'Tenho muitos problemas para me preocupar', diz Barroso sobre anistia

Em um evento realizado em Campinas (SP), o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 17, depois de sua participação no evento.

“Se e quando passar, se passar pelo Congresso, vou ter que me preocupar com isso”, afirmou Barroso, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. “Já tenho muitos problemas, aqui e agora, para me preocupar com o que possa acontecer no futuro.”

A oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva lidera um projeto de lei que visa a anistiar os presos e investigados pelos atos na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Inicialmente, a proposta estava sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, mas foi transferida para uma comissão especial no fim do ano passado.

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Até agora, essa comissão especial ainda não foi formalmente estabelecida para prosseguir com a discussão do projeto. A oposição, especialmente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, continua empenhada em manter o tema em destaque.

Parlamentares pedem anistia

No último dia 11, parlamentares realizaram uma manifestação nos corredores da Câmara. Os deputados utilizaram cartazes e deram palavras de ordem como “anistia já”.

Durante a mobilização, Vanessa Vieira, mulher de Ezequiel Ferreira, um dos acusados pelos eventos de janeiro, foi levada para uma audiência com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Vanessa participou de uma coletiva de imprensa ao lado dos deputados, ao comentar a situação de seu marido, que está foragido.

Manifestações estão sendo organizadas para 16 de março, com os temas “Anistia Já para o 8/1” e “Fora Lula 2026”, conforme anunciado por Bolsonaro. Hugo Motta demonstrou alguma simpatia pela discussão, ao afirmar que as penas aplicadas são severas demais.

Porém, segundo o Estadão, Motta garantiu a pelo menos dois ministros do STF que pautar o projeto de anistia não está entre suas prioridades.