Ministro é bem-visto por integrantes do governo, mas polêmicas têm gerado tensões consideradas desnecessárias
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode estar com os dias contados no governo. O tema, entretanto, é muito sensível até para o presidente Jair Bolsonaro. Ele sabe que Weintraub é a personificação do “bolsonarismo raiz” entre seus ministros. Por isso, uma possível troca é tratada com muito cuidado, por respeito ao ministro e aos eleitores.
A possível saída de Weintraub não é certa porque, diferentemente de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, e Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, Weintraub não bate de frente com o presidente. Tampouco adota uma gestão em desagrado com o governo.
O debate sobre a saída gira em torno da governabilidade do governo e da própria pasta da Educação. Oeste apurou que pesa contra Weintraub o acúmulo de polêmicas, muitas tratadas como desnecessárias. Interlocutores governistas apontam que desagrega mais do que agrega com outras instituições.
A Medida Provisória (MP) 979/2020 é um exemplo. A proposta, conhecida como a “MP dos reitores“, permitiria que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, escolhesse reitores de universidades e institutos federais durante a pandemia. A matéria foi devolvida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e anulada por Bolsonaro.
Rejeição
O Ministério da Educação chegou a propor durante a pandemia uma MP regulamentando o ensino domiciliar, o chamado homeschooling. O texto foi encaminhado à Casa Civil e não tramitou mais. Basicamente, propostas assinadas por Weintraub que dependam de aprovação do Congresso acabam encontrando uma resistência legislativa quase imediata.
A resistência é real mesmo após o reposicionamento de forças do governo no Congresso. Bolsonaro foi avisado que, mesmo com o apoio do Centrão, matérias propostas por Weintraub são difíceis de serem aprovadas. A rejeição é pior ainda junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O Executivo vem trilhando um caminho de reconciliação com os ministros.
Uma demissão de Weintraub cria, contudo, um paradoxo ao governo. Da mesma forma que ela traz pontos positivos para a governabilidade, ela tende a desgastar Bolsonaro com a militância. Sem ela, o presidente pode ficar enfraquecido popularmente. Por isso, Bolsonaro é aconselhado por uns para mantê-lo, e por outros para demiti-lo.
Outro nó górdio .
Eu acho que Bolsonaro deve mantê-lo. Weibntraub pra encarar toda a estrutura aparelhada do MEC e tirar o Brasil da miséria educacional que está. Deve poupar suas energias, evitar polêmicas e se concentrar na sua verdadeira missão e no legado que pode deixar nessa pasta.
Estou estranhando a Revista Oeste. Repercutindo notícias alfinetando o governo….
Começo a desconfiar que estão bebendo da mesma água que os Antagonistas….
Verdadeira sinuca de bico. Mas qualquer um que for ministro nesta pasta terá dificuldades imediatamente pois é aí que reside o maior foco de defensores e apoiadores de governos passados e a resistência maior representada pelas Universidades. Presumo que vários ministros passarão por esta pasta até o final do atual mandato do governo Bolsonaro.