O programa Adote Um Aluno, que oferece auxílio de R$ 600 a estudantes em vulnerabilidade socioeconômica na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), começou a reduzir suas bolsas.
Depois das greves enfrentadas pela USP, das 130 bolsas distribuídas anteriormente pelo programa, 40 foram cortadas neste ano, mesmo com mais de 200 pedidos de auxílio. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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Segundo os organizadores, houve uma queda de 28% na verba após a greve que ocorreu de setembro a novembro de 2023. O programa da USP é financiado, principalmente, por ex-alunos.
Um diretor da Associação dos Antigos Alunos, que gerencia o programa, afirmou que os doadores ficaram descontentes com a greve e cessaram suas contribuições como forma de protesto.
“Essa jamais foi a pretensão dos organizadores do programa, que nunca se posicionaram por menos recursos para a inclusão e o pertencimento”, declarou a associação em nota. “Acabar com o Adote não aumentará o apoio da universidade.”
O DCE da USP lamentou os cortes e defendeu o apoio financeiro aos estudantes necessitados. “Muitos desses doadores saíram do programa no momento em que os estudantes lutavam em greve, ironicamente, por permanência”, afirmou o DCE, também por meio de nota.
Impacto do programa da USP
A Faculdade de Direito da USP optou por não se manifestar sobre o assunto. Implementado no primeiro semestre de 2019, o programa Adote Um Aluno foi criado para promover a inclusão na universidade, dentro da política de cotas. Isso alterou o perfil socioeconômico dos alunos, necessitando de maior apoio para ingressantes em vulnerabilidade.
Atualmente, 45,2% das vagas oferecidas pela Fuvest e Sisu são destinadas a estudantes de escolas públicas, sendo 38% dessas reservadas a pretos, pardos e indígenas.
O programa atende estudantes inscritos no Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil da USP que não conseguiram apoio institucional suficiente para continuar na instituição.
Contexto da greve e impacto na universidade
A greve iniciada em setembro de 2023 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP exigia a contratação de docentes e fortalecimento da política de permanência estudantil, atingindo todas as unidades da universidade. Professores e funcionários também aderiram à greve.
De acordo com a Adusp, o corpo docente da universidade diminuiu 17,56% desde 2014, passando de 5.934 para 4.892 professores em agosto de 2023. A escassez de docentes já causou cancelamento de disciplinas e atrasos em formaturas. A proporção de professores por aluno na USP é a menor em 20 anos.
Depois das negociações, a reitoria anunciou a contratação de 148 professores temporários até o final do ano, além das 879 contratações previstas até 2025. No entanto, não foram anunciados reforços nos programas de auxílio estudantil.
Isso mesmo! Cortem-lhes as bolsas! Se fossem estudantes de valor, que passaram no vestibular, que venceram por mérito, mas que eventualmente tinham dificuldades financeiras, aí, sim. Mas ganharam de presentinho metade das vagas sem sequer saber ler, interpretar e escrever direito, menos ainda resolver problemas matemáticos do ensino médio, e ainda assim agora querem bolsas? Dão-se-lhes os pés, já querem as mãos.