O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappelli obtém vantagens mesmo estando fora do alto escalão do governo. Ele perdeu espaço depois da nomeação do ex-ministro da Justiça Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, mantém uma posição de influência, que lhe rende até R$ 19 mil extras por mês.
Em outubro, o número 2 de Dino foi colocado no conselho de administração da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG), atualmente conhecida como Naturgy. Ele vai ficar no cargo até agosto deste ano. As informações foram publicadas pelo jornal Estado de S. Paulo, neste domingo, 18.
Ricardo Cappelli entrou pela cota do Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), que tem participação na empresa e pode fazer indicações ao Conselho. A empresa tem 12 conselheiros, dos quais quatro foram indicados pelo banco e aprovados em assembleia da companhia. Quando interpelado sobre a integração de Cappelli ao quadro, o BNDES informou que as indicações buscam “levar experiência às instâncias estratégicas dessas empresas”.
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Além de Cappelli, outras figuras ligadas ao governo federal integram o conselho, como os ministros José Múcio, da Defesa, e Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, também faz parte do grupo.
A participação em conselhos de administração costuma ser usada para inflar salários de integrantes do alto escalão da Esplanada dos Ministérios. Isso também garante ao governo de turno o controle sobre empresas públicas e privadas com participação estatal.
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Ao Estadão, Cappelli destacou que trabalha como executivo do setor público há 23 anos. Ele também afirmou que tem “larga experiência em gestão”.
“Muito me estranha esse ataque”, disse o ex-secretário-executivo. “Será que é porque apoio as operações da Polícia Federal contra os golpistas e estou defendendo o plano Nova Indústria Brasil?”
Ele foi interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, depois da crise do 8 de janeiro. Sua função, à época, seria acumulada pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino. Contudo, este último optou por indicar alguém de sua estrita confiança.
Ricardo Cappelli queria ser ministro
O ex-secretário-executivo se tornou conselheiro depois de tentativas fracassadas de herdar a cadeira de Dino. No entanto, a posição acabou ficando com Ricardo Lewandowski. Assim, Cappelli ganhou a presidência da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço.
A diretoria-executiva da ABDI é usada por governos para abrigar aliados. Além de Cappelli, há outros dois diretores: a ex-deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Carlos Geraldo Santana, sogro do senador Eduardo Gomes (PL-TO), ex-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. Os diretores recebem salários de R$ 37,3 mil.
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À frente da entidade, Cappelli receberá R$ 43,2 mil. A posse está marcada para 22 de fevereiro, mas o novo diretor-executivo já despacha na associação. O ministério é comandado por Geraldo Alckmin (PSB), do mesmo partido do novo presidente da ABDI.
A remuneração é comumente conhecida como “jeton” e não interfere nos cálculos para a aplicação do teto salarial do funcionalismo público, limitado a R$ 44 mil desde 1º de fevereiro.
Segundo as informações disponíveis para investidores, a remuneração dos conselheiros da CEG foi definida na assembleia-geral de abril de 2023. Ao todo, a empresa limita os pagamentos aos 12 membros do conselho em R$ 2,8 milhões. O valor representa, por mês, para cada um deles, R$ 19,4 mil.
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A última ata de reunião do conselho disponível é de novembro do ano passado, um mês depois da eleição dos governistas para o colegiado. A companhia não respondeu aos pedidos de informação nem confirmou se as remunerações dependem ou não da realização de reuniões periódicas.
Ricardo Capelli é mais um picareta escorado em órgãos públicos para saquear o nosso dinheiro.
Honesto ele heim?
A Moral já foi perdida faz tempo.
farra