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Ilustração: Ok Sotnikova/Shutterstock
Edição 144

Carta ao Leitor — Edição 144

A destruição do legado de Jair Bolsonaro e o fim da Operação Lava Jato estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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Nesta quinta-feira, 22, o batalhão de sumidades que atendeu pelo nome de “equipe de transição do governo Lula” prometeu entregar uma síntese do programa que o candidato do PT manteve na clandestinidade durante a campanha. Fake News! A leitura do documento de cem páginas é uma viagem por vigarices, tapeações, velhacarias e ideias de jerico que transformam os comandantes da multidão em generais da vanguarda do atraso. “Pela primeira vez”, poderia ter emendado Lula na discurseira, um presidente da República mobilizou quase mil pessoas na montagem de um papelório que pode ser reduzido a uma só proposta: destruir o que foi construído pelo governo de Jair Bolsonaro.

Das cem páginas, 46 descrevem minuciosamente uma “herança perversa” (nome que substituiu a “herança maldita” de Fernando Henrique Cardoso) que teria sido deixada por Jair Bolsonaro. Outras 30 são ocupadas pelos nomes dos componentes da equipe, mostra a reportagem de capa desta edição. O texto descreve em detalhes esse avanço do atraso. Com a ajuda de Aloizio Mercadante (BNDES), Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça) e outros 35 ministros, Lula planeja a destruição de tudo o que foi feito nos últimos quatro anos para melhorar o país.

Poderão dedicar-se à tarefa sem se expor a perigos. “Não existe mais, já neste momento, a mais longínqua possibilidade de Lula, seus ministros ou qualquer mandarim da esquerda brasileira serem processados, e muitíssimo menos condenados, por qualquer crime de corrupção, mesmo que provado com vídeo, áudio e confissão do criminoso”, afirma J.R. Guzzo em seu artigo. “A corrupção, para todos os efeitos práticos, está liberada no Brasil de hoje; pode-se roubar sem o menor risco. Ou alguém acha que o STF vai permitir que Lula seja preso outra vez?”

A resposta a essa pergunta aparece na entrevista concedida por Deltan Dallagnol a Silvio Navarro. “Lula nomeou 67 pessoas investigadas, delatadas ou condenadas para a equipe de transição. No seu discurso de vitória, estava ao lado o deputado José Guimarães, cujo assessor foi preso com US$ 100 mil na cueca e acabou beneficiado pela prescrição”, exemplifica o ex-procurador, que testemunhou de perto o desmanche da maior operação anticorrupção da história. A gota d’água aconteceu na noite de sexta-feira 17, quando o STF decidiu soltar o ex-governador Sérgio Cabral, depois de cumprir seis dos 420 anos de condenações pelo vício de roubar, como ele mesmo confessou.

Em novembro deste ano, durante uma viagem à Europa, ministros do Supremo foram abordados diversas vezes por brasileiros inconformados com o desempenho da Corte. Ao topar com Gilmar Mendes, uma mulher quis saber se no Brasil o crime compensa. Claramente constrangido, o interpelado desviou o olhar e murmurou que não sabia.

Dallagnol não tem dúvidas: “Vale a pena ser corrupto no Brasil”.

 

Boa leitura.

 

Branca Nunes

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, edição 144 | Foto: Montagem Revista Oeste/Ton Molina, FotoArena, Estadão Conteúdo/Marcelo Camargo, Agência Brasil
21 comentários
  1. thiago cesar reis olimpio
    thiago cesar reis olimpio

    Triste mais e a verdade, no mesmo ritmo segue senado e camâra.

  2. João José Augusto Mendes
    João José Augusto Mendes

    E nada a acontece. Por um discurssinho menbenbe na Central do Brasil, o outrora glorioso Exército interviu para evitar que o comunismo tomasse conta do Brasil. Hoje o comunismo tomou conta e onde estão os defensores do país? Esperando para participar do butim?

  3. Patrícia de Oliveira
    Patrícia de Oliveira

    É triste chegar a esta conclusão. Mas, se o nove dedos for empossado, realmente vale a pena ser ladrão no Brasil

  4. Sebastião Fernandes De Souza Filho.
    Sebastião Fernandes De Souza Filho.

    O Brasil é um País tão imoral politicamente, que indicações de pessoas desqualificadas para ocuparem os cargos de Ministros são feitas sem qualquer critério moral e à céu aberto, num desrespeito com a Nação inteira! E a mídia e o STF, dizem amém !

