O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), articula uma possível candidatura à Presidência em 2026, mas enfrenta obstáculos. Seu partido é aliado do governo Lula, há forte concorrência na direita pela substituição do ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador ainda é pouco conhecido nacionalmente.
O nome de Ratinho ganhou força depois que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o citou como alternativa em uma reunião com empresários no fim de janeiro. No encontro, o político afirmou que Lula não seria reeleito se a eleição fosse hoje e mencionou o governador do Paraná como uma potencial alternativa.
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Ao jornal Estadão, Kassab disse que Ratinho Júnior era o “candidato natural” do partido. Ele também mencionou uma possibilidade de coligação com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
“Quem tem sido colocado até agora é o Ratinho”, disse Kassab. “É bem preparado e, apesar de jovem, é testado e tem excelentes resultados no Paraná.”
Em entrevista recente à Jovem Pan, Ratinho Júnior declarou que considera “simplório” um político se lançar candidato apenas por desejo pessoal. “Tem de ter um partido que dê aval e uma parte da sociedade entender que seu nome é uma boa opção”, disse. O governador afirmou ainda que sua geração tem a “obrigação” de apresentar um projeto de modernização do Brasil.
Estratégias do PSD
Kassab tem adotado um tom mais crítico ao governo Lula em meio à reforma ministerial, na qual o PSD busca ampliar espaço no primeiro escalão. Além disso, como secretário de Governo de São Paulo, ele busca aproximação com apoiadores de Bolsonaro para viabilizar sua candidatura a vice do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que deverá tentar a reeleição.

Em 2022, o PSD tentou lançar Rodrigo Pacheco (MG) à Presidência, mas o senador rejeitou a candidatura. Kassab já declarou que o partido não lançará nome próprio se Tarcísio decidir disputar o Planalto, algo improvável no momento.
Os desafios de Ratinho Júnior
Ratinho afirmou ter bom relacionamento com Bolsonaro, mas ressaltou que tiveram posições diferentes na pandemia. Segundo o Estadão, aliados do governador consideram o apoio de Bolsonaro importante, mas não essencial.
A estratégia é torná-lo mais conhecido nacionalmente, contando com a associação ao pai, o apresentador Ratinho, e com a exposição no Grupo Massa, que controla emissoras de rádio e TV no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Ratinho Júnior se consolidou no Paraná ao unir o discurso antipetista, o apoio do eleitorado que votava em Bolsonaro e as alianças com lideranças do interior. O governador conseguiu eleger aliados em mais da metade das prefeituras do Estado em 2024, incluindo Curitiba e Londrina, as maiores cidades paranaenses.
Concessões e privatizações
Desde 2019, Ratinho Júnior implantou um programa de privatizações no Paraná. A iniciativa beneficiou os setores de energia, saneamento, telecomunicações, rodovias e iluminação pública. Neste ano, o governador pretende concluir a venda da Ferroeste e da Celepar e conceder o Canal de Acesso do Porto de Paranaguá à iniciativa privada.
A gestão também reduziu o endividamento estadual. A dívida em relação à receita caiu de 71%, em 2020, para 49%, em 2023, o que levou o Tesouro Nacional a elevar a nota fiscal do Paraná de “B” para “A+”.
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Nessa linha de concessões e privatizações, o governador enfrenta um imbróglio judicial. O programa Parceiro da Escola, que repassa a gestão administrativa de colégios estaduais para empresas privadas, chegou ser suspenso pela Justiça do Estado. A liminar, no entanto, caiu no fim de janeiro.
Nada contra o governador que pelo que de sabe faz uma boa administração, a questão é já tivemos uma jumenta, temos agora um burro votar num rato seria jogar com a sorte.