(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 4 de janeiro de 2025)
Poucos aspectos da vida brasileira de hoje são tão cômicos quanto os que se apresentam como dramáticos — na verdade, quanto maior é o drama no mundo da imaginação maior é a comédia no mundo das realidades. Na política, para se ter uma ideia de onde foram amarrar o burro deste país, leva-se terrivelmente a sério gente como Arthur Lira ou Rodrigo Pacheco, para não mencionar a neurose permanente do “centrão”. Na segurança pública, debate-se pontos de alta metafísica social, mas o sacrossanto “Estado” não consegue garantir nem o direito do cidadão à sua própria vida. Na economia, há uma discussão tórrida sobre a “capacidade de cortar os gastos públicos”, quando até uma criança de dez anos de idade sabe que essa história não tem nada a ver com “capacidade”. Tem a ver com vontade — e a única vontade objetiva do governo Lula é torrar tudo o que existe no Tesouro Nacional, e sobretudo o que não existe.
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Tudo não passa, no fundo e na verdade, de um programa de Chico Anysio com o personagem Justo Veríssimo — com a diferença, é claro, que Chico Anysio era um gênio e os autores da atual comédia são um bando de oportunistas que dão entrevistas prometendo que querem para “a nação” o exato contrário do que fazem. Em nenhuma área do aparelho estatal essa miragem permanente e mal-intencionada se manifesta de forma tão agressiva quanto na economia. Finge-se que Lula e seu governo estão mentalmente torturados diante das opções por esta ou aquela “política econômica”, ou que há um duelo mortal entre “políticas públicas” e “mercado”. O que existe, na vida real, é um ataque desesperado contra o pagador de impostos brasileiro.
O Brasil fechou o ano de 2024 com uma arrecadação acima de R$ 3,5 trilhões, em todos os níveis — e o governo conseguiu, em apenas dois anos, acumular R$ 2 trilhões na dívida pública, que foi de R$ 7 trilhões para R$ 9 trilhões. Onde foi parar esse dinheiro todo se o governo diz que está liso? Para os “pobres” com certeza não foi — se tivesse ido, os pobres estariam levando um vidão, e com exceção de Lula e da deputada Hoffmann, todo mundo sabe que não estão. O fato nu e cru é que os impostos e a dívida nova foram usados para levar a níveis inéditos de prosperidade os gatos mais gordos da máquina estatal.
“O funcionalismo federal ganhou 27% de aumento salarial. É tudo uma piada gigante”
J. R. Guzzo
Juízes e magnatas do Judiciário ganham R$ 200 mil por mês, ou sabe Deus quanto — e não aceitam sequer a discussão sobre algum limite. Os Correios estão em situação de insolvência, mas preveem gastar 380 milhões em publicidade em 2025, isso depois de darem prejuízo de R$ 2 bi nos primeiros nove meses do ano passado. O funcionalismo federal ganhou 27% de aumento salarial. É tudo uma piada gigante.
Leia também: “O anão sendo anão”, artigo de J. R. Guzzo publicado na Edição 244 da Revista Oeste
Os comentários são máximo kkkkkkk por isso o agora apoia vocês, é muito adubo…….
Os cretinos que apoiam essa corja vão sofrer muito mais ainda enquanto esse velhote for mantido no poder
Já te pedi Guzzo, entrevista FHC para que nos informe porque fez o “L” se nos seus “diários da presidência”, desqualificava esse sujeito que nos desgoverna. Qual interpretação tem sobre o SUPREMO PODER JUDICIÁRIO?
O Brasil já passou da “beira do abismo”. Já estamos no abismo, em franca queda livre e, diante de um processo eleitoral não confiável/auditável, sem a certeza de poder reverter esse quadro.
Solução existe porém alguns “pequenos” empecilhos impedem uma ‘limpa geral’.
Analisemos Cuba, Venezuela, Líbano, Rússia, Síria na atualidade, e tantas outras nações sequestrados o povo por ‘líderes populares’…
Retrocedamos na história e estacionemos na França com o exemplo da Revolução Francesa.
Quem disposto a copiar Robespierre, Danton e Marat?
A história sempre se repete e surgirá então um Napoleão totalmente calvo?
Aceitamos candidatos.
Deseleição democrática, o nulo no seu sentido lato e laico.
O Lula voltou à cena do crime para acabar com o país, implantar a fitadura que sempre sonhou e se manter no poder óbvio com apoio do STF.