Partidos serão ‘barrigas de aluguel’ de candidaturas afinadas com a agenda do governo. Republicanos desponta como o principal ‘hospedeiro’
Sem o Aliança pelo Brasil, cinco partidos despontam como opções de “barriga de aluguel” para receber candidaturas “bolsonaristas”: PSD, PL, Podemos, Cidadania e Republicanos. As legendas estão em “namoro” com deputados da base aliada do presidente Jair Bolsonaro para receber postulantes afinados com a agenda do governo.
O Republicanos é a sigla que desponta e mais deve receber candidaturas. A filiação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao partido despertou a atenção dos “bolsonaristas” que desejam disputar as eleições municipais.
Leia mais: “Bolsonaristas montam força-tarefa para criar Aliança pelo Brasil até o fim do ano”
Abertamente, Bolsonaro não apoiará nenhuma candidatura. Os postulantes serão apoiados de forma indireta, por parlamentares da base aliada na Câmara. “Dependendo do município, da região, da conjuntura local, nós nos estruturaremos com determinados partidos”, explica o deputado federal Márcio Labre (PSL-RJ).
O deputado diz que não há a menor possibilidade de serem lançadas candidaturas por partidos da oposição, a exemplo do PT, PSol, PCdoB, PSB e PDT. “Mas existem lugares em que conseguimos fazer composição com PSD, PL, Podemos, Republicanos e Cidadania”, destaca.
O Republicanos é o principal partido visto como “hospedeiro” de candidaturas do Aliança, reconhece Labre. Mas não significa que será o único a receber os candidatos “bolsonaristas”. “Existem outros que também estão se associando para poder, de alguma forma, estar montando esse grupo de apoio para começar a governar os municípios”, ressalta.
No Rio de Janeiro, Labre vai apoiar candidatos em Macaé, Saquarema, Mesquita e São Gonçalo. “São municípios em que tenho atuado bastante para construir prefeituras”, explica. Os candidatos a vereador virão na esteira dos apoiados às prefeituras.
O parlamentar diz que vai usar os horários e dias em que não tiver expediente na Câmara para apoiar candidatos e ampliar a musculatura do governo nos municípios. “Vou subir no palanque quando puder. Quando não tiver expediente, vou trabalhar sábado, domingo, segunda”, sustenta.
Para Labre, a própria imagem de Bolsonaro vai ajudar a emplacar postulantes de peso nas eleições. Sobretudo se a popularidade dele continuar estabilizada e os sinais econômicos reagirem. “Estamos em processo de reação. Se daqui a três meses estivermos sinalizando um momento econômico de retomada, isso vai descarregar automaticamente na ampliação do prestígio do presidente e quem estiver associado a nós vai se beneficiar disso”, acredita.
Irão se filiar ou já se filiaram a estes partidos?
A “janela” para mudança partidária não encerrou em 04/04/2020?