Entre os políticos que disputam cargos nas eleições de 2024, muitos se destacam não apenas pelas propostas, mas também pelas contas bancárias. A seguir, confira os dez candidatos mais ricos que disputaram — ou ainda disputam — o comando de prefeituras país afora. A lista vai de empresários a herdeiros de fortunas.
Confira a lista dos cinco candidatos mais ricos nas eleições de 2024
- 1 — Goiânia: Sandro Mabel (União) — R$ 313 milhões
Sandro Mabel (União Brasil) nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 1958. Aos 65 anos, é o candidato apoiado por Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, para a Prefeitura de Goiânia. Mabel começou a carreira política ao ser eleito deputado estadual, em 1990. Depois de um mandato, elegeu-se deputado federal por duas décadas.
Entre os bens de Mabel constam investimentos, saldo em contas bancárias, duas casas, nove apartamentos, R$ 500 mil em espécie, 41 terrenos, um helicóptero — avaliado em R$ 3 milhões — e uma obra de arte de R$ 160 mil.
Ele é herdeiro de uma empresa conhecida nacionalmente pela fabricação de biscoitos, que chegou a ser a segunda maior do Brasil no setor, vendida à Pepsico em 2011. Com 27,66% dos votos válidos, Mabel terminou em segundo lugar na disputa e enfrentará no segundo turno Fred Rodrigues (PL).
- 2 — São Paulo: Pablo Marçal (PRTB) — R$ 169 milhões
O empresário Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), tentou se eleger prefeito na capital paulista. Declarou um patrimônio de R$ 169 milhões e é conhecido por sua atuação na internet, em que vende cursos.
Marçal, mesmo com pouco tempo de propaganda e um fundo eleitoral limitado, apostou na sua popularidade nas redes sociais. Apesar de seus esforços, ele terminou em terceiro lugar, com 28,14% dos votos válidos. Assim, ficou fora do segundo turno, a ser disputado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol).
- 3 — Nova Iguaçu (RJ): Clébio Lopes Jacaré (União) — R$ 49 milhões
A candidatura de Clébio Lopes Jacaré à Prefeitura de Nova Iguaçu foi rejeitada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). A decisão ocorreu depois de a Operação Apanthropia, conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, identificar Jacaré como líder de um esquema criminoso na administração de Itatiaia.
Em 2022, Clébio Lopes foi detido durante as investigações, mas foi liberado posteriormente. Mesmo sem a aprovação de sua candidatura, alcançou a segunda posição na disputa eleitoral. Dudu Reina, o vencedor, obteve mais de 50% dos votos e eliminou possibilidade de um segundo turno, mesmo que a candidatura de Jacaré fosse aceita.
- 4 — Fortaleza: Eduardo Girão (Novo) — R$ 48 milhões
O senador Eduardo Girão, do Partido Novo no Ceará, acumulou experiência nos setores de segurança e hotelaria antes de ingressar na política. Em 2017, assumiu a presidência do Fortaleza Esporte Clube.
Em 2018, Girão ingressou na vida pública ao ser eleito para o Senado. Recentemente, decidiu concorrer à Prefeitura de Fortaleza, sua cidade natal. No entanto, obteve apenas 1,06% dos votos válidos. Ficou em quinto lugar na disputa.
- 5 — Duque de Caxias (RJ): Netinho Reis (MDB-RJ) — R$ 46,4 milhões
Netinho Reis (MDB) foi eleito prefeito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em sua primeira participação na política. Ele obteve 54,08% dos votos válidos, o que lhe rendeu vitória já no primeiro turno das eleições.
Ele é um empresário que ingressa na vida política com laços familiares influentes. É sobrinho de Washington Reis, ex-prefeito da cidade e atual secretário estadual de Transportes e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, e também de Wilson Miguel (MDB), atual prefeito e tio-avô de Netinho.
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- 6 — Piracicaba: Helinho Zanatta (PSD) — R$ 46 milhões
Helinho Zanatta (PSD), conhecido empresário do agronegócio, já liderou Charqueada como prefeito de 2001 a 2008. Também governou São Pedro por dois mandatos, de 2013 a 2020, e atualmente é deputado estadual desde 2022. Agora, Zanatta se lançou como candidato à Prefeitura de Piracicaba.
No resultado das eleições do domingo 24, Zanatta ficou em segundo lugar, ao conquistar 26,59% dos votos válidos. Ele enfrentará Barjas Negri (PSDB), que obteve 35,78% dos votos, no segundo turno da disputa eleitoral.
- 7 — São Paulo: Datena (PSDB) — R$ 38 milhões
José Luiz Datena, apresentador do Brasil Urgente e filiado ao PSDB, fez sua primeira tentativa de candidatura a um cargo eletivo em 2024. Em meio a desistências anteriores, essa foi a quinta empreitada de Datena no cenário político. Apesar de sua popularidade na televisão, as urnas não refletiram essa fama, como indicavam as pesquisas eleitorais.
O jornalista alcançou apenas 1,84% dos votos válidos, terminando a disputa em quinto lugar. A trajetória de Datena nas eleições destacou um descompasso entre sua visibilidade midiática e o apoio popular no cenário político.
- 8 — Cascavel (PR): Renato Silva (PL) — R$ 37 milhões
Renato Silva, aos 73 anos, atual vice-prefeito de Cascavel, Paraná, venceu a eleição para a prefeitura no domingo 29. Com 56,41% dos votos válidos, o candidato do Partido Liberal (PL) saiu vitorioso.
A trajetória dele na política começou em 1982, quando foi eleito vereador. Em 2000, atuou como suplente de deputado federal. Além da carreira política, Silva é empresário e proprietário do Centro Universitário Univel desde 1997.
- 9 — Volta Redonda (RJ): Mauro Campos (Novo) — R$ 31 milhões
Mauro Campos, engenheiro e CEO do Grupo Aceplan Construções e Incorporações, é conhecido no setor da construção civil. Ele já presidiu a associação comercial de Volta Redonda por três mandatos e liderou o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense por sete mandatos consecutivos.
Campos também atuou como primeiro tesoureiro da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro e foi diretor na Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Recentemente, decidiu ingressar na política e se candidatou à Prefeitura de Volta Redonda (RJ). Na eleição municipal de 2024, Mauro Campos obteve 13,54% dos votos, terminando em segundo lugar. Neto (PP) foi eleito prefeito.
- 10 — Piracicaba: Luciano Almeida (PP) — R$ 30 milhões
Luciano Almeida, atual prefeito de Piracicaba, no interior paulista, e integrante do Partido Progressista (PP), busca a reeleição neste ano. Apesar de sua experiência como ex-deputado, ele, que conclui a lista dos dez candidatos mais ricos no Brasil que disputaram o cargo de prefeito nas eleições municipais deste ano, não teve êxito. Com apenas 2,46% dos votos válidos, não foi reeleito.