Por que a esquerda está repentinamente preocupada com o “fim da democracia”, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos? Não, eles não estão com medo porque a democracia “não funciona mais”, mas porque ela ainda funciona — apesar do grande e incansável esforço para distorcê-la e sequestrar suas prerrogativas através da mídia, hoje terrivelmente corrompida e comprometida.
Quando se trata de obter notícias sobre governo e política, existem diferenças ideológicas gritantes nas fontes de informação que os norte-americanos usam. Em uma pesquisa antes da histórica eleição presidencial norte-americana de 2016, quando, inesperadamente, Donald Trump ganhou o tíquete para sentar no Salão Oval na Casa Branca, os entrevistados foram perguntados a qual meio de comunicação eles recorriam com maior frequência para notícias sobre governo e política. As menções mais frequentes eram duas redes a cabo: CNN e Fox News. De lá para cá, as diferenças ideológicas se tornaram mais acirradas, a confiança em uma única fonte aumentou e a polarização política foi anabolizada.
Aqueles com valores políticos conservadores são orientados em torno de um único meio — a Fox News — em grau muito maior do que em qualquer outro grupo ideológico. Numa pesquisa de 2014, quase metade daqueles dos conservadores nomeou a Fox como sua principal fonte para questões políticas. Os canais de rádio ocuparam o segundo lugar, com Dennis Prager, Sebastian Gorka e Larry Elder. O hoje famoso âncora da Fox News, Sean Hannity, ganhou seu próprio show no canal de televisão depois do sucesso absoluto de seus programas no rádio. À esquerda, as opções são variadas, com CNN, NPR, MSNBC e New York Times no topo da lista.
O viés ideológico é uma das grandes preocupações de todos os norte-americanos com relação à mídia. A maioria deles, contudo, acredita que o viés esquerdista é predominante e pernicioso. De acordo com uma pesquisa Gallup de 2017, feita logo depois da vitória de Trump sobre Hillary, 64% dos norte-americanos acreditavam que a mídia favorecia o Partido Democrata — em comparação com 22% que disseram acreditar que favorecia o Partido Republicano. A consternação com o viés esquerdista na grande mídia é desenfreada, abrindo caminho para comentários de especialistas políticos e acadêmicos sobre o atual estado da imprensa.
Mas, em uma era em que as redes sociais desempenham um papel importante na desconstrução de falácias e roteiros ensaiados por alguns veículos, para onde correr quando o assunto é apenas notícias, sem viés ideológico nem distorções?
Pedágios ideológicos
No Brasil, sabemos que o solo é árido e a terra quase seca quando o assunto passa a ser fontes conservadoras de notícias, que apresentam os fatos como eles são e depois debruçam-se em análises sérias, doa a quem doer. Durante muito tempo, os brasileiros foram acostumados a engolir sem muitos questionamentos o que o Jornal Nacional colocava na mesa. Hoje, diante de milhões de agências checadoras nas palmas de nossas mãos, não é difícil entender por que o outrora consagrado programa se tornou obsoleto. Seu antigo poder de mudar — ou manter — opiniões dos telespectadores não existe mais. A influência de grandes grupos na decisão de um voto, como Globo e CNN, atualmente é quase nula. A torcida engoliu as opiniões sérias, e a velha imprensa se tornou apenas mais um partido político de oposição ao atual governo.
Mas o preço chega para esse ativismo tosco em que “fascistas e nazistas” passeiam pelo Brasil e pelos Estados Unidos com as bandeiras de seus países e “a democracia está a um passo da destruição”. Nos Estados Unidos, por exemplo, depois de apenas um mês no ar, um movimento surpreendeu os mundos da mídia e da tecnologia. A Warner Bros. Discovery encerrou todas as operações da CNN+ depois de um investimento astronômico no canal para assinantes. A paralisação dos serviços depois de tão pouco tempo foi um fim ignominioso para uma operação na qual a CNN investiu centenas de milhões de dólares.
Enquanto no Brasil há pouquíssimas fontes para esse jornalismo factual, nos Estados Unidos as coisas são um pouco diferentes
O canal entrou em colapso apenas dois dias depois que a Netflix divulgou um declínio trimestral nas assinaturas pela primeira vez em uma década, um possível sinal de alerta para grandes empresas de mídia que se juntam ao campo cada vez mais lotado de serviços de streaming aliados a vieses políticos ou agendas ideológicas. O fim abrupto da CNN+, bem como a projeção da Netflix de que perderá mais 2 milhões de assinantes nos próximos três meses, levantou questões sobre quantas pessoas estão dispostas a pagar por vários serviços de streaming, bem como quão lucrativas essas empresas podem se tornar nos próximos anos pagando todos os possíveis e imaginários pedágios ideológicos existentes no planeta.
