O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encerrou o segundo turno das eleições com 629 dos 645 municípios paulistas sob o comando de correligionários e aliados. O destaque vai para o Partido Social Democrático (PSD), do vice, Felicio Ramuth, e do secretário de Governo, Gilberto Kassab.
Segundo apuração do jornal O Globo, os aliados veem o resultado como uma demarcação da autonomia de Tarcísio em relação a Jair Bolsonaro (PL), além de demonstrar que ele é mais forte no Estado do que o ex-presidente.
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Nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes, o cálculo inclui 205 prefeitos do PSD, 104 do PL, de Bolsonaro, 82 do Republicanos e 65 do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Outros partidos da base, como Partido Progressistas (PP), União Brasil e Podemos, também conseguiram eleger prefeitos.
Em contraste, a esquerda elegeu apenas quatro prefeitos do Partido dos Trabalhadores (PT), quatro do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e nove do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Tarcísio obteve sucesso também em cidades onde apoiou candidatos diferentes dos indicados por Bolsonaro. Porém, segundo o jornal, o governador mantém um pacto não declarado com o ex-presidente.
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Ele evitou, por exemplo, se envolver em disputas fora do Estado para não se indispor com o ex-presidente, ao contrário de outros possíveis candidatos da direita em 2026, como Romeu Zema (Novo).
Em Santos, o correligionário Rogério Santos venceu Rosana Valle (PL), apoiada por Bolsonaro. Já em São José dos Campos, Anderson Farias (PSD) derrotou Eduardo Cury (PL).
Em São José do Rio Preto, Bolsonaro saiu vitorioso com a eleição do aliado Coronel Fábio Cândido (PL) contra Itamar (MDB), apoiado pelo partido de Tarcísio.
Em outras cidades, o enfrentamento entre a dupla ficou no zero a zero. Em Taubaté (SP), Ortiz Júnior (Republicanos) ficou à frente de Márcia (PL) no primeiro turno, mas o governador paulista viu o correligionário perder para Sergio Victor (Novo) no último domingo, 27.
Tarcísio sai fortalecido das eleições municipais
No saldo geral, segundo análise de O Globo, Tarcísio sai de sua primeira eleição municipal como governador fortalecido e com musculatura política para disputar a reeleição em 2026 ou mesmo a Presidência.
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A vitória de Nunes na capital também fortaleceu o governador depois de seu empenho decisivo na disputa municipal. O governador foi chamado de “líder maior” pelo prefeito reeleito em coletiva de imprensa na noite deste domingo.
Apesar do sucesso, a supremacia do PSD, de Kassab, sobre outras legendas promete desafios para Tarcísio. O partido é alvo da oposição, que chegou a sugerir um boicote à sigla devido à campanha pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é filiado ao partido e não acolheu os pedidos protocolados pela oposição. A bancada do PSD na Casa também não aderiu à proposta.
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A presença contínua de Gilberto Kassab na Secretaria de Governo, conhecido como “primeiro-ministro” por sua influência, também incomoda Bolsonaro, segundo o jornal. Tarcísio, porém, sinaliza que a aliança com o PSD deve durar.