A Rappi foi na contramão do mercado e comprou dias atrás a startup brasileira de logística de varejo Box Delivery, que atende empresas como a Ultrafarma e o Burger King. “São nos momentos de volatilidade que aparecem oportunidades para reforçar a empresa”, define Tijana Jankovic, CEO da Rappi no Brasil e comandante de um aplicativo com mais de 30 milhões de usuários. A empresa colombiana quer ampliar a entrega rápida para o varejo e diversificar os negócios, para ganhar terreno e brigar com a líder absoluta do setor — o iFood.
Os bastidores das entregas
A transação ocorre num momento de profundas demissões nas empresas de tecnologia, dinheiro escasso para as startups e empresas do setor por conta das altas taxas de juros e até colapso do maior banco das startups, o SVB, na Califórnia. Mas, por trás da aquisição, o negócio revela um bastidor quente e agitado das empresas de entrega no Brasil: a Rappi e seus executivos comemoram uma decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) contra o iFood, aplicativo brasileiro que domina, em mais de 80%, as entregas no país.
Um setor concentrado
Questionada pela coluna, Jankovic nega que seja uma briga do Rappi contra o iFood. “Foi o setor inteiro, com mais de 150 assinantes da petição”, diz Tijana Jankovic. “Acreditamos que os principais problemas que não permitiam uma competição justa no mercado foram resolvidos. Os acordos de exclusividade barravam que novas empresas investissem no Brasil, o que é muito favorável neste momento da economia.” De fato, companhias do porte de uma Uber anunciaram que deixariam o setor de entregas de restaurantes no Brasil através do seu Eats, em 2022. A 99Food decidiu também pelo fim das operações. O motivo da saída é o mesmo: um setor amplamente concentrado, com o iFood na frente.
Dos grandes aos regionais
As empresas recorreram ao Cade com uma alegação: o iFood fechava contratos de exclusividade com restaurantes e minava a entrada de aplicativos grandes, como a Rappi, ou até mesmo a ascensão de aplicativos regionais. O iFood tem até setembro para se adequar às regras do órgão, como não fazer mais acordos com grandes redes de restaurantes, que possuam mais de 30 lojas. Além disso, em cidades com mais de 500 mil habitantes, a exclusividade da empresa se restringe a 8% dos estabelecimentos. “Que isso não se repita mais”, diz Jankovic.
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Aeronave à venda…
Fabricado pela brasileira Embraer, o avião da Americanas já está à disposição em plataformas de vendas de aeronaves executivas. O sonho da varejista é levantar R$ 47 milhões com o veículo. Especialistas do setor falam que os dirigentes da empresa estão supervalorizando o modelo Phenom 300, produzido em 2014. O jato valeria R$ 40 milhões. E olhe lá.
…no saldão da Americanas
O jato, com capacidade de transportar até nove passageiros, faz parte de ativos e marcas que a Americanas, em recuperação judicial depois da maior “fraude corporativa do Brasil”, de acordo com as maiores lideranças financeiras do país, colocou à venda para ajudar a pagar as dívidas de mais de R$ 40 bilhões. A Natural da Terra — maior rede varejista de frutas, legumes e verduras do país, comprada por R$ 2,1 bilhões em 2021 — também está na mesa de negociação.
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Fora da realidade
O fundador de uma conhecida plataforma de negócios fez uma recente palestra com foco em inteligência artificial, para uma plateia estelar que reuniu de presidentes dos maiores bancos do Brasil a empresas de tecnologia. Conclusão do palestrante: “Alguns dos presentes comandam empresas de 100 mil funcionários e estão sem contato com a realidade, não fazem ideia do que a inteligência artificial já está fazendo no mundo e o potencial que vai fazer nos negócios de todos os setores”.
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A formação de um milionário…
Na esteira dos múltiplos eventos e palestras ligados a temas que vão do empreendedorismo a como ganhar dinheiro, São Paulo vai sediar um curso para formar milionários. O evento ocorrerá no Hotel Renaissance, durante três dias de junho, e promete uma “imersão para proporcionar um desbloqueio financeiro nas pessoas”. A missão do programa paulistano é formar mil novos milionários.
…e o best-seller
O anfitrião é o canadense T. Harv Eker, autor do best-seller Os Segredos da Mente Milionária. Lançado em 1992, o título é um sucesso de vendas ainda hoje, incluindo no Brasil, onde já ultrapassou 2 milhões de exemplares comercializados. Números impressionantes para os padrões de leitura dos brasileiros, que só confirmam o desejo das pessoas em ficar ricas.
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Logo no primeiro parágrafo, a frase entre aspas, atribuída à CEO da Rappi no Brasil, é uma agressão grave à língua portuguesa. “SÃO nos momentos de volatilidade que aparecem as oportunidades…”, em vez de “É nos momentos…”, é de chorar.
a foto do jato das lojas americanas é apenas ‘ilustrativa do modelo’ ,não é o dela, inclusive a ilustrativa tem prefixo alemão
Ainda bem que você esclareceu. Eu já estava ficando interessado baseado na foto. Agora irei pedir as informações corretas sobre o avião. Obrigado.
A tecnologia tá modificando tudo, o cade ficou pra trás com a IA. Se ele já não era saudável, principalmente aqui no Brasil, por causa da corrupção exarcebada. São adaptações da nova era
Linda a imagem do integrador de iFood na ciclovia. Eles não usam as ciclovias, mas as calçadas manobrando como loucos entre pedestres. Visitem a avenida Paulista e confirmem. E nosso prefeito dormindo em berço esplêndido e, querendo se reeleger.
O que faz um “integrador” do IFood? Que tipo de função é essa?