“Só espero que não percamos de vista uma coisa: que tudo foi iniciado por um rato.”
Walt Disney (1954)
A Bela Adormecida sem um Príncipe Encantado, a Cinderela com um “fado madrinho” e a Branca de Neve sem os Sete Anões. Essa é a nova realidade dos antigos clássicos da Disney. No caso do primeiro filme, o gigante do entretenimento tirou de cena o Príncipe porque Aurora é “autossuficiente” e não precisa ser beijada na boca por um “assediador” para despertar. No segundo, introduziu um amigo gay para ajudar a Gata Borralheira a subir na vida. E, por último, a empresa decidiu tirar os Sete Anões dos próximos filmes para evitar discriminação contra “portadores de nanismo”.
Desde 2016, a “lacração” vem se tornando cada vez mais explícita nas produções da Disney, com remakes de filmes antigos e o lançamento de novas produções em uma roupagem mais “progressista”. O primeiro casal gay apareceu em Zootopia, há quatro anos. No desenho com animais, os antílopes Bucky Oryx-Antlerson e Pronk Oryx-Antlerson vivem um romance discreto. Em 2020, a empresa foi mais ousada e pôs no ar o curta-metragem infantil Out, cujo enredo principal se desenrola no entorno de um personagem homossexual que tem um caso com um amigo.
Há um ano, o estúdio estreou Luca, que conta a história de duas crianças sereias que têm uma amizade celebrada por ativistas LGBT como um “romance juvenil”. No início deste mês, a Pixar (adquirida pela Disney em 2006) lançou um filme sobre a vida do astronauta Buzz Lightyear, personagem que ganhou notoriedade em Toy Story. O longa-metragem mostra um beijo lésbico entre duas astronautas que se conhecem durante uma missão.
O apelo ideológico tende a ganhar musculatura na companhia. Uma das herdeiras do império, Abigail Disney, neta do cofundador Roy O. Disney, irmão de Walt, defendeu abertamente a guinada da empresa à esquerda. “As corporações que procuram ocupar um ‘terreno neutro’, incluindo a Disney, fariam bem em admitir que não existe mais tal coisa”, argumentou Abigail, em um artigo crítico a “pessoas conservadoras”. Segundo a empresária, a única opção para as companhias sobreviverem é manter a autenticidade, a generosidade, a alegria e a decência. “Essas coisas são criptonita para a agenda de direita”, disse.
Guerra interna
Paralelamente aos ataques externos de Abigail, a Disney enfrenta uma crise interna agravada pela pressão dos movimentos LGBT+ e negro. No fim de março deste ano, funcionários do Departamento de Produção de Conteúdo da Disney e da Pixar publicaram uma carta acusando as empresas de “censurarem minorias”. Além disso, o grupo ameaçou entrar em “greve geral”, caso o gigante de entretenimento não fizesse “políticas afirmativas”, além de desistir de apoiar um projeto anti-ideologia de gênero nas escolas feito por parlamentares republicanos da Flórida.
Os parques da empresa não tratam mais os visitantes como “senhoras e senhores, meninos e meninas”, mas, sim, como “sonhadores” e “amigos”
Em uma semana, Bob Chapek, CEO da empresa, promoveu um evento chamado Reimagine o Amanhã — uma nova política interna da Disney. Nele, o executivo se desculpou por “não ter sido um aliado que os gays precisavam que ele fosse” desde que chegou ao cargo, em 2020. “Estamos comprometidos em garantir que nossa empresa viva os seus valores”, disse. Chapek declarou que se comoveu com depoimentos de funcionários LGBT da empresa, além de cartas que recebeu. “Entendo que cometemos erros, e a dor que causaram, e sei que nosso silêncio não foi apenas sobre o projeto de lei na Flórida”, disse. “Não podemos ficar apenas nas palavras.”
Dias depois, Karey Burke, executiva de conteúdo da empresa, prometeu 50% dos personagens e conteúdos da Disney voltados para pessoas LGBT+ e “minorias raciais” até o fim do ano. “Estou aqui como mãe de duas crianças queer, na verdade, uma criança transgênero e uma criança pansexual, e também como líder”, disse Karey, em uma live. “Nas últimas semanas, recebi recomendações de colegas de trabalho e de pessoas em fóruns abertos na internet, além de e-mails e conversas por telefone. Sinto a responsabilidade de falar também pelos meus filhos.”
