A corrida pela prefeitura de São Paulo começou de forma antecipada. Há meses, os pré-candidatos já se confrontam nas redes sociais e ensaiam discursos para desgastar os adversários.
O principal alvo é Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição. De acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o atual prefeito foi citado diretamente 318 vezes por todos os adversários em publicações no X (antigo Twitter), Facebook e Instagram entre os meses de junho e dezembro.
Nunes enfrenta uma forte oposição do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que fez mais de uma crítica a ele por dia no período, além de ser alvo dos deputados federais Ricardo Salles (PL), Kim Kataguiri (União Brasil) e Tabata Amaral (PSB).
O segundo pré-candidato mais criticado é Boulos. Ele conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e liderou as intenções de voto em pesquisa do Datafolha realizada no final de agosto.
Apenas Tabata, do mesmo partido do vice-presidente Geral do Alckmin (PSB), não o atacou diretamente nas redes.
De acordo com o Estadão, Nunes e Boulos ficaram na mira de seus oponentes em 429 publicações em seis meses, o que corresponde a 95% do total.
Tabata é a terceira mais criticada, enquanto Salles, Kataguiri e Marina Helena (Novo) praticamente não foram citados pelos adversários no intervalo.
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Nunes quer continuar na prefeitura de São Paulo
Prefeito desde 2021, depois da morte de Bruno Covas, Nunes conta com a máquina pública para conquistar mais um mandato. Para três oponentes que foram entrevistados pelo Estadão, o atual prefeito é ausente e desconhecido da população paulistana.
Para Kataguiri, a cidade está abandonada e Nunes está perdido sem saber governar. O prefeito rebateu, dizendo que há uma previsão de R$ 14 bilhões de investimentos em 2024 na capital paulista.
“Meu estilo é acordar cedo, trabalhar até tarde e fazer entrega pela cidade”, disse ao jornal.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Boulos disse que São Paulo estava sem luz e o prefeito “sem energia”. Ele também chamou Nunes de “rei do camarote” por comparecer a eventos como Fórmula 1 e Ultimate Fight Championship (UFC).
Na época, o prefeito reagiu dizendo que “varou a madrugada trabalhando” e cobrou soluções à concessionária Enel sobre o apagão que afetou a cidade no começo de outubro.
Boulos
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos é associado por opositores como “radical” e “invasor de propriedade”.
Marina Helena, por exemplo, responde a publicações do deputado no X com esse tipo de posicionamento.
“Boulos representa o contrário de tudo que eu defendo, a começar pela bandidolatria”, afirmou ao Estadão.
Em outubro, Guilherme Boulos enfrentou desgaste com o desembarque de um dos seus coordenadores de campanha, o ex-secretário da Saúde Jean Gorinchteyn, que reclamou da falta de um posicionamento mais contundente do deputado contra o Hamas.
Em novembro, o pré-candidato do Psol foi associado a greves de funcionários do metrô, da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM) e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O deputado se mostrou contrário à privatização da Sabesp. Parte das lideranças dos sindicatos tem ligação com o seu partido.
O episódio mais recente de desgaste foi a revelação da foto tirada ao lado de Luciane Barbosa, a “Dama do Tráfico”, esposa de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, recebida em gabinetes parlamentares e no Ministério da Justiça.
Tabata, Kataguiri, Salles e Marina
Mesmo sendo responsável por mais da metade dos posts do levantamento do Estadão, os demais pré-candidatos da disputa quase não são citados por adversários na rede.
Mencionada 20 vezes, , incluindo uma manifestação de solidariedade de Boulos, Tabata virou alvo somente de Salles, Kataguiri e Marina Helena, que a criticaram por sua ligação e de seu partido com a esquerda e o PT.
Diversos usuários lembram do seu voto a favor da Reforma da Previdência, em 2019, e a contestam como uma representante do campo progressista. Tabata também é lembrada pela participação em programas de formação de líderes com financiamento privado.
Kataguiri tem desafetos na direita bolsonarista e na esquerda. Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que atuou pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), apoiou a eleição de Jair Bolsonaro (PL) e depois rompeu com o ex-presidente.
Nas redes, costuma ser acusado de adotar uma postura agressiva e vazia. Ele respondeu que é um dos deputados “mais produtivos da Câmara” e disse que não está em busca de “lacração” para vencer a disputa.
Ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Salles é lembrado nas redes sociais por dois episódios: pela reunião entre o ex-presidente e ministros, quando defendeu “passar a boiada” e mudar regras ambientais durante a pandemia de covid-19 e a acusação de que teria facilitado uma exportação ilegal de madeira quando era ministro do Meio Ambiente.
“Obviamente, isso é uma besteira. Essas acusações foram feitas por delegados petistas e agora estou respondendo, mas não tem nada”, respondeu Salles.
Marina Helena é a única candidata sem mandato da lista, depois de não conseguir se eleger deputada federal em São Paulo, acabando como suplente do Novo.
Ela foi secretária de Desestatização do Ministério da Economia durante o governo de Bolsonaro. A pré-candidata afirmou que tem um perfil técnico e que tem pela frente o desafio de tornar seu nome conhecido.
Quando os políticos determinam que o voto seja mandatório nas eleições e que você deve confiar no resultado sem ter a habilidade de verificar, você esta simplesmente fazendo o papel de um idióta útil.
Dessa forma a eleição perde sua autenticidade e torna-se uma ilusão, porque estaremos aceitando um resultado que não é real. É dessa forma que a liberdade é perdida e escravos são feitos. Sempre que for as urnas lembre-se da citação do ministro Barroso, presidente do STF: “Eleições não se ganha, se toma”, ou em outras palavras, – essencialmente se rouba.