Prédio se tornou simbólico por ter abrigado o ex-presidente Lula e vários réus presos pela Operação Lava Jato
A sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, voltou a ser o centro das atenções neste sábado, 2. É nesse edifício, no bairro Santa Cândida, a cerca de 10 quilômetros do centro da capital paranaense, que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro presta depoimento.
Moro é ouvido no âmbito do inquérito aberto para apurar declarações dele de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Desde que deixou o cargo no governo, o ex-ministro voltou a morar em Curitiba e, por isso, a oitiva está sendo feita no local.
A partir de 2014, a sede da PF em Curitiba se tornou símbolo do combate à corrupção no Brasil. Nela ficaram detidos na carceragem do prédio os principais presos na Operação Lava Jato, como o empresário Marcelo Odebrechet e o doleiro Alberto Youssef.
Eduardo Cunha, João Vaccari Neto, André Vargas, Nestor Cerveró, Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa também passaram uma temporada por lá. Todos foram presos por decisão do então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Mas o dia mais simbólico para a sede da Polícia Federal na capital paranaense foi 7 de abril de 2018. Naquela data, o ex-presidente Lula foi preso. O petista permaneceu 580 dias em uma cela especial de 15 metros quadrados no último andar do edifício.
Lula foi condenado sob a acusação de aceitar um tríplex, no Guarujá/SP, como propina paga pela construtora OAS em troca de um contrato com a Petrobras.
No ano seguinte, o Supremo Tribunal Federal mudou o entendimento sobre o cumprimento de pena de prisão após condenação em segunda instância, e o petista foi solto em 8 de novembro de 2019.
Agora, os holofotes se voltam novamente para o prédio da PF em Curitiba, onde Sergio Moro é ouvido em inquérito que apura acusações dele contra Bolsonaro. Este poderá ser mais um capítulo decisivo na história recente do Brasil.