  5. Antonio Carlos Pegrucci Ferreira
    Antonio Carlos Pegrucci Ferreira

    Com essa composição de governo, chegamos abaixo do fundo do poço.
    Nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar uma composição dessas.
    Um país que teria tudo para se destacar cada vez mais no cenário mundial, acontece uma tragédia dessas.
    Não temos desastres naturais, mas temos cidadãos da pior qualidade na política.
    Uma pena que isso aconteça com o nosso país, com pessoas de tanta qualidade que temos fora da política. Mas que não percamos a esperança, de que um dia possamos fazer uma verdadeira despoluição desse grande rio da política.

  6. Ricardo José Gomes Galvão
    Ricardo José Gomes Galvão

    Não esqueçam nunca de citar a convivência do alto comando das FFAA.

  7. Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva

    Parabéns pela excelência do seu trabalho na condução de Oeste.

  8. Marcio Bambirra Santos
    Marcio Bambirra Santos

    Novamente me valho desse espaço no Editorial para comentar o artigo de J.R. Guzzo. Talvez, inspirado pela época natalina, e buscando a objetividade que esse jornalista sempre teve, resumo o desafio dos novos tempos, em busca da coerência e integridade: “Que o vosso sim seja sim, e o vosso não seja não. O resto vem do diabo” (Mateus 5, 37).

  9. Joaz Santana Praxedes
    Joaz Santana Praxedes

    Carta a um Infeliz

    Há jornalistas que, do ponto de vista empregatício, sobrevivem porque foram treinados com sucesso para a prática da desonestidade intelectual pelas escolas em que estudaram.

    É a um dos infelizes dessa espécie que esta carta se dirige. O exemplar escolhido para representar o destinatário no envelope desta missiva gosta de escrever cartas a destinatários que não conhece, assim como estou a fazer nesta, com a ressalva de que uma só não é capaz de provar semelhanças – nem de longe.

    Ele pertence a um país cuja democracia funciona, segundo sua cosmovisão, visto que sua profissão de ‘desonesto do ponto de vista intelectual’, pode ser exercida livremente, conforme ele mesmo é uma das provas. Gosta de dizer que as instituições democráticas funcionam nesse (ou neste, se preferir…) país, tanto que um presidente foi eleito exatamente por isso.

    Sobre meu destaque aqui, à expressão ‘desonesto intelectual’ prefiro a ‘intelectualmente desonesto’ (que efetivamente usei). O adjetivo caracteriza mais uma pessoa que o advérbio (que, na verdade, caracteriza ações) e eu não gosto da ideia de que um desonesto possa ser considerado intelectual, embora um pouco de intelectualidade humana básica seja um pré-requisito para o desonesto. Se ele não tiver esse grau de intelectualidade, será apenas um mentiroso ignorante, que não sabe distinguir uma mentira de uma verdade. Às vezes há solução para converter o ignorante, a cargo de educação em escolas. Mas, para o desonesto, nem hospitais resolvem – só milagres.

    Em suas cartas, o infeliz tem como princípio escolher antecipadamente a mentira que quer transmitir, subjugando-lhe todos os fatos que seleciona para lhe dar sustentabilidade perante milhares de leitores incautos e bovinamente patetizados – uma massa de gente, modernamente, tão numerosa que sustenta todos os jornais em regiões em que a imprensa pode mentir à vontade, sem o mínimo risco de ser punida.

    Por ser desonesto, o dito cujo não tem a mínima preocupação com a hipocrisia própria. É originário e vive num país que tem em escala muito maior as miserabilidades que ele condena nos outros países de regimes autoritários que acusa. Essa vantagem na corrida para o mal jamais tem suas raízes corretamente analisadas. Ao contrário das miserabilidades alheias em pauta, rapidamente atribuídas aos ditadores, sem qualquer consulta a pessoas natas do regime. Estas sistematicamente fogem dos infelizes entrevistadores, porque têm certeza de que suas informações a eles dadas serão deturpadas em nome da mentira que querem propagar.

