Platitudes, frases feitas e o politicamente correto como guia. Aquela velha e costumeira pitada da ajuda da mídia e de gurus progressistas, que medem muito bem as palavras para encaixar o personagem em questão na narrativa da justiça social do momento, e, voilà, temos um candidato a presidente do Partido Democrata.
Esqueça políticas fiscais, domésticas, muito menos políticas internacionais que precisem ser debatidas. Expor emaranhados geopolíticos? Nem pensar. O antigo cenário da corrida presidencial norte-americana com debates históricos entre democratas e republicanos e suas políticas para os Estados Unidos e o mundo é parte do passado. Enquanto alguns republicanos continuam inertes diante das falácias plantadas contra a atual administração, a retórica de quem atualmente segue os trilhos da reverência de movimentos coletivistas continua sendo tocada como um disco arranhado. Disco que elegeu Barack Obama como presidente dos Estados Unidos por dois mandatos e agora quer eleger seu vice, Joe Biden.
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Para aqueles com autonomia na leitura da política americana, não é difícil perceber que o governo de Barack Obama passou muito longe da convincente oratória e do quase hipnotizante carisma do 44º presidente norte-americano. Obama, em sua figura presidenciável, até hoje consegue esconder as falhas e os vazios números de sua pífia administração. O legado de Barack foi uma América mais dividida, mais pobre, mais acorrentada às mãos do Estado, que cresceu como nunca, e de joelhos para alguns países em questões internacionais, inclusive inimigos históricos.
O negócio é surfar na onda do ex-presidente fofo e na aura de bom moço de Barack. E ficar quieto
Mas nada disso importa, Barack é fofo. E é exatamente nessa fofura e carisma que seu vice, Joe Biden, tenta pegar carona para se eleger presidente nas eleições de novembro deste ano. Esqueça as políticas econômicas ou sociais de real crescimento ou recuperação depois de uma pandemia histórica, o importante agora é pagar o santo pedágio ideológico de cada dia, surfar na onda do ex-presidente fofo e na aura de bom moço de Barack. E ficar quieto. Muito quieto. Em época da cultura do “cancelamento”, é melhor permanecer na névoa segura da imagem de um presidente popular e no silêncio dos covardes.
Enquanto o malvadão do século, Donald Trump, segue com foco nas políticas domésticas, principalmente diante do estrago econômico causado pela histórica pandemia, Biden pede a bênção da nova ordem e adota um discurso mais global, ressaltando questões como mudanças climáticas, macroeconomia e conflitos sociais e raciais, trazendo à tona o famoso “nós versus eles” e um caminhão de blá-blá-blás sem fim. Receita perfeita para o momento. Assim o caminho é garantido e nada pode dar errado, certo? Bem, falta combinar com Biden.
O vice do fofo do século é uma máquina de gafes. Biden pode ter se tornado famoso como vice-presidente do primeiro presidente negro da história americana, e, enquanto seu passado pode ajudá-lo, seu presente não está colaborando para o sonho de sair da sombra de Barack e tornar-se presidente. Joe, em sua atual campanha presidencial, vem dando declarações bizarras e fazendo inúmeros comentários inadequados. Disse, por exemplo, a um popular apresentador negro de rádio que, “se você tem algum problema para descobrir se vota em mim ou no Trump, então não é negro”. Claro que você não viu grandes manchetes ou repercussões sobre o episódio. Biden faz parte da turma do Beautiful People com selo de perdão de gafes e botão anticancelamento para comentários racistas, polêmicos, homofóbicos e até totalmente incorretos.
Biden parece viver em um estado mental muito confuso e chega a ser perturbador assisti-lo
Mas não para por aí. Biden, frequentemente, parece não conseguir terminar uma frase. Os nomes são vagos, as datas não batem e os números, muitas vezes, estratosfericamente errados. Biden parece viver em um estado mental muito confuso e chega a ser perturbador assisti-lo. Não é mais surpreendente quando o ex-vice-presidente diz algo indelicado ou comete uma terrível gafe que na boca de Trump seria, certamente, passível de um processo de impeachment. Em um dos debates das primárias democratas neste ano, por exemplo, para atacar Bernie Sanders e criticar as legislações sobre flexibilização no porte e posse de armas, Biden disse que 150 milhões de pessoas haviam morrido no país desde 2007, quando o oponente, como senador, ajudou a passar tais leis. Metade da população norte-americana dizimada desde 2007. Uau. Mas não ria apenas com um exemplo como este. Basta uma rápida visita ao Google para encontrar uma lista quase infinita de gafes e absurdos falados por Joe Biden de fazer inveja até a Dilma Rousseff.
