Exonerado da prefeitura de São Paulo depois de anunciar seu apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias do PSDB que vão definir o candidato do partido à Presidência da República em 2022, o agora ex-secretário de Habitação da capital paulista Orlando Faria não tem dúvidas: segundo ele, partiu do governo de João Doria (PSDB) a ordem para que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) o excluísse da administração municipal.
“Tenho certeza. Não tenho dúvidas. O prefeito foi pressionado para demitir. O desfecho seria uma demissão de uma forma ou outra. Mas me coloquei à disposição antes que isso acontecesse para não prejudicar a cidade. Em comum acordo com o prefeito, fiz o pedido de exoneração”, afirmou Faria em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
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“O prefeito me deixou à vontade sobre o que fazer, se a gente poderia ter outra saída, uma licença. Mas eu achei melhor pedir a exoneração, diante do excesso de pressão que o Palácio fez. Não acho justo que o prefeito e a cidade paguem pelo modus operandi da campanha do Doria”, continuou o ex-secretário.
Segundo Faria, a equipe do prefeito o informou que seu posicionamento pró-Eduardo Leite “tinha caído como uma bomba lá dentro, no Palácio”. “E que mais de um interlocutor dizia que era um problema nas relações do Estado com o município, que tinha muita coisa envolvida, investimentos no município, projetos na Câmara andando, era uma semana muito complicada por votações na Câmara e tinha criado instabilidade política muito grande”, relatou.
Indagado sobre os motivos que o levaram a optar pelo apoio a Leite contra Doria, Faria respondeu: “Primeiro, acho que a questão é ideológica. O Eduardo tem muito mais aderência com a social-democracia, com o PSDB raiz. Em um discurso, em 2018, ele disse que não se filiou ao novo PSDB, mas ao velho. Na contramão disso, Doria disse em algum momento que o PSDB já não era mais social-democrata. Confesso que não entendi direito a interpretação dele”.
O ex-secretário de Habitação também justificou a escolha por uma “questão estratégica”. “O Doria criou resistência, desgaste. Ele tem certa impopularidade no país, uma rejeição, que dificulta um pouco o seu crescimento em pesquisas. É notório. A viabilidade eleitoral do Eduardo é maior. Temos mais chances de vaga no Planalto com ele.”
Socialdemoniocracia
É curioso como as pessoas se arvoram como candidatos com “chance” a presidência da republica, eles certamente esqueceram de combinar com o respeitável público votante, fala sério Eduardo Leite? Dória?
Vivem na ILHA DA FANTASIA, é por isso que esquecem de combinar com quem vota.
Acho que uma pergunta mais assertiva seria “PSDB, sério? Após 30 anos de exemplos?”.