Na mesma transmissão, a chefe do Departamento de “Diversidade e Inclusão” da Disney, Vivian Ware, lembrou que os parques da empresa não tratam mais os visitantes como “senhoras e senhores, meninos e meninas”, mas, sim, como “sonhadores” e “amigos”. “No verão passado, removemos todas as saudações de gênero em relação aos nossos discursos ao vivo”, disse Vivian, para “tranquilizar” integrantes das comunidades LGBT e negra.
Já em maio, a Disney lançou uma linha de roupas LGBT+ para crianças. A “Coleção do Orgulho” inclui camisetas e moletons com símbolos e as cores do movimento. Segundo comunicado divulgado pela empresa, a ideia partiu de funcionários e “aliados” LGBTs. “Trata-se de um reflexo de sua incrível contribuição e lugar no coração da Disney”, ressaltou o gigante do entretenimento. “Somos solidários com a comunidade LGBT+ em todos os lugares.”
No mesmo anúncio, a Disney prometeu doar todos os lucros da coleção para ONGs que apoiam causas gays. O dinheiro será distribuído pela empresa até o fim de junho, conhecido como o “Mês do Orgulho”. Os grupos designados para se beneficiar das vendas da Disney incluem a Gay Lesbian and Straight Education Network, que defende “criar escolas e ambientes de aprendizado seguros e afirmativos para todos os alunos queers”, e The Trevor Project, um recurso de prevenção de suicídio para jovens LGBT+.
O preço da lacração
O aceno da Disney à esquerda teve consequências. A primeira delas veio do mundo político. O parque da empresa fica em Orlando, na Flórida. Conservador, o Estado é governado pelo republicano Ron DeSantis, que tem maioria nas duas Casas legislativas. De olho na Presidência da República, DeSantis enxergou uma oportunidade de cativar o eleitorado órfão de Donald Trump e peitou a empresa.
Contra a agenda “progressista” da Disney e os ataques da empresa ao projeto anti-ideologia de gênero nas escolas, DeSantis conseguiu aprovar o fim do “status especial” do parque neste ano. Esse benefício dava à Disney poderes para cobrar impostos, construir estradas e controlar serviços públicos no território de seu parque temático. Conhecido como “Reedy Creek Improvement District”, o distrito foi criado em um acordo de 1967, entre o Estado e a direção da Disney. “Acreditamos na educação, não na doutrinação”, disse DeSantis, ao assinar a nova lei.
O status especial permitiu à companhia operar como seu próprio governo municipal, um conselho próprio de supervisores e Corpo de Bombeiros. Em linhas gerais, isso significava que a Disney poderia até construir um aeroporto ou uma usina nuclear, se desejasse. Com o benefício, a empresa ficou livre de qualquer intervenção burocrática por meio século — e acredita-se que tenha economizado dezenas de milhões de dólares em impostos e taxas. O “Distrito Disney” será dissolvido em 1º de junho de 2023.
A área econômica da empresa também dá sinais negativos. Na semana passada, com a notícia da demissão de Peter Rice, chefe de televisão da companhia, os papéis da Disney caíram quase 4%, negociados a pouco mais de US$ 100. Desde janeiro, as ações tiveram queda de mais de 30%, mais que o dobro do declínio do índice Standard & Poor’s 500, segundo a agência de notícias Bloomberg. A Disney também vem acumulando perdas no streaming. Segundo a Bolsa de Valores Nasdaq, o Disney Plus gerou um prejuízo de mais de R$ 4 bilhões (US$ 887 milhões) para a empresa no primeiro trimestre de 2022.
