Iniciativa pioneira realizada pela Brasil BioFuels, se destaca pela geração de energia elétrica limpa com biocombustíveis, produzidos a partir do beneficiamento da palma de óleo, cultivada em áreas degradadas da Amazônia.
Fundada em 2008, a Brasil BioFuels (BBF) atua no agronegócio sustentável, produção de biocombustíveis e, por fim, na geração de energia elétrica renovável que, por sua vez, atende comunidades em diversas localidades na região Norte, que pertencem aos chamados Sistemas Isolados, ou seja, que não estão conectados com o Sistema Interligado Nacional (SIN) de abastecimento de energia elétrica. Essa cadeia sustentável tem início com a cultura da palma de óleo, uma oleaginosa que teve introdução no Brasil no século XVI, vindo do continente africano. A planta se adaptou inicialmente na Bahia, onde é conhecida como dendezeiro e seu óleo é ingrediente indispensável para vários pratos da culinária baiana. Mas, atualmente, é na Amazônia que a palma de óleo tem sua maior produção – a combinação do clima com o solo faz da região o local ideal para o desenvolvimento da palma de óleo em larga escala.
Com o Marco Legal do Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo para as Áreas Desmatadas da Amazônia Legal, de 2010, que culminou na publicação do Decreto Federal n° 7.172 e identificou mais de 31 milhões de hectares aptos ao cultivo na Região Amazônica, de acordo com estudo robusto conduzido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
É nesse contexto que a BBF desenvolveu suas operações e se tornou a maior produtora de palma de óleo da América Latina, com mais de 68 mil hectares cultivados no total, sendo 8,3 mil hectares em São João da Baliza (RR) e 60,4 mil hectares no Pará, em quatro polos de produção agrícola, localizados nos municípios de Acará, Concórdia, Moju e Tomé-Açu, por meio da aquisição da Biopalma da Amazônia, anteriormente controlada pela Vale, no fim de 2020.
A atuação do grupo no agronegócio segue um modelo verticalizado: começa no cultivo da palma de óleo, passa pela comercialização, pela produção de biocombustíveis e finaliza com a geração de energia elétrica renovável para mais de 140 mil clientes da Região Amazônica. Atuando de maneira integrada, o Grupo BBF possui três unidades de negócios: BBF Agro, BBF Biocombustíveis e BBF Energia, aproveitando toda a cadeia produtiva, gerando renda e preservação ambiental.
A BBF atua de forma integrada em todo o ciclo produtivo: plantio, manejo, processamento e comercialização do óleo de palma. Produz anualmente cerca de 200 mil toneladas de óleo de palma, processadas em usinas extratoras próprias, em Roraima e no Pará.
O óleo de palma é amplamente utilizado na indústria alimentícia e se destaca por ser o óleo mais consumido pela humanidade. No Brasil, a BBF é pioneira no uso do óleo de palma para produção de biocombustíveis renováveis.
A palma de óleo é uma oleaginosa altamente eficiente para produção de óleo vegetal. Enquanto a soja rende 0,4 tonelada de óleo por hectare/ano, a palma de óleo rende 4 toneladas de óleo por hectare/ano, segundo dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). É uma cultura perene e robusta, com ciclo de vida produtivo superior a 35 anos. Ela ainda apresenta vantagens do ponto de vista ambiental, como a alta capacidade de captura de carbono da atmosfera. A área total cultivada pela BBF é responsável anualmente pela captura de mais de 421 mil toneladas de CO2, são cerca de 10 milhões de palmeiras plantadas em áreas degradadas da Amazônia.
A palma de óleo oferece uma boa cobertura do solo, que é protegido de erosão e lixiviação — processo de retirada de nutrientes do solo. Socialmente, ela contribui para a geração de renda e emprego, sendo uma excelente opção como atividade âncora em geração de empregos e fixação do homem no campo. A BBF gera mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos, nos cinco Estados da Região Norte, onde atua. Além disso, por meio do Programa de Agricultura Familiar, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a BBF incentiva mais de 400 famílias nas comunidades dos municípios de Tomé Açu e Acará, no Estado do Pará. Entre outras ações, a empresa fornece mudas, assistência técnica, auxílio para crédito bancário, estímulos à melhoria contínua e garantia de compra dos frutos a preços competitivos do mercado.
