J. R. Guzzo
Publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 18 de abril de 2021
O Supremo Tribunal Federal, após anos e anos de trabalho conduzido ora em público, ora em segredo e sempre em circunstâncias tão obscuras que é melhor nem mexer com essa parte da história, acaba de conseguir o que queria desde que a casa de Lula caiu e ele acabou condenado por corrupção e lavagem de dinheiro: concluiu oficialmente, com todos os seus agravos, embargos e demais papelada, a maior obra da falsificação jamais registrada na história da Justiça brasileira.
Através dessa fraude, executada em câmera lenta e com repetidos acessos de grosseria na malversação da lei, os 11 ministros do STF transformaram em candidato à Presidência da República um réu condenado em terceira e última instância, com provas, testemunhas e confissões voluntárias, por nove juízes diferentes — e há pouco saído de quase 600 dias no xadrez.
O STF vive de suicídio em suicídio, tornando incompreensível para o público, a cada sentença, a ideia de que lei e moral devem andar juntas — não há nenhuma surpresa, portanto, em mais esse comportamento aberrante, quando se leva em conta que as suas decisões, cada vez mais, conduzem à negação permanente da justiça neste país. O que importa, agora, é que o STF ocupa abertamente o governo do Brasil — e está dizendo a todo mundo que tem, sim, um candidato próprio à Presidência da República em outubro de 2022.
Esqueçam o PT, a manada de anões que sobrevivem à custa do fundo partidário, a pasta disforme de governadores e aventureiros que querem, como sempre, montar num cavalo que os carregue para dentro da máquina estatal, sempre tão lucrativa para eles. Esses estão sempre ali, sentados à porta do chefe, na esperança de receberem uma ordem para obedecer.
Lula, agora e em 2022, não é o candidato deles. É o candidato do Supremo. Lula não é bobo, claro — não vai querer que o tratem assim, porque não é diretor da OAB, não é bispo e não é intelectual orgânico que vai em mesa-redonda de televisão debater ciência política com comunicadores sociais. Ele sabe muitíssimo bem o que é o STF, sabe perfeitamente o que povo brasileiro pensa do STF e vai dar graças a Deus se puder ir do começo ao fim da campanha eleitoral inteira sem falar as letras “S”, “T” e “F”.
Lula vai querer o STF — tão elogiado no Brasil civilizado, equilibrado, democrático, de “centro-esquerda”, “liberal” etc. etc. etc. — a 1.000 quilômetros de distância do seu palanque. Aqui não, pelo amor de Deus. Já imaginaram se Lula tivesse de atravessar o Viaduto do Chá, de ponta a ponta, com Gilmar Mendes a seu lado, sorrindo para a galera? Se for assim, ele nem sai candidato. Mas isso não vai acontecer, porque não há a menor necessidade de que aconteça.
Quem salvou Lula? Foi o STF, sim, mas o ex-presidente não precisa ficar agradecendo o tempo todo e atraindo ódio para cima de si mesmo; ele nunca foi bom, por sinal, no quesito “solidariedade”. Lula e o STF são um amor a ser vivido a distância. Ele pode não querer muito o STF, mas é ele quem o STF quer; vão arranjar rapidinho um esquema mutuamente proveitoso de convívio, e têm tudo para iniciar uma “longa amizade”, como no filme Casablanca.
A má notícia aí é para os outros, que ficaram sonhando pelo pacto STF-Lula, na crença de que isso ia provocar um terremoto no governo, e quando acordaram viram que estavam na chuva — e põe chuva nisso. A anulação das quatro ações penais contra Lula, desgraçadamente para todos eles, teve também o efeito imediato de anular cada uma das suas candidaturas.
Imaginava-se uma resposta culta, moderna e desinfetada para Jair Bolsonaro: com a decisão do Supremo viraram subitamente um grande zero. É onde estamos.
A má notícia para todos nós é que estes 11, só fazem o que querem e uma especialidade deles é violentar a constituição. Esta última manobra foi um estupro coletivo contra o povo Brasileiro
O Supremo Tribunal das Falcatruas quer desestabilizar o governo, mas está desestabilizando a si próprio.
Bolsonaro já deu o recado: “Só Deus me tira dessa cadeira”.
Segundo Guzzo: =>”Imaginava-se uma resposta culta, moderna e desinfetada para Jair Bolsonaro: com a decisão do Supremo viraram subitamente um grande zero. É onde estamos.”<=, absolutamente desnecessário esse ataque à Bolsonaro no último parágrafo da matéria.
Talvez tenha acontecido porque a matéria originariamente fosse endereçada ao Estadão, ou talvez quem sabe, porque o Autor tenha mesmo esse preconceito e fixação por quem apenas serviu a AMAN e possui uma dinâmica em seu comportamento diferente de quem conclui seu grau em ciências sociais na USP.
As faltas de cultura de Bolsonaro, de modernidade e de fala não viciada, lhe atribuídas gratuitamente, de fato, caiu de paraquedas em momento e local indevido.
Falar sobre militância dos meliantes colocados por petistas no STF, relacionando diretamente com a soltura de Lula, é falar de crime e de corrupção, tão somente!
O que isso tem a ver com Bolsonaro?
Com sua permissão, faço minhas suas palavras, caro Marco Polo. Atraque gratuito, e totalmente impertinente, a Bolsonaro, que nada tem a ver com a história.
A primeira coisa do dia que esses marginais do STF, incluindo o recém aposentado vagabundo de toga, devem fazer ao acordar todo dia é se empanturrarem com as fezes do patrão cachaceiro, ladrão e tudo que não presta, vulgo 9 Dedos! Com certeza, ainda pedem mais para o chefinho!
O essetêefe é o guardião dos ladrões de colarinho branco (Lula, o maior deles), dos políticos larápios e da corrupção. Estamos no mato sem cachorro.
#stfvergonhanacional
Acovardados tb são os senadores que tem processos nas gavetas supremas, não fazem nada…. #1maiopovonarua
Eles os senadores, foram eleitos para servirem de equilíbrio, defenderem as ideias do povo , atender suas expectativas, mas não, o interesse pessoal prevalece , muitas ações contra uma grande parte dos senadores os levam a ficar de quatro para o supremo. Uma lástima
Não tem mais jeito. Acabou. É a treva ter que conviver com tudo isso. Já não bastasse a criatura abjeta que temos todos que lembrar, todos os dias, de tantas aberrações legais, morais, penais,… e, além disso, termos a certeza de que muito mais do que estarmos “deitados eternamente em berço esplêndido”, ainda temos que admitir que “a nossa pátria mãe tão distraída dormia sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações…” Lamentável! Deplorável! Triste. Fim.