O vereador paulistano Toninho Vespoli (Psol) enviou a apoiadores uma revista que inclui uma entrevista com o pré-candidato a prefeito de seu partido, o deputado federal Guilherme Boulos. A produção da publicação se deu com recursos do gabinete do psolista na Câmara de São Paulo — ou seja, dinheiro público.
Vespoli é um dos coordenadores políticos da pré-campanha de Boulos à Prefeitura de São Paulo. A Revista da Gente, que acompanha adesivos e panfletos com referências eleitorais favoráveis ao Psol, gerou polêmica entre especialistas. Eles veem possíveis irregularidades na ação. Para as eleições municipais deste ano, a liberação à propaganda eleitoral se dá somente a partir de 16 de agosto.
O vereador, por sua vez, nega qualquer infração. Vespoli ainda acusa aliados do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), de intimidação.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A Revista da Gente menciona 2024 como “terceiro turno da campanha nacional” e defende uma “frente ampla” nas eleições municipais.
Segundo a publicação, o objetivo da “frente ampla” seria levar adiante “a luta por uma cidade e uma política que não sejam pautadas pelo ódio”.
O material também utiliza a expressão “fica, vai ter Boulos”, em uma alusão à expressão “fica, vai ter bolo” e, consequentemente, ao sobrenome do pré-candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo.
Aliados de Ricardo Nunes reagem
Apoiadores de Ricardo Nunes estudam medidas judiciais contra Vespoli. O vereador psolista justifica a publicação como uma prestação de contas de 12 anos de mandato.
No primeiro semestre, Vespoli gastou R$ 65,6 mil na impressão de 88 mil boletins informativos, de acordo com dados da Câmara Municipal.
Vespoli também alega que há uma tentativa de censura pelo governo de Ricardo Nunes em virtude das ações protocoladas por seu mandato no Tribunal de Contas do Município de São Paulo e no Ministério Público.
O vereador afirma que a entrevista com Boulos faz parte do contexto da revista. De acordo com ele, o conteúdo aborda pautas para a cidade.
Advogada fala sobre a publicação pró-Boulos
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a advogada Juliana Rodrigues Freitas, da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político, vê indícios de propaganda antecipada e improbidade administrativa.
Ela afirma que a revista extrapola a publicidade das atividades do mandato, ao gerar confusão entre as figuras de vereador e apoiador de uma pré-campanha.
Outro vagabundo que não trabalha