Um dos aspectos mais preocupantes da pandemia da covid-19 foi a prontidão com que muitas pessoas aceitaram ficar em casa, usar máscara e fazer distanciamento social. Mais preocupante ainda foi a relutância com que elas abandonaram essas práticas quando o vírus deixou de representar um risco. Claro, os idosos e os clinicamente vulneráveis estavam ansiosos para não ficar doentes. Mas as pessoas mais entusiasmadas com o uso de máscaras, face shields e em manter distância dos demais cidadãos com frequência eram profissionais saudáveis e abastados.
Vamos pensar em qualquer evento badalado de 2021 — as imagens de todas as celebridades glamorosas sendo atendidas por empregados usando máscaras. E os professores que queriam que seus estudantes borrifassem desinfetante antes de ousar entrar na sala de aula. Eles foram apoiados por líderes sindicalistas que descreveram as crianças como disseminadores de germes “imundos”, que “assoam o nariz na calça e no vestido”.
A chegada das vacinas apenas deu respaldo a esse desejo elitista de manter a plebe à distância. Líderes mundiais discutiram abertamente a necessidade de criar uma “sociedade de duas camadas”, para que os vacinados nunca precisassem correr o risco de encontrar um “negacionista”. O medo da covid-19 pode ter oferecido o ímpeto inicial de isolamento, mas o esnobismo logo assumiu como a principal força motriz. A pandemia deu às elites sociais permissão para verbalizar seu desprezo pelas massas e exigir a segregação delas.
Então o que acontece agora? Bem, as mulheres de fino trato logo encontraram outra desculpa para exigir espaços públicos higienizados e segregados — a saber, o espectro da misoginia.
No transporte público, anúncios que incentivam o uso de máscaras foram substituídos da noite para o dia por pôsteres pedindo que os homens não encarem as mulheres. Cartazes exigindo distanciamento social foram substituídos por alerta sobre toques não apropriados. Assim como a propaganda política do lockdown, esses pôsteres atendem a um propósito duplo. Eles dizem aos “disseminadores” — de um vírus ou da misoginia — como se comportar. Não respire perto de outras pessoas. Não faça contato visual com as mulheres. Mas eles também espalham uma mensagem de medo, fazendo lembrar às figuras incautas que elas também podem ser vítimas.
Esse tipo fraudulento de feminismo é anterior à pandemia. Mas, depois do lockdown, a histeria em relação aos homens que se comportam mal nas redes ou nas ruas deu um salto. No começo de fevereiro, foi anunciado mais uma alteração no Projeto de Lei de Segurança On-line do Reino Unido. Alguns membros do Parlamento querem que as empresas de rede social sejam responsabilizadas pela misoginia em suas plataformas. Eles argumentam que as mulheres precisam ser melhor protegidas do “ódio on-line”. A mensagem que isso transmite é que a misoginia é uma força maligna onipresente.
Em 2020 e 2021, a aversão e o desdém das elites foram direcionados para os sem-máscara e sem-vacina. Em 2023, eles estão sendo direcionados para os homens que demorarem muito para piscar
E se isso não fosse suficientemente ruim, a deputada do Partido Trabalhista britânico Stella Creasy está tentando aprovar uma emenda às novas leis propostas sobre assédio nas ruas. Essa é a mesma política que acha que algumas mulheres nascem com pênis e que é “loucura” que os homens que querem ser legalmente reconhecidos como mulheres não possam fazer isso apenas por meio da autodeclaração. Infelizmente, Creasy não caiu em si e se deu conta de que os homens, incluindo estupradores que se identificam como mulheres, deveriam ser mantidos fora dos espaços exclusivos para mulheres. As mudanças propostas à legislação de assédio feitas pela deputada não são uma objeção aos homens que querem ser mulheres. Na verdade, o problema dela é com os homens que às vezes tentam flertar ou conversar com as mulheres em público. As alterações propostas impediriam que homens desajeitados afirmem que estavam brincando ou fazendo um elogio como uma forma de defesa contra acusações de assédio. São esses os homens que Creasy quer criminalizar e prender
Stella Creasy e seus muitos apoiadores da elite — de Liz Truss até Nimco Ali, a babá que se tornou melhor amiga de Boris e Carrie Johnson — precisam de um choque de realidade. As mulheres são capazes de rejeitar um adolescente espinhento de 17 anos. Mulheres adultas não precisam de novas lei para ser protegidas dos homens cafajestes num trem. Mas elas precisam ser protegidas de predadores que entram em espaços exclusivamente femininos.
Afinal, são as mulheres nas prisões, nos hospitais e nos provadores de lojas que estão vulneráveis. Elas não podem simplesmente ir embora nessas situações. E uma bela reprimenda não vai anular a ameaça imposta por um homem de vestido que é visto como alguém que tem o direito de estar naquele espaço. O Parlamento precisa enfrentar a misoginia que afirma que essa situação não é apenas aceitável, ela também está acima de qualquer crítica. Por outro lado, os encontros raros, mas aleatórios, das mulheres com idiotas socialmente inadequados deveriam estar muito mais embaixo na lista de prioridades.
Pior ainda, as infrações que Creasy e companhia querem criminalizar também são totalmente subjetivas. E é aqui que entra a arrogância dessa cruzada contra a misoginia. Determinar se uma interação é considerada “abuso” ou “flerte” com frequência tem menos a ver com o que é dito do que com a percepção de quem diz. Julgar se a maneira como um homem está olhando para você é assédio sexual ou um aceno amigável está nos olhos de quem vê.
Uma lei como essa inevitavelmente seria um alvará de esnobismo. Os preconceitos de algumas mulheres terão rédea solta. No fim das contas, essas leis podem possibilitar que as mulheres de classe alta habitem um mundo segregado dos homens que não conhecem o seu lugar. Não mais mascarados e atrás das telas, esses trabalhadores terão de servir em silêncio e com os olhos para baixo.
Em 2020 e 2021, a aversão e o desdém das elites foram direcionados para os sem-máscara e sem-vacina. Em 2023, eles estão sendo direcionados para os homens que demorarem muito para piscar. Em ambos os casos, a arrogância está mobilizando a criação de uma sociedade cada vez mais fragmentada e temerosa. E isso é terrível para homens e mulheres.
Joanna Williams é colunista da Spiked e autora do livro How Woke Won(2022)
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A humanidade está doente.
Isso que dá colocar mulheres em cargos políticos e de liderança. Sou mulher biológica, agora tenho que colocar esse adendo, mas sempre observei que mulheres em cargos mais altos tendem a ser solitárias e rancorosas, com isso só tem ideias ridículas e são muito autoritárias.
E ai vem a SOLIDÃO!!!!!! Que triste!!!
A minoria bilionária, comumente conhecida como elite globalista, tem em vista a diminuição drástica da taxa de nascimento global pois seus genes já estão sendo editados para não envelhecerem (CRISPR). Para que vivam na sua “fabulosa Terra” (prometida aos ricos transumanos), vale tudo, desde a legalização do aborto até a igualdade de gênero, incentivando a aversão homem x mulher.
Saudades dos anos 70/80/90 quando nos bares a paquera rolava e como não existia o direct, o garçon levava os bilhetes escritos em guardanapo até a mesa das meninas.
E hoje se vc escrever o telefone no guardanapo e entregar pro garçom, é ele que vai te ligar mais tarde…