Para Biden, só resta a inserção de respostas memorizadas em perguntas ensaiadas. Mas há problemas em esconder o candidato e deixá-lo apenas repetindo os enlatados para a turba progressista — mesmo quando ele, aparentemente, anda à frente de Trump nas recentes pesquisas eleitorais. Apesar do novo e agitado mundo virtual, em que a sociedade passa boa parte do tempo, os eleitores ainda votam em pessoas e propostas para a vida real. Uma campanha virtual para um candidato presidencial virtual vai atingir seu prazo de validade. Biden subiu nas pesquisas, é verdade, mas muito porque o público não tem a oportunidade de vê-lo ou ouvi-lo. Até Obama, o fofo, em um momento impopular do Partido Democrata em 2016, tentou desaparecer, mas teve de emergir da dura vida nos campos de golfe e se render aos holofotes da mídia. Ele descobriu que, quanto mais se afastava dos olhos do público, mais o público gostava da velha ideia. O modelo “fantasma” também poderia funcionar para Biden. Ele, até aqui, é um candidato virtual que não está na linha de frente das análises incômodas e da guerra cultural que envolve derrubadas de estátuas, protestos, policiais e coronavírus — não pode, portanto, ser responsabilizado por coisa nenhuma.
Um fantoche, se eleito, pode permitir uma passagem para um substituto da esquerda mais radical para a Presidência
Os democratas sabiam que perderiam com Elizabeth Warren, Kamala Harris ou Bernie Sanders se um deles fosse o candidato a encarar Trump. As primárias democratas, pesadas nas retóricas das políticas de extrema esquerda, ensinaram isso muito bem ao partido. A agenda da ala radical democrata, que deixa qualquer membro do Psol orgulhoso, não chegou a lugar algum — e não chegaria —, principalmente depois de a população acompanhar durante semanas a fio os protestos com incêndios criminosos, saques e muita violência em todo o país.
Esta talvez seja uma das eleições mais importantes da história dos Estados Unidos, em que muitos valores e princípios estão em jogo. Não se engane. Um fantoche, se eleito, pode permitir uma passagem para um substituto da esquerda mais radical para a Presidência. Uma versão virtual de Biden, ancorada nas narrativas fofas progressistas de bem-estar social e preocupação com o meio ambiente, oferece o perigoso verniz da “moderação” para políticas radicais que, se implantadas, sem dúvida afetarão importantes pilares de sustentação não apenas dos Estados Unidos mas do mundo.
É óbvio que, para um candidato à Presidência da maior potência mundial, a pandemia não deveria ter sido impedimento para entrevistas, discursos e aparições na TV. Mas, cada ocasião, por mais roteirizada, ensaiada e enlatada, só oferece mais provas diárias de que Biden é cognitivamente incapaz de ser presidente ou de exercer qualquer cargo. Para os democratas, só resta alimentar o caos, obstruir a recuperação econômica e esconder Biden no porão até o dia das eleições.
É potencialmente perigoso manter Biden escondido, mas vamos ver até onde essa banda vai tocar ao ritmo democrata, porque tem tudo para desafinar.
Excelente texto! Moro em Dover, DE, um estado democrata. Mas, mesmo aqui, muita gente não aprova esses democratas travestidos de “psolistas”. Querem que a lei e a ordem sobreviva. E acredito que muitos escondem sua preferencia por Trump qdo entrevistados. Aqui em casa somos Trump.
Não aguenta o primeiro debate com Trump. Mas se o Trump bater demais, a patota vai fazer pena do Biden e dizer que o alaranjado é radical demais e merece o ostracismo – aqui, um risco para perder a reeleição. A eleição de Biden interessa diretamente à China e à Rússia. Precisamos observar tudo com cautela e nos mantermos alertas.
