Em meio a operações deflagradas a dois deputados da oposição, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fortaleceu sua imagem política em redutos eleitorais.
Ele tem participado de eventos de entregas de ações e anúncios de, pelo menos, R$ 24 milhões em repasses para municípios de Alagoas, nos últimos dez dias.
Neste período, Lira tem sido poupado de cobranças, depois de ignorar duas operações autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a Polícia Federal (PF) nos gabinetes de Carlos Jordy (PL-RJ), no dia 18, e contra Alexandre Ramagem (PL-RJ), no dia 25.
Lira em redutos e cerco do STF à oposição
As agendas do presidente da Câmara para reforço de alianças no ano de eleições municipais não foram suspensas. Entretanto, senadores e deputados interromperam o recesso para a articulação de reações do Congresso contra o cerco à oposição.
No dia da Operação Lesa Pátria, contra Jordy, Lira manteve o silêncio e divulgou na suas redes sociais o evento em que liberou R$ 20 milhões para pavimentar 49 ruas de Arapiraca, segundo maior colégio eleitoral de Alagoas.
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O prefeito da cidade é Luciano Barbosa, um ex-aliado histórico e partidário do rival do presidente da Câmara, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Já na quinta-feira 25, quando ocorreu a Operação Vigilância Aproximada que teve como alvo Alexandre Ramagem, o presidente da Câmara entregou um trator e equipamentos para o Centro de Engenharia e de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Rio Largo (AL).
Em outro evento no município que tem um dos maiores eleitorados do Estado, o parlamentar anunciou investimentos de R$ 4 milhões na cidade administrada pelo seu aliado Gilberto Gonçalves (PP).
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O prefeito chegou a ser preso e afastado em 2022, na Operação Beco da Propina, em que a PF apura desvios de R$ 12 milhões na saúde e educação do município.
No dia 27, Lira foi ao Agreste de Alagoas entregar um novo espaço de lazer e eventos, com investimentos de R$ 566 mil.
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E a farra continua nos rincões do Brasil, quanto mais pobre o povo mais votos. Triste verdade.
Cavalo e boi, ótimo negócio pra lavar dinheiro.
É a tal ação entre amigos.
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Isso se chama compra de votos ou quid pro quo