Ao contrário do que acontece em outros países, a produção no Brasil segue uma rígida legislação ambiental. O Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, criado em 2010, proíbe a derrubada de floresta para esse fim e determina que o cultivo seja feito apenas em áreas previamente aprovadas, que tenham sido desmatadas até 2007. O objetivo é que o equilíbrio ecológico seja restabelecido nessas áreas. A palma de óleo tem um cultivo perene, os frutos são colhidos enquanto a árvore adulta continua no solo.
Do óleo à energia
No coração da Amazônia, a BBF desenvolve um modelo de negócio sustentável, com respeito ao meio ambiente, às pessoas e ao futuro do planeta. Para o CEO da empresa, Milton Steagall, é possível levar uma energia limpa e acessível para as populações dos Estados do Norte, recuperando o equilíbrio de áreas degradadas, empregando os moradores do campo e sem precisar trazer uma enorme quantidade de diesel do Sudeste do país. “Basta pensar em novas fontes de energia que se adaptem bem ao clima da região”, explica ele, que comanda a empresa e tem como propósito descarbonizar a Amazônia.
A partir do óleo de palma extraído em suas usinas em Roraima e no Pará, o Grupo BBF produz biodiesel de óleo de palma em sua usina de biocombustíveis localizada em Ji-Paraná, Rondônia. Além disso, está em processo de licenciamento ambiental para implantar outra usina produtora do biocombustível, na Zona Franca de Manaus, a partir de 2024. A maior parte desse biodiesel produzido é usada como biocombustível limpo para a geração de energia elétrica nas 25 usinas termelétricas da BBF em operação na Região Norte do país.
Próximos passos da BBF Agro
Hoje o vetor principal da vertical agro da BBF é o cultivo sustentável da palma de óleo, mas os planos de ampliação já são concretos. “Vamos avançar no cultivo de outras espécies — entre elas, o cacau. Preparamos um modelo ainda inédito para o cultivo da fruta, que será na sombra da palma, também apoiando a recomposição do solo, a captura do carbono e a recuperação de áreas degradadas. Essa produção tem potencial de ser a maior do mundo em cinco anos, seguindo o Sistema Agroflorestal de Cacau”, adianta Steagall.
Outro projeto já em andamento foi a inauguração de uma nova usina extrusora de soja no município de Paragominas, localizado no sudeste do Estado do Pará. O objetivo do grupo com a nova extrusora é suprir a demanda local pelo farelo de soja para nutrição animal, bem como baratear o custo do produto no Estado. Além da fabricação da sua própria linha de produtos, a empresa disponibilizará sua estrutura para que produtores locais possam processar sua soja na nova extrusora da BBF. “O Estado do Pará vem crescendo ano a ano sua participação na produção de soja no Brasil, e a BBF, atenta a essa tendência, investe em um novo ativo agroindustrial, para acelerar a produção dos derivados de soja na região, proporcionando produtos de alta qualidade e custo competitivo”, destaca o CEO. O produto da nova extrusora da BBF se destaca por ter em sua composição maior valor energético, com cerca de 12% de óleo (extrato etéreo), e a garantia de 41% de proteína vegetal.
não seria “óleo de palma”?
Excelente matéria, porém, faltou a informação sobre a origem do ‘Capital’ da empresa :- Nacional ou Internacional? Creio haver relevância nessa informação face as polêmicas s/ atividade produtiva na Amazônia.
Trata-se de uma empresa nacional, multinacional, ou estatal? Quem são os sócios? de Onde saiu a grana para o investimento? Quem desenvolveu a tecnologia?
Cadê o revisor ?
Troquem o “palma de óleo” (anglicismo?) por “óleo de palma” .
E se quiserem ser mais nacionalistas usem “dendê” .
O texto esta um pouco desatualizado, a esquerda ambientalista abandonou a expressão aquecimento global, agora dizem que combatem as mudanças climáticas.