Graças a Flávio Dino, Lula não teve de entregar (até o momento) a dinheirama que prometeu aos chefões do Congresso, essa gente reta e vertical, em troca da votação do pacotinho fiscal.
Flávio Dino não apenas suspendeu o pagamento da chantagem de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, um butim coletivo de dinheiro público do qual se esconde a identidade dos ladrões, como ainda mandou a PF investigar quem iria abocanhá-las.
Muito bem, parabéns, nota cem. Mas o episódio me faz lembrar que, no auge da Lava Jato, os seus detratores diziam que a operação representava a “criminalização da política”, como se os procuradores da força-tarefa e o então juiz Sergio Moro vissem ilicitudes no que seriam apenas negociações legítimas e naturais do jogo de poder, o notório toma lá, dá cá.
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Ninguém acusa, agora, Flávio Dino de estar “criminalizando a política”. É porque essa tapeação só valia para desqualificar quem tentava explodir a partir de fora o mecanismo patrimonialista e corrupto que degringola o Brasil, acreditando que o país poderia viver sob o império de leis e princípios que nunca seriam rasgados.
Salvo engano, ninguém também associa essa vergonha de “malas de dinheiro sendo apreendidas em aviões, cofres, armários ou jogadas por janelas”, para citar o despacho do ministro do STF, com o extermínio da Lava Jato.
Mecanismo destruído pela Lava Jato está de volta à cena política
Estamos assistindo, no entanto, à retomada natural do mecanismo, registrada por gringos, inclusive, depois que a operação foi assassinada e teve a sua reputação trucidada por magistrados, advogados e jornalistas, dos quais a ingenuidade, quando existe, é o mais pálido dos defeitos. E ele, o mecanismo, voltou a funcionar com mais agressividade, como era de se esperar, em se tratando de recidiva.
Não é preciso vestir branco para ser claro: não haveria mais esse espetáculo de malas de dinheiro público roubado sob os nossos narizes, se a Lava Jato tivesse sobrevivido e o seu saneamento houvesse chegado a todos os poderes desta infausta República. Se não tivessem anulado os processos sob as justificativas mais infames. Se não tivessem inocentado e soltado os condenados, permitindo que eles voltassem ao comando do país. Se não tivessem restabelecido a mais absoluta impunidade a gente poderosa que se dedica diuturnamente a saquear os brasileiros.
No que vai dar a briga de facções ora em curso no centro do poder? Em nada, já adianto. Vão inventar mais uma transparência opaca, talvez — e enfatizo o talvez — prendam bagrinhos lá nos rincões para dizer que se fez limpeza de quem desvia recursos federais, e tudo continuará como sempre foi. Ao ferir de morte a Lava Jato, aboliram o escândalo no Brasil. Aboliram a decência. É o nosso destino manifesto, afinal de contas, muitas contas, ao contrário do que apontava a operação.
“A história causou a patologia, forneceu o diagnóstico e pronunciou o veredicto. O messianismo da Lava Jato, na sua tentativa de transformar o Brasil naquilo que ele não é, um país de moralidade anglo-saxônica ou, pelo menos, de moralidade latino-tropical menos dúctil, é a outra face do fatalismo que nos amaldiçoa, pincelado por visões edênicas enganadoras. O quadro geral sempre foi o de dissolução, ferocidade, ignorância, rapacidade. Tais são os valores imanentes do caráter nacional, seja à direita ou à esquerda”, afirmei e repito.
Pensar que aqui você paga imposto para locupletar com dinheiro público, os bolsos dos corruptos ladrões oficiais do sistema, é de causar indignação e revolta aos contribuintes.
Até quando seremos espoliados e debochados por essa corja ?
Parabéns, Mario Sabino, pela excelente matéria.
Quando você era um dos donos da Revista Crusoé, foi o primeiro a sentir o peso da censura que voltou ao Brasil, após noticiaram, naquela revista, uma possível venda de sentença do ministro Tofolii. A partir daí, Toffoli que era o presidente do STF, à época, abriu o inquérito das Fake News e, pasmem, entregou sem sorteio para relatar, o ministro Alexandre de Moraes.
Sigam firmes, pois vocês são o jornalistas que representam, a verdade e o bom senso, no Brasil.
E em qual governo “mataram a Lava Jato????”….
Qual presidente disse expressamente “eu acabei com a Lava jato???????????
Qual presidente tirou Sérgio moro do cargo de juiz e depois virou inimigo dele pq ele não permitia “gestão do executivo” na PF??????
Qual presidente colocou Augusto Aras na PGR que atacou seguidamente as ações da lava jato??????
Isso a matéria não cita……
Certíssimo.
O leitor acima não entendeu quando Bolsonaro falou que acabaria com a Lava Jato , simplesmente porque no governo dele não iria ter corrupção e não teve mesmo , quanto a Sérgio Moro , este deu um tiro no próprio pé se aliando na época com globolixo e outras .
O país Brasil nasceu para ser escravizado, vilipendiado. Mas haverá um tempo em que todos que aí estão terão o mesmo destino de Mussolini.
Tá mudando o fascismo de lado ….
Corrupção só existe devido a quantidade de políticos desonestos.
EMENDAS = MENSALÃO. Só mudou o nome é a situação legal. Institucionalizaram a corrupção.