    Restam as informações de imigrantes que se sentem na obrigação de terem os problemas causados por suas terras de origem resolvidos por um país de terceiros – muitas vezes totalmente estranho. Nada se diz sobre os motivos pelos quais essas pessoas não querem voltar aos países de origem que, embora devedores, não lhes deram abrigo.

    Não é à toa que os povos mais antigos da Terra – com experiência de uma dezena de vezes maior do que a da banda podre do mesmo planeta – não querem um tipo de ‘liberdade’ em que a desonestidade intelectual tenha que ser sustentáculo de órgãos de divulgação e informação. Por larga experiência esses povos já têm certeza de que a falência é algo inevitável, como já percebem e constatam muitos analistas globais, em seus estudos.

    Pessoas como o infeliz vão ser extintas em breve por falência múltipla de órgãos. Toda vida tem seu fim.

  10. Joaz Santana Praxedes
    Joaz Santana Praxedes

    Há jornalistas que, do ponto de vista empregatício, sobrevivem porque foram treinados com sucesso para a prática da desonestidade intelectual pelas escolas em que estudaram.

    É a um dos infelizes dessa espécie que esta carta se dirige. O exemplar escolhido para representar o destinatário no envelope desta missiva gosta de escrever cartas a destinatários que não conhece, assim como estou a fazer nesta, com a ressalva de que uma só não é capaz de provar semelhanças – nem de longe.

    Ele pertence a um país cuja democracia funciona, segundo sua cosmovisão, visto que sua profissão de ‘desonesto do ponto de vista intelectual’, pode ser exercida livremente, conforme ele mesmo é uma das provas. Gosta de dizer que as instituições democráticas funcionam nesse (ou neste, se preferir…) país, tanto que um presidente foi eleito exatamente por isso.

    Sobre meu destaque aqui, à expressão ‘desonesto intelectual’ prefiro a ‘intelectualmente desonesto’ (que efetivamente usei). O adjetivo caracteriza mais uma pessoa que o advérbio (que, na verdade, caracteriza ações) e eu não gosto da ideia de que um desonesto possa ser considerado intelectual, embora um pouco de intelectualidade humana básica seja um pré-requisito para o desonesto. Se ele não tiver esse grau de intelectualidade, será apenas um mentiroso ignorante, que não sabe distinguir uma mentira de uma verdade. Às vezes há solução para converter o ignorante, a cargo de educação em escolas. Mas, para o desonesto, nem hospitais resolvem – só milagres.

    Em suas cartas, o infeliz tem como princípio escolher antecipadamente a mentira que quer transmitir, subjugando-lhe todos os fatos que seleciona para lhe dar sustentabilidade perante milhares de leitores incautos e bovinamente patetizados – uma massa de gente, modernamente, tão numerosa que sustenta todos os jornais em regiões em que a imprensa pode mentir à vontade, sem o mínimo risco de ser punida.

    Por ser desonesto, o dito cujo não tem a mínima preocupação com a hipocrisia própria. É originário e vive num país que tem em escala muito maior as miserabilidades que ele condena nos outros países de regimes autoritários que acusa. Essa vantagem na corrida para o mal jamais tem suas raízes corretamente analisadas. Ao contrário das miserabilidades alheias em pauta, rapidamente atribuídas aos ditadores, sem qualquer consulta a pessoas natas do regime. Estas sistematicamente fogem dos infelizes entrevistadores, porque têm certeza de que suas informações a eles dadas serão deturpadas em nome da mentira que querem propagar.

    Restam as informações de imigrantes que se sentem na obrigação de terem os problemas causados por suas terras de origem resolvidos por um país de terceiros – muitas vezes totalmente estranho. Nada se diz sobre os motivos pelos quais essas pessoas não querem voltar aos países de origem que, embora devedores, não lhes deram abrigo.

    Não é à toa que os povos mais antigos da Terra – com experiência de uma dezena de vezes maior do que a da banda podre do mesmo planeta – não querem um tipo de ‘liberdade’ em que a desonestidade intelectual tenha que ser sustentáculo de órgãos de divulgação e informação. Por larga experiência esses povos já têm certeza de que a falência é algo inevitável, como já percebem e constatam muitos analistas globais, em seus estudos.

