O sócio do humorista Nego Di, Anderson Bonetti, que foi preso na última segunda-feira, 22, já esteve envolvido em um esquema que desviou R$ 35 milhões de grandes empresas, conforme informou o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) na época.
Bonetti foi um dos 13 alvos de busca e apreensão na Operação Criptoshow. Segundo o Ministério Público, pelo menos R$ 18 milhões do montante desviado foram convertidos em bitcoins em nome de terceiros. A operação visava desmantelar uma organização criminosa que burlou a segurança digital de um grande banco.
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De acordo com as investigações envolvendo Bonetti, o dinheiro foi desviado através de uma técnica sofisticada intermediada por uma empresa sediada em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul.
O furto começou com o acesso normal à conta bancária via internet banking, usando login e senha de um dos investigados, que programou 11 transferências bancárias para seis destinatários.
Em abril de 2020, foram desviados R$ 30 milhões da conta de uma grande indústria por meio de 11 transferências eletrônicas (TEDs) para seis empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo e Porto Velho, Rondônia. No mesmo mês, outro golpe desviou mais R$ 5 milhões de outra empresa correntista.
Defesa diz que Bonetti é “vítima”
A defesa de Anderson Bonetti afirmou à CNN que ele e sua empresa, que negociava bitcoins, foram vítimas de um suposto hacker, responsável pelo desvio dos R$ 30 milhões da conta da indústria.
Depois da prisão de Anderson Bonetti, a polícia pretende iniciar uma nova fase da investigação para apurar se os dois lavaram o dinheiro obtido das vítimas de estelionato pela não entrega de produtos da empresa “Tadizuera” em 2022.
Os investigadores informaram que Bonetti tinha papel crucial no suposto esquema de estelionato, comandando a parte virtual do site que arrecadava o dinheiro das vítimas.
Prisão de Nego Di
O humorista Nego Di foi preso em 14 de julho em uma casa na Praia de Jurerê, em Florianópolis (SC).
A polícia também prendeu a mulher de Nego Di, Gabriela Sousa, mas a liberaram depois de pagar fiança de R$ 14 mil.
Segundo a investigação, Nego Di e Anderson Bonetti teriam lesado pelo menos 30 pessoas com a loja virtual “Tadizuera”.
Além disso, o influenciador é investigado por rifas virtuais com prêmios atraentes, como dinheiro, celulares e carros, que resultaram em uma investigação por lavagem de dinheiro.
A investigação revelou que os depósitos das rifas eram direcionados para contas vinculadas a empresas em nome do casal e parentes. No total, as vítimas depositaram R$ 2,6 milhões. Segundo os investigadores, a fama de Nego Di foi um fator significativo para atrair vítimas.
Como tem malandros neste país…Que lástima.