, ainda em 2019, com o fictício, inverídico e anticonstitucional “Inquérito das Fake News”, estabeleceu-se a articulação e o início do golpe. Obviamente que as FAAs, em seus serviços de inteligências, detectaram tal movimento e municiaram o governo recém eleito. O próprio governo poder-se-ia impetrar com artigos previstos na Constituição, com a finalidade de fechar-se a Suprema Corte e demais varas jurisdicionais do país, inclusive o parlamento. Não optou e não tomou este caminho através desta medida extrema. Algo que se faria necessário. Aconselhado e sugerido pelo aguardo das ações do grupo golpista. Eu, particularmente, penso e analiso que VACILOU. Às favas com organismos internacionais! Ás favas com as sanções multilaterais e externas! Às favas com os escrúpulos! Pois estamos diante de uma luta, “quase armada”, afim de proteger as LIBERDADES, a DEMOCRACIA, o Estado Democrático de DIREITO e o nosso país. Como ex- militar das FAAs (Polícia do Exército), ainda encontro-me a inteira disposição para enfrentar o pior, se caso acontecer. Que a LEGALIDADE e a PAZ baixem as asas sobre o nosso Brasil, do contrário…