O General Heleno “encheu a sua bola” na entrevista que deu à Jovem Pan! Já deu, perfeitamente, para entender o porquê! Excelente análise! Parabéns!
Parabéns! Uma delícia de leitura.
Excelente texto Ana Paula…
Crônicas antológicas. Parabéns por mais essa, spkr!
Trump goes against the American Dilma !
Adorei saber que não é só no Brasil que existem “ensacadores de vento”!
A colunista é tão boa com as palavras quanto , ou mais, com a bola.
Parabéns Ana!
Parabéns pelos seus artigos!
Além de musa do vôlei, tornou-se musa da política!
Inacreditável que as pesquisas coloquem o Biden como favorito. Tomara que sejam como as daqui, que indicaram que qualquer um ganharia do JB no segundo turno. Aí também são manipuladas?
Apesar de minha idade, aos 74 anos pouco sei da politica dos americanos, de sorte que torcia para sua adversária Hillary. O sujeito parecia um louco exuberante, para substituir no meu entender um comportado, respeitável e simpático presidente e família, reeleito, Barack Obama, para, se eleito, enfrentar um mundo em conflitos, como aquele que se avizinhava com as loucuras do pais bomba de kim Jong-un a Coreia do Norte. Pois é, esse Trump visitou esse “país bomba” com largos sorrisos entre ele e Kim. A partir daí, passei a admirar pois me pareceu um presidente que impõe condutas, mas sabe confraternizar. Quem não lembra dele ameaçar detonar a Coreia do Norte? Realmente me surpreendeu e espero que se reeleja para o bem de toda America.
Mais um texto elucidativo! Agora podemos entender bem os motivos que levam Trump a seguir cada dia mais forte.
Parabéns pelo seu artigo. ???
Belo artigo. Acredito que o Trump leva essa.
Certíssima, Ana Paula ! Brilhante !
Mais. A imprensa americana não fala nada sobre as estrepolias sexuais do Biden, que assediou sexualmente várias assessoras. Imaginem se fosse o Trump o acusado dessas agressões ?
Parabéns pela lucidez !
Não fazia ideia. Obrigado Ana.
Ana Paula, não se iluda, o “fofo” e suas gafes são o modo prático dos democratas fugirem do debate de ideias. Mais prático ficar no palanque acusando o Trump de facista/racista/misógino.
Filme antigo repetido até dar náusea em quem observa.
Por alguns segundos pensei estar lendo um texto sobre o Brasil.
Essa eleição não decidirá só o destino dos EUA, decidirá o destino do mundo.
Há tempos venho pensando que o maior inimigo dos EUA hoje vive dentro dos próprios EUA, ou seja, a parte mais desavisada de seu povo. Dias atrás eu disse aqui nesta revista e digo de novo que o velho e bom conceito de democracia precisa ser repensado. Hoje todo mundo é democrata. Tomando de empréstimo uma palavra que você usou no início de seu texto, não tenho dúvida de que o termo democracia vem-se tornando uma platitude. Não está significando mais nada. Seria mais ou menos o caso de a democracia americana estar sonhando em acabar com a própria democracia americana? Não dá para entender. Cada dia mais o mundo parece dar sinais de querer voltar às barbáries do mundo antigo, tipo aquelas histórias que a gente lê na Bíblia. Caso alguma coisa realmente sair errada com aquela majestosa nação, que ninguém tenha dúvida, o mundo se lamentará amargamente.
Com os números citados sem base, parece um Presidente que já passou por aqui.
OESTE É ABENÇOADA POR DEUS E BONITA POR SUA EXCELENTE NATUREZA EDITORIAL. MÁXIME, CONGREGANDO A EXCELÊNCIA FÍSICA E MENTAL DA BELA ANA PAULA HENKEL. GOSTARIA DE SER SÓCIO COOPERADO DESSE VEÍCULO CASO ELE SE TORNE COOPERATIVA. LONGA VIDA PARA TODA A EQUIPE !
ORGULHO DE SER ASSINANTE !
Apresentando e analisando os fatos com maestria, Ana Paula entrega para o leitor um volume considerável de informação qualificada pelo seu raciocínio esclarecedor. Esse artigo precisa, urgentemente, ser lido pelo público dos Estados Unidos – é tão revelador que, com