Nos dois primeiros anos da gestão de Jair Bolsonaro, o número de armas apreendidas superou o do período inicial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) revelam uma diferença de 6,1% nas apreensões entre as administrações.
Durante 2019 e 2020, sob o liberal, houve o confisco de 221.244 armas de fogo. Nos anos de 2023 e 2024, sob o petista, o total foi de 207.679.
Conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberto Uchoa afirmou ao portal Metrópoles que são as polícias estaduais quem principalmente realiza as apreensões. Assim, há baixa influência dos governos federais.
“Não tem a ver com políticas de governo federal; é até um problema, uma vez que nenhum dos dois governos possuía uma política efetiva de combate ao tráfico de armas na sociedade”, analisou Uchoa.
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“Esses dados são apresentados pelos Estados e compilados no Sinesp, que se tornou uma base de dados de âmbito nacional, mas com informações fornecidas pelos Estados. Então, ele não reflete uma política pública do governo federal.”
Dados sobre apreensões e explicações do governo Lula

O Ministério da Justiça e Segurança Pública esclareceu que apenas compila os dados enviados pelas Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal. A pasta não realiza análises sobre as causas ou consequências das apreensões.
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“O Ministério da Justiça e Segurança Pública esclarece que disponibiliza apenas dados estatísticos sobre apreensões de armas, conforme informações fornecidas pelos Estados e pelo Distrito Federal, por meio de suas Secretarias de Segurança Pública”, informou o órgão. “A pasta não faz análises sobre causas, efeitos ou motivos das apreensões.”
Minas Gerais, segundo Estado mais populoso do Brasil, lidera em apreensões de armas — totaliza 118.429 entre 2019 e 2024. Dessa forma, MG supera São Paulo, que contabilizou 70.853 apreensões de armamentos ilegais, no mesmo período.
Ainda conforme publicação do portal, Uchoa sugere que o elevado número em Minas Gerais pode ser em razão do aumento na circulação de armas ou de uma ação mais eficaz das polícias estaduais no combate ao armamento ilegal.