A Comissão de Relações Exteriores do Senado vai convidar o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, o diretor presidente do Grupo Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, e o embaixador da França, Emmanuel Lenain, para explicações sobre o posicionamento da França quanto ao acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul e as declarações recentes do CEO do Carrefour.
Os requerimentos, de autoria dos senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e Tereza Cristina (PP-MS), foram aprovados na sessão da última quarta-feira, 27. Ainda não há data marcada para a audiência.
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Os convites integram a ofensiva do Congresso contra o veto do Carrefour na França às carnes do Mercosul, incluindo a brasileira. O movimento é uma reação à declaração de Bompard — há uma semana ele comunicou em suas redes sociais que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente de “preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer”, sugerindo ainda que os produtos não atendiam às qualificações do mercado francês.
O governo brasileiro repudiou as falas, com várias declarações contrárias do Ministério da Agricultura e do Itamaraty, e pediu uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu na terça-feira 26, com o envio de uma carta do executivo francês ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Alguns parlamentares, sobretudo da bancada do agronegócio, classificaram a carta de Bompard como fraca e ainda cobram explicações do grupo francês.
Senado quer saber se a França concorda com o Carrefour
A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS) defendeu a necessidade de ouvir o posicionamento da França sobre as declarações que colocam em xeque a qualidade da carne brasileira e o seu atendimento a padrões internacionais para que se esclareça o posicionamento da República da França.
“Isso é inverdade, porque o Brasil exporta para mais de 160 países no mundo e é signatário de diversos protocolos sanitários. Se a França não quer entrar no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), o Brasil não tem nada com isso. É um problema dos franceses, agora não admitiremos colocar uma imagem falsa sobre produtos brasileiros”, afirmou Tereza Cristina.
Para a senadora, o pedido de desculpa de Bompard foi “pífio”, e a crise escalou nos últimos dias, com adesão de outros supermercadistas franceses às declarações do CEO da Tereos.
“Não podemos admitir essa falta de respeito com o Brasil e com os produtos brasileiros. A medida foi contra o Mercosul, mas o foco é o Brasil, a ponto de ontem ter tido uma reunião no Parlamento francês na qual deputados falaram que os produtos brasileiros são lixo e que os franceses não podem colocar lixo no seu prato. Isso precisa de uma retratação”, afirmou a senadora.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado