Witzel quer trégua com Bolsonaro

Após ser alvo de operação da Polícia Federal, governador do Rio de Janeiro pede para ser recebido pelo presidente e tentar negociar dívidas do Estado

Depois de chamar o presidente Jair Bolsonaro de fascista e afirmar que ele tentava instaurar uma ditadura no Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, amainou o discurso e agora quer uma trégua com o chefe do Executivo.

Witzel pediu para retomar o diálogo com o presidente e chegou até mesmo a agradecer o envio de respiradores a seu Estado pelo governo federal.

“Tenho vários problemas a ser resolvidos, como o Regime de Recuperação Fiscal, a queda do royalty do petróleo. Temos muitos problemas e soluções a apresentar para o presidente”, revelou Witzel em entrevista à Rádio Bandnews. “Continuarei crítico de forma respeitosa, como sempre fui, e espero que o presidente possa me receber para que a gente converse e encontre soluções.”

Após ser alvo de uma operação da Polícia Federal, o governador fluminense nunca mais fez crítica de forma alguma a Bolsonaro. Já o presidente chegou a dizer que, depois da operação de busca e apreensão, Witzel poderia “brevemente” ser preso.

Aparentemente, Wilson Witzel se lembrou de que, finda a pandemia, terá de negociar com o governo federal o enfrentamento dos efeitos econômicos da crise e a renovação do regime fiscal, que deve ser feita ainda no fim deste ano. Além de ganhar mais um triênio para pagar a dívida do Estado, Witzel quer negociar alguns pontos com o governo federal.

Após a Operação Placebo, o governador perdeu seis de seus secretários e enfrenta dez processos de impeachment na Assembleia Legislativa do Estado.