O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, manifestou sua insatisfação durante um debate realizado no último sábado, 15, para celebrar os 45 anos do partido.
Ele criticou o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não dedicar a atenção adequada aos seus companheiros de legenda. Greenhalgh afirmou que os ex-presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebiam um tratamento mais privilegiado do que a bancada petista no Congresso.
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“A gente não pode tratar o Lira melhor que os companheiros do PT, abrir agendas para o Pacheco de madrugada, ou sábado e domingo, em detrimento do PT”, protestou. “A bancada do PT está chateada, porque pede reunião com o presidente e o Marcola [Marco Aurélio Ribeiro, chefe de gabinete de Lula] vai levando a gente com a barriga.”
De acordo com ele, não é correto oferecer um tratamento mais privilegiado aos “aliados de ocasião” em detrimento da militância histórica do PT, que, segundo Greenhalgh, “dá o sangue todos os dias” e “enfrenta bolsonaristas”. As declarações foram feitas durante um evento do grupo interno Diálogo e Ação Petista e obtidas pela Folha de S.Paulo.
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Amigo de longa data de Lula e seu advogado durante o período da ditadura, Greenhalgh fez um apelo para que o governo promova uma virada à esquerda. Ele se baseou na pesquisa Datafolha, divulgada um dia antes do evento, que revelou uma grande queda na popularidade do presidente.
“Tenho o direito de dizer que o governo tem de vir mais para a esquerda”, defendeu o advogado. Para ele, o governo está “meio sem rumo”. “Não tem um núcleo dirigente. O nosso partido está estático”, reclamou. A posição de Greenhalgh se soma às críticas do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que disse que Lula está “isolado e capturado“.
Greenhalgh é figura histórica do PT
Nascido na capital paulista em 1947, Greenhalgh formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) em 1973. Ao longo de sua carreira, esteve ligado a movimentos de oposição ao regime militar, como o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido do qual foi filiado de 1974 a 1980.
Como advogado, Greenhalgh trabalhou na defesa de diversas lideranças políticas, como o próprio Lula. Além disso, participou da fundação do Comitê Brasileiro pela Anistia e foi um dos coordenadores do projeto revisionista Brasil Nunca Mais.
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O petista também atuou juridicamente em veículos de imprensa alternativa da época, como O Movimento, Em Tempo e Resistência, além de prestar assistência a lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre eles José Rainha e João Pedro Stédile.
Na política, Greenhalgh foi um dos fundadores do PT e teve uma trajetória parlamentar marcada por quatro mandatos como deputado federal por São Paulo. No Congresso Nacional, participou da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Direitos Humanos.
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Entre 1989 e 1992, ocupou o cargo de vice-prefeito de São Paulo na gestão de Luiza Erundina, onde assumiu também a secretaria de Negócios Extraordinários. Sua permanência no cargo, no entanto, foi interrompida em meio a denúncias de cobrança de propina com a construtora Lubeca.
Greenhalgh também teve papel ativo no caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, quando foi indicado pelo PT para acompanhar as investigações. Naquele mesmo ano, foi reeleito deputado com mais de 147 mil votos.
Lula age instintivamente para tentar diminuir a velocidade da queda.
A hierarquia de valores de Lula é assim. Primeiro eu, depois eu de novo, em seguida ninguém, daí eu outra vez, daí a consorte, depois ninguém novamente, e por fim, o povo brasileiro — o último da fila. E a turma começa a debandar. Até a velha imprensa, aos poucos, com vergonha da omissão, começa a noticiar coisas daqui e dali sobre a infeliz trajetória desse senhor, uma versão Biden piorada.
Revela agora que Lula foi o mandante do assassinato do Celso Daniel