Uma coisa é certa: o petista não se tornou uma “ideia”, como havia pregado

Depois de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) dar o sinal verde, o então juiz da Lava Jato Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula em 5 de abril de 2018. Mais que depressa, o petista encastelou-se no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na cidade de São Paulo.
O prédio, transformado pela esquerda em símbolo de “resistência”, foi palco de uma série de paralisações promovidas por sindicalistas pelegos durante o regime militar. Naquele local, Lula chegou a ser detido pelo Dops na década de 80, com base na Lei de Segurança Nacional por, justamente, promover greves.
Depois de 48 horas do mandado de prisão, e sem ter para onde correr, Lula se entregou à Polícia Federal em 7 de abril de 2018. O petista, contudo, conseguiu a liberdade um ano e sete meses depois, ao ser beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Os ministros reviram o cumprimento da pena depois da condenação em segunda instância.
Entre a prisão e a soltura de Lula, criou-se uma espuma de narrativas para defender o demiurgo de Garanhuns, condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. A Justiça também debitou na conta do chefão do PT mais algum tempo na cadeia pela obtenção indevida do sítio em Atibaia, e a pena ultrapassou os 20 anos.
Os mitos acerca da prisão do ex-presidente se sustentaram numa palavra de ordem: “Lula Livre”, embasada, é claro, por adjetivos, como “preso político” e “prisão arbitrária” (dois conceitos que existem apenas em ditaduras, a exemplo de Cuba, comandada pela família Castro, e da Venezuela de Nicolás Maduro, amplamente defendidas pelo PT).
Apesar das narrativas contadas, uma coisa é certa: o petista não se tornou uma “ideia”, como havia pregado aos devotos que o carregaram nos braços em 7 de abril de 2018, mas sim o primeiro ex-presidente do Brasil preso por crime comum. O evento, que completou dois anos, entrou para a história.