A afirmação “quem lacra não lucra” está se tornando realidade para uma série de empresas que decidiram guinar à esquerda. No Brasil, celebridades pró-Lula começaram a sentir dificuldades para fechar contratos de publicidade. É o caso do youtuber Felipe Neto, da cantora Luísa Sonza e da DJ Deolane Bezerra, viúva de MC Kevin. Em uma reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, o trio criticou os entraves para ganhar dinheiro desde que passou a apoiar o pré-candidato do PT ao Planalto.
Alvo de boicote da esquerda por seu viés conservador, o cineasta Josias Teófilo, diretor do premiado documentário O Jardim das Aflições (2017,) sobre o filósofo Olavo de Carvalho, não acredita que a Disney e outras empresas percebam que estão a caminho do precipício. “A tendência é que surjam concorrentes independentes, para fazer frente às grandes corporações”, acredita.
A Brasil Paralelo (BP), que optou pelo caminho oposto ao dos gigantes do entretenimento, tornou-se um negócio milionário em apenas seis anos de existência. Guilherme Freire, diretor de marketing da produtora, critica o atual viés da indústria cinematográfica, que aderiu ao chamado “wokeísmo”: “Transformar a cultura infantil em briga ideológica é uma piada de mau gosto”.
Leia também: “Walt Disney se revira no túmulo”
Quem lacra não lucra está cada vez mais presente no cenário mundial. São diversas empresas e organizações que enveredaram por esse caminho do “politicamente correto” que já pagaram ou estão pagando um preço muito alto por isso. Acredito que todos têm seu espaço, mas impor comportamentos à maioria, para agradar uma minoria é suicídio comercial e um desrespeito aos costumes e tradições de uma sociedade. Querer forçar a barra é de uma arrogância sem tamanho. “Segundo a empresária, a única opção para as companhias sobreviverem é manter a autenticidade, a generosidade, a alegria e a decência. “Essas coisas são criptonita para a agenda de direita”, disse. Bom, para você ser generoso e decente, não preciso educar meus filhos e tocar os meus negócios segundo o politicamente correto. Posso criá-los segundo meus conceitos. Se ser generoso, alegre e decente, não preciso jogar meus negócios no lixo. Se a Disney passou a pensar assim, que pague o preço da arrogância de seus executivos.
Essa inclusão goela abaixo causa mais repulsa do que fim da discriminação. Na verdade, provoca o efeito inverso por querer forçar a barra usando crianças inocentes.
parabéns pelo artigo , maravilhoso é o fim dessa gente
Obrigado pela leitura, Luis. Abração
Excelente artigo. Parabéns. Espero que a Disney assim como outras companhias ditas “lacradoras” quebrem e vão a falência.
Caro Robson, obrigado pela leitura. Forte abraço
A ideologia de gênero, além de perigosa para a vida infantil, patina na realidade e tenta agradar uma minoria. Sim, é uma minoria barulhenta que se impõe apontando e rotulando qualquer um que não defenda a bandeira. Mas estamos vendo em todos os segmentos empresas e pessoas encontrando a realidade.
Obrigado pela leitura, Fernanda. Abração
estava planejando levar meus dois netos e uma filha temporao,mas vouter que procurar outro destino !!!!
Aceitar a interferencias dessas minorias identitárias vai destruir a Disney. Tenho netos e netas esse lixo ideológico não entra na minha casa.
E impressionante o poder de destruição da chamada esquerda. Conseguem apagar ícones históricos com bla bla blas. 1984 de Orwell está mais casa dia mais atual.
Minha última viagem à Disney foi em 2019. Não imaginava que ela iria se transformar nesse nojo que está agora
Mais do que fazer perder dinheiro, a adesão à agenda woke é um crime hediondo e irreversível contra a INOCÊNCIA infantil.
Adeus disney. Vá e nunca mais volte
Uma empresa que sempre vendeu contos de fadas infanto-juvenis agora está comprando contos de fadas para adultos (narrativas) fabricados pela ‘esquerda’. Vários países pelo mundo atestam que isso nunca teve um final feliz para o povo.
O velho Walt não merecia um absurdo desses!
Estimular crianças a este ambiente é de uma baixeza, uma desfaçatez sem tamanho. Sejam homens (maduros/de caráter)e mexam com Adultos apenas.
Doutrinação é simplesmente nojenta.