Apoio de caciques como Renan Calheiros (MDB-AL) é visto como uma espécie de vingança branca contra presidente da Câmara
Integrantes do Senado admitem nos bastidores que o movimento da Casa para manter o chamado veto 52, relacionado ao orçamento impositivo, na realidade é uma espécie de vingança branca contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e membros do Centrão.
Desde o ano passado, senadores estão insatisfeitos com o protagonismo da Câmara e da forma como eles são instados a apenas “legitimar” as matérias que saem das mãos dos deputados, como aconteceu durante a tramitação da Reforma da Previdência, por exemplo. Além disso, os senadores, conforme apuração da revista Oeste, também não querem deixar nas mãos de um único deputado, Domingos Neto (PSD-CE), a destinação de aproximadamente R$ 30 bilhões do orçamento.
Na visão destes senadores, ao dar essa responsabilidade ao relator da matéria, o Senado mais uma vez perderia força e não teria poder para conseguir articular a destinação de pelo menos uma parte destes valores.
Dessa forma, caciques de partidos como o MDB acreditam que é melhor manter o veto do presidente da República a deixar com a Câmara a responsabilidade na destinação destes R$ 30 bilhões. O apoio declarado de senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) também é visto como uma maneira dos senadores serem poupados dos protestos do próximo dia 15 de março. O recado que os senadores pretendem dar à sociedade é simples: “isso é ideia e articulação da Câmara”.
Assim, caciques do Senado querem que Rodrigo Maia fique isolado nesta briga com o presidente da República deixando apenas com o democrata o ônus dos protestos convocados pela militância bolsonarista.