    Pessoas como o infeliz vão ser extintas em breve por falência múltipla de órgãos. Toda vida tem seu fim.

    1. Joaz Santana Praxedes
      Joaz Santana Praxedes

      Carta a um Infeliz

  11. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Querida Branca: o negócio é o seguinte. Você sabia que ainda tem gente que não tem celular? Só opera no facebook. Assim, aquela notícia de compartilhar dois conteúdos co amigos não está dando certo, pois parece que é só pelo whatsapp. O artigo do Guzzo, como sempre está ótimo.

  12. Glauco
    Glauco

    Revista que traduz fielmente o cenário político brasileiro atual. Parabéns!

  13. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    Quero deixar meus Parabéns e Agradecimento a esses profissionais que nos informam com os fatos verdadeiros o que vivemos no Brasil.A excelência é a marca registrada da Revista Obrigada por tudo,deixaram a medida do possível.um País melhor.

  14. Paulo Acir Faria
    Paulo Acir Faria

    Nunca o Brasil dependeu tanto do seu congresso quanto vamos precisar na próxima legislatura.

  15. IMP
    IMP

    Quando a ficha cair e o Povo Brasileiro entender que tem o poder de mudar o rumo do Brasil, toda essa mafia comunista sera varrida da politica. O Povo tem que determinar quando ira acabar o dialogo e partir para o tudo ou nada. Ninguem tem medo dos loucos dos petistas, que estao sendo incitados para atacar a Direita, e reagir com a firme decisao de colocar um fim a essa tentativa de derrotar o Brasil. Eles estao atacando os supermercados, incendiando onibus, atentados contra restaurantes (duvido que a destruiçao do Vasto (coco bambu) foi um simples problema com gas. SRS ESTAMOS LIDANDO COM UMA MAFIA SOCIALISTA COMUNISTA, QUE CONSEGUIU INFILTRAR O STF E A MAGISTRATURA BRASILEIRA. LUTAMOS CONTRA MARGINAIS E BANDIDOS QUE NAO TEM NADA A PERDER. FIQUE COM MEDO EM CASA, ESCONDIDO OU FUGINDO DA REALIDADE E ENTREGUE O NOSSO BRASIL SEM LUTA E RESISTENCIA. SOMOS OS HOMENS E MULHERES DO BEM, LUTAMOS PELA NOSSA PATRIA, POR VALORES RELIGIOSOS, PELA FAMILIA E PELAS FUTURAS GERAÇOES, “””FICAR A PATRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL””” NAO SOU UM ANONIMO E TAO POUCO ESTOU INCITANDO A VIOLENCIA, SIMPLESMENTE ESSA É A REALIDADE.

  16. Otacílio Cordeiro Da Silva
    Otacílio Cordeiro Da Silva

    A herança maldita de Bolsonaro é uma caixinha de bombom aberta sobre a mesa. Uns adoram os bombons, outros amaldiçoam. Não tem jeito. Sem solução.

  17. Carlos Alberto Brito Santos
    Carlos Alberto Brito Santos

    Continuem com essas matérias brilhantes.
    O povo vai mostrar a essa gente que se acima da lei o seu devido lugar
    O Brasil vai vencer mais essa farça

  18. Rafael Vargas Trindade
    Rafael Vargas Trindade

    Bandido não respeita lei. O povo não aceita e nem aceitará injustiças.

  19. Alberto Freire
    Alberto Freire

    A narrativa gruda como verdade num passo de mágica. Percebam que existe uma assimetria entre discurso e prática. Essa facilidade de ser o bem em vez do mal, logo é ratificada pela grande mídia, judiciário, etc. Portanto, cria-se uma ideia que o povo brasileiro é analfabeto funcional, embora exista uma grande esforço, principalmente na educação, quando a esquerda defende Paulo Freire como solução. Já se sabe que o próximo ministro da educação será Camilo Santana, cuja formação é engenheiro agrônomo. Para resolver isto, Leva embaixo do braço Izolda Cela, que também contribuiu para formar uma legião de analfabetos funcionais no estado. Agora a meta é atingir os demais estados com imbecis coletivos.

    1. Eliel De Torres
      Eliel De Torres

      Para perpetuação da quadrilha no poder, quando mais imbecilizada a população, mais fácil.

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