Segundo ela, ao assumir a Secretaria, teve de apagar incêndios que surgiram depois de promover demissões de bolsonaristas
“Altos e baixos”, resumiu a secretária da Cultura, Regina Duarte, ao descrever numa entrevista os primeiros dias de trabalho depois de assumir a pasta vinculada ao Ministério do Turismo.
Segundo ela, logo de início teve de apagar incêndios que surgiram depois de promover demissões de bolsonaristas. “Eu quero ter uma equipe na qual eu possa confiar”, disse Regina, que vem sofrendo ataques de adeptos do presidente nas redes sociais.
No dia da posse, por exemplo, a hashtag “ForaRegina” ocupou os trending topics do Twitter por 5 horas.
A atriz afirma que está sob ataque dos dois lados e que uma facção quer ocupar a pasta que ela comanda. Parte da classe artística, por exemplo, tem dificuldades de aceitá-la no cargo, o que dificulta o diálogo com personagens avessas ao governo.
Numa entrevista, o ator José de Abreu destilou críticas à ex-colega de emissora e afirmou não ser possível respeitar quem apoia Bolsonaro. “É aquela história: tem 11 pessoas numa mesa. Senta um fascista e ninguém se levanta. São 12 fascistas. Não tem como respeitar. Sinto muito”, afirmou José de Abreu.
“Eu acho que a polarização que foi sendo estimulada a partir do ‘ele, não’ é gravíssima, é um tiro no pé da categoria”, observou a secretária ao mencionar que o momento é de união.
Com um orçamento de R$ 2 bilhões, Regina constata que o valor é suficiente para realizar as atividades que planeja, entre elas “moralizar” a Lei Rouanet. “Eu acho que o dinheiro público deve ser usado de acordo com algumas diretrizes importantes, porque é o que a população que elegeu esse governo espera dele”, concluiu.