A Secretaria de Educação do Paraná (Seed) afastou diretores que apoiaram a greve contra a lei que instituiu o programa Parceiro da Escola, no fim da semana passada. Os professores da rede estadual usaram as redes sociais e aplicativos de mensagem para criticar o afastamento das funções.
O programa Parceiro da Escola prevê a gestão de colégios compartilhada com empresas privadas. A Justiça considerou a greve ilegal.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) chegou a pedir a prisão da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, Walkiria Olegário Mazeto. O órgão alega que ela atuou pela manutenção indevida da paralisação.
Governo justifica afastamentos em meio à greve de professores
De acordo com o jornal Gazeta do Povo, o governo paranaense, por meio da Seed, justificou que o “afastamento (e não desligamento)” de diretores ocorreu por “indícios de descumprimento de seus deveres profissionais”. O Executivo estadual ainda afirmou que a decisão se deu “conforme estabelecido pelas normas e regulamentos que regem a atuação dos profissionais da educação do Estado”.
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Os processos administrativos correm em sigilo. A secretaria não confirmou a relação entre a investigação e o envolvimento dos educadores com a greve.
“Cada caso é analisado individualmente, ao considerar os fatos específicos apresentados em seus respectivos processos”, acrescenta a Seed. O número de afastamentos não foi informado pela pasta.
Um dos casos é o da professora Carmen Lucia de Souza Pinto, diretora do Instituto de Educação de Ponta Grossa. Ela usou as redes sociais para afirmar que, apesar da decisão da Seed, estava tranquila. Além disso, disse que segue em defesa da educação pública.
Na manhã da última sexta-feira, 7, alunos do Instituto em Ponta Grossa protestaram em apoio à ex-diretora.
Reações e consequências da greve
Um relatório do Núcleo Regional de Loanda, no norte do Paraná, também resultou no afastamento da diretora do Colégio Estadual Ary J. Dresch. A escola fica no município de Nova Londrina.
Além desses casos, há registros de professores do Grupo de Estudos Formadores em Ação, que souberam de seus afastamentos em reuniões on-line. “Venho aqui para comunicar que não poderei seguir nos estudos, porque fui desligada do GE Formadores em Ação por adesão à greve”, postou um dos professores afastados.
Posicionamento dos partidos políticos
O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná, deputado estadual Arilson Chiorato, disse que a bancada de oposição ao governador Ratinho Júnior (PSD) vai pedir explicações à Seed sobre os afastamentos. Além disso, petistas ameaçam levar o caso ao Ministério Público do Trabalho.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná afirmou que recebeu denúncias nesse sentido. De acordo com a entidade, o governo afastou servidores públicos depois de manifestações contrárias ao Programa Parceiro da Escola.