Vale o fato
Quando um juiz conservador é nomeado para a Suprema Corte dos Estados Unidos, os detratores gostam de dizer que ele é “conservador” demais, com posições retrógradas e ultrapassadas. Na verdade, juízes conservadores na América são conhecidos por um único ponto: seguir à risca a Constituição e a letra fria das leis. Para o juiz norte-americano Antonin Scalia, um magistrado deve apenas aplicar a lei, jamais legislar ou atuar sem ser provocado. Nomeado pelo quadragésimo presidente norte-americano, Ronald Reagan, Scalia serviu à Suprema Corte dos Estados Unidos de 1986 até pouco antes da sua morte, em 2016. Era considerado um dos pilares jurídicos e intelectuais do originalismo e textualismo na defesa da Constituição dos Estados Unidos. Ou seja, vale o que está escrito. Sem ativismo, sem política. Como deveria ser também com o jornalismo. Vale o fato.
Enquanto no Brasil há pouquíssimas fontes para esse jornalismo factual, e aqui expresso minha honra em poder fazer parte de duas dessas fontes — nossa Revista Oeste e o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan —, nos Estados Unidos as coisas são um pouco diferentes. É claro que não é difícil encontrar facilmente conteúdo conservador on-line, mas pode ser difícil encontrar fontes que forneçam informações confiáveis. Algumas publicações são simplesmente destinadas a chamar sua atenção e dar cliques, enquanto outras são dedicadas a realmente educá-lo sobre tópicos relevantes.
A National Review continua sendo o principal destino do pensamento conservador e é um dos principais sites de informações sobre política externa. A revista foi fundada pelo autor William F. Buckley Jr., em 1955, e, desde a sua fundação, tem desempenhado um papel significativo no desenvolvimento do conservadorismo nos Estados Unidos, ajudando a definir suas fronteiras e promovendo fusões, enquanto se estabelece como voz de liderança na direita norte-americana.
O The Blaze, site do experiente jornalista Glenn Beck, apresenta notícias de última hora, comentários exclusivos e outros conteúdos independentes criados e entregues em formato de revista de notícias, muitas vezes acompanhados de vídeos. Esta publicação se orgulha de ser patriótica e objetiva.
O Red State, originalmente fundado por Erik Erickson, oferece artigos de opinião conservadores exclusivos e únicos em um formato de estilo blog. O conhecido grupo organiza uma reunião todos os anos. Políticos e aspirantes a candidatos presidenciais costumam participar para tentar convencer os conservadores a votar neles.
Uma combinação de notícias e opiniões, o LifeSiteNews.com cobre regularmente tópicos como família, fé e liberdade. Esta publicação não se esquiva de falar sobre as questões da eutanásia, pesquisa com células-tronco, bioética e aborto e é conhecida por destacar ativistas pró-vida em todo o país. As histórias também estão disponíveis em boletins diários.
O The Federalist se concentra em três temas principais: cultura, política e religião. Esta publicação produz um conteúdo único e mais objetivo do que um site de notícias comum e, embora ainda de tendência conservadora, segue a linha “Scalia”. Facts fisrt.
Embora o blog American Thinker não o surpreenda com gráficos, vídeos chamativos ou um lado multimídia apelador, ele o surpreenderá com muito conteúdo de opinião conservadora. O American Thinker publica informações exclusivas que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, geralmente de norte-americanos com antecedentes políticos impressionantes, uma opinião e um teclado. Esta publicação também convida os leitores a participarem de discussões sérias.
Fundado em 2012, o Washington Free Beacon oferece uma ampla variedade de conteúdo novo que inclui jornalismo investigativo exclusivo e sátira mordaz. Embora o veículo ofereça regularmente informações sólidas e risos, ele se aproxima mais do jornalismo opinativo.
O The Daily Wire é um site de notícias fundado em 2015 pelo comentarista político Ben Shapiro. Hoje já é a segunda editora mais popular no Facebook e produz podcasts como The Ben Shapiro Show. Muitas histórias do Daily Wire visitam o jornalismo de organizações de notícias tradicionais do passado, ao mesmo tempo em que adicionam opiniões conservadoras embasadas em princípios do conservadorismo norte-americano. As “agências checadoras” de fatos disseram que algumas histórias compartilhadas pelo veículo não podem ser verificadas e que o Daily Wire muitas vezes deturpa os fatos para promover uma visão partidária. Se as agências de checagem estão incomodadas, é sinal de que estão no caminho certo.
Outro campeão de brigas com as tais “agências de checagem” é o Daily Caller, fundado por Tucker Carlson, campeão absoluto de audiência na Fox News. Aliás, os números de seu programa diário, Tucker Carlson Tonight, já são há algum tempo inatingíveis para qualquer concorrente, seja na TV a cabo, seja na TV aberta no horário. Depois de Tucker levantar US$ 3 milhões em financiamento, o site Daily Caller nasceu, em 2010, como uma “resposta conservadora ao The Huffington Post, apresentando seções em uma ampla gama de assuntos além da política.
Em uma entrevista de 2010 com a Columbia Journalism Review, Tucker Carlson descreveu o público potencial do The Daily Caller como “aqueles que desconfiam das organizações de notícias convencionais”. Carlson disse que a cobertura de eventos políticos importantes o surpreendia sempre por sua estupidez.
Não são apenas os partidos de oposição ao atual governo no Brasil — incluindo o STF — que vivem de panfletagem e ativismo. A velha imprensa, hoje completamente descaracterizada e que se ajoelhou às turbas ideológicas, também abusa da cartilha que prega que tudo é racismo, fascismo, homofobia, opressão, misoginia. Páginas de militância cega para a implementação de doutrinas extremas e perigosas, empurradas por meio de cancelamentos e coações psicológicas.
O que então está por trás dessa nova histeria da esquerda sobre o suposto fim iminente da democracia? Na verdade, é bastante simples. A esquerda espera perder o poder nos próximos anos, tanto pela forma como o conquistou e o usou, quanto por causa de suas agendas radicais, que, de fato, nunca tiveram apoio público.
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Mandei para a sessão “grita geral” do Correio Brasiliense a seguinte frase: Não seria mais fácil e harmonizador que o STF viesse a público explicar por que razão rejeita acrescentar a impressão do voto à urna eletrônica? Não foi publicada. Motivo: as razões não são publicáveis e a imprensa sabe disso.
Não concordo que a esquerda tá perdendo terreno, veja na Colômbia, estão ganhando tudo, só falta agora o Brasil.
José Carlos, entendo que o caso da Colômbia e também do Chile, essas “esquerdas”, chegaram ao poder, não por uma vitória sobre o liberalismo/conservadorismo, mas pela omissão dos eleitores, pois as abstenções forma muito altas.
Ótima reportagem. Parabéns. Uma sugestão: Ana, você poderia elencar, além das que você citou, outras fontes confiáveis aqui no Brasil. Porque aqui está difícil.
Ana, parabéns por mais um excelente texto! Pena que no Brasil estamos carentes de fatos como notícias! Mas, ao lado da OESTE e da Jovem Pan/Os Pingos nos Is, citaria também a BRASIL PARALELO, apesar de não ser especializada em notícias, faz análises e produções elaboradas com o intuito de mostrar a verdade, além de vários blogs que discutem temas hodiernos e da vasta coleção de aulas/cursos sobre temas caros ao conservadorismo.
JÁ MANDOU OU CANCELOU UM AMIGO OU EMPREGADO WOKE HOJE??!!!
Então meus caros….passem da palavras para a AÇÃO!
Essa pessoas são toxicas e falsas…na frente “”educadex e só sorrisex””…. por traz…só inveja e maledicências.
VOCÊS SABEM DISSO NÉ??!!
Mas insistem em manter esses pesos em sua vidas.
Bah! Parabéns Ana. Fortíssimo. Esclarecedor. Aprendi muito. Parabéns. Abraço
Gosto de ler de tudo, mas sinceramente dois veículos que sinto nojo, em especial dos seus articulistas são o UOL e Folha de SP. Em especial o tal SAKAMOTO, que na minha opinião, conseguiu destruir o estereótipo de japonês inteligente!
Outro é o Josias de Souza, que eu chamo de ENJOOSIAS! O Cara é muito negativo!
Agora, um cara que mudou bastante foi o Felipe Moura Brasil, que brilhou no “os pingos nos is” e hoje virou um VENDIDO, tanto assim que é colunista do UOL.
Disse tudo e mais um pouco!!!
A velha IMPREN$A e a mídia ainda não entenderam que a “opinião pública” difere cada vez mais da “opinião publicada”!
Acho bem interessante o Epoch Times!
As chamadas agências de checagem de fatos (fact checking) não existiam, até que a “verdade” começou a ser revelada!
Parabéns, Ana Paula! Imagino um pretenso domador esquerdista entrar na jaula de um leão com uma varinha na mão. O felino está imóvel no canto, apenas olhando atentamente. A cada estocada no ar e falta de reação do leão, o ‘domador’ se aproxima um pouco mais, acreditando estar intimidando a fera. Puro engano. O leão só está esperando o infeliz entrar na distância da única patada.
Muito bom. O artigo do Guzzo também tá bom. Mas, eu acho que a Record não é tão tendenciosa. A JP conquistou muita audiência.
Não temos opções, viramos presas da esquerda, ela comprou a fome e com migalhas e sem acesso a informações cooptou milhares de eleitores, direita aniquilada. Esperemos David com sua funda, que nos tempos atual perderia essa luta pelo politicamente correto. Choremos!
A IMPREN$A e a mídia foram muito prejudiciais durante o período dessa pandemia! Considero que a IMPREN$A e a mídia, o tal consórcio, “INFECTARAM” a ciência e a medicina!
Ana Paula,
PARABENS !!!! excelente artigo e pesquisa lamentavelmente nos deixamos por comodidade chegar onde chegou. Ligavamos a Globo assistiamos o jornal nacional e tudo esta certo – MENTIRA !!!!
Hoje acordamos e vamos mudar este enredo.
lamentavelmente somos os CULPADOS DESTA VELHA IMPRENSA !!!!
DEIXAMOS ESTAS PESSOAS ASSUMIREM O CONTROLE DA MIDIA ANTIGA SEM QUE HOUVESSE O NOSSO QUETIONAMENTO.
ACABARAM VIVENDO DAS CUSTAS DAS VERBAS DO ESTA ( NOSSO RICO E TRABALHOSO DINHEIRO ) JUNTO COM AS LEIS ROUANET DA VIDA QUE PAGOU SUPOSTOS ARTISTAS QUE JAMAIS CONSEGUIRIAM VIVER DA BILHETERIA.
O período da pandemia e a presente polarização política inventivada pela IMPREN$A e a grande mídia, nos fizeram enxergar o quanto fomos manipulados por tanto tempo. Eles é que decidiam o que podiam nos informar e de que maneira. A internet e as redes sociais, além da capacidade de buscar várias fontes de informação, nos permitiu avaliar os fatos dentro de uma realidade, sem manipulação ou maquiagem. A melhor decisão que tomei foi “bloquear” alguns canais tanto da TV aberta, quanto da TV paga. Hoje, ao tomar ciência de alguma notícia veiculada pela IMPREN$A, busco checar em outras fontes e invariavelmente identifico a manipulação dos fatos ou as narrativas tendenciosas. Infelizmente, grande parte do jornalismo profissional morreu, e deu lugar ao jornalismo militante de redação! Por isso que sou assinante da Revista Oeste e do jornal Gazeta do Povo!
A imprensa daqui deixa a ideologia e o progressismo pela corrupção
Na realidade, o aparato burocrático militante e sem voto é o grande obstáculo a burocracia. Quantas empresas fecharam por conta de regras ilegais impostas por ministério público, juizinhos tiranos, fiscalizações as mais diversas municipais, estaduais ou federais? Quantas escolas até hoje cagam regra de vacina para fazer matrícula e frequentar as aulas?
Perfeito Ana, essa sua frase sintetiza o motivo real da continuidade dessa luta insana para a destruição de nossas sociedades ainda formalmente livres:
=>” Não, eles não estão com medo porque a democracia “não funciona mais”, mas porque ela ainda funciona.”<=.
Como ainda não conseguiram a destruição total, continuam suas sanhas de desconstrução do mérito, da ordem, do trabalho produtivo, da fé e dos bons valores morais e éticos.
O lixo que faz parte da esquerda, composto por corruptos e doentes, seguiu firme até o presente momento, enfrentando, no entanto, ora nossa resistência por termos acordado, embora tardiamente, mas ainda não fatalmente tarde!
Fui assinante do blog o antagonista e da revista Crusoé e pude notar claramente a mudança de viés. No início eles se venderam como “conservadores” afim de obter assinantes, mas depois foram mostrando a verdadeira face, a da esquerda caviar, ou esquerda limpinha, sourbone! Esse pessoal cometeu um verdadeiro estelionato. Hoje tiveram que se associar ao grupo UOL por questão de sobrevivência. A linha é a mesma do consórcio, bater no governo, no chefe do executivo e nos gupos simpatizantes e apoiadores, quase sempre com narrativas toscas e sem fundamento.