A presidente interina da Petrobras, Clarice Coppetti, começou nesta quinta-feira, 16, a demitir assessores especiais e gerentes-executivos associados ao ex-CEO Jean Paul Prates, exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira, 14.
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De acordo com o jornal O Globo, até agora, 20 assessores e executivos com status de diretor e gerente, todos ligados ao ex-CEO da estatal, foram dispensados. Na quarta-feira 15, depois de o conselho oficializar a saída de Jean Paul Prates e da confirmação de Clarice como interina, o diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, e o gerente-executivo de Relações Institucionais, João Paulo Madruga, já tinham sido removidos de seus cargos.
A rapidez com que as demissões ocorreram é interpretada como uma “caça às bruxas” pelos aliados de Jean Paul Prates. Apelidados de “beneditinos”, muitos são amigos de longa data do ex-CEO desde os tempos do Colégio São Bento, no Rio.
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A presidente interina da Petrobras justifica que as demissões são necessárias e apropriadas. Em resposta a uma pergunta de O Globo, a assessoria de imprensa da Petrobras declarou que isso é um “procedimento padrão”. A empresa também informou que eram 20 os assessores ligados a Jean Paul Prates, embora aliados do ex-CEO afirmem que havia 40 assessores na presidência.
Dez desses funcionários, indicados por políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), provavelmente não serão demitidos. Isso porque apoiaram nos bastidores a nomeação de Magda Chambriard, que substituirá Jean Paul Prates na presidência da Petrobras.
Funcionários demitidos da Petrobras ganhavam R$ 80 mil
Dentre os desligados do círculo íntimo do ex-CEO estão o advogado-geral Marcelo Mello, o diretor de Transformação Digital e Inovação Carlos Augusto Barreto e uma assessora especial que residia no Canadá, Annete Hester – consultora que, segundo a Petrobras, auxiliava a presidência em um “projeto de visualização de dados”. Os salários desses executivos alcançavam R$ 80 mil mais bônus.
A consultora foi contratada no início do ano e, de acordo com executivos da equipe de Jean Paul Prates ao O Globo, acompanhava o CEO em viagens internacionais, processava dados do setor, produzia análises geopolíticas e organizava reuniões com equipes e contatos de multinacionais em grandes eventos.
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A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, deve assumir o cargo em aproximadamente duas semanas, mas já comunicou a membros do governo quais integrantes da equipe pretende substituir.
A nova CEO informou a membros do alto escalão do governo Lula que planeja demitir pelo menos mais dois executivos. Além dos já desligados, são considerados muito próximos de Jean Paul Prates para permanecerem o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, responsável por obras de refinarias e estaleiros; e o diretor de Governança e Conformidade, Mario Spinelli.
Entretanto, a substituição de Spinelli é complicada, pois seu mandato como diretor de Governança e Conformidade dura até abril de 2025. Sua posição é protegida por certas garantias, pois frequentemente precisa confrontar outras áreas da empresa para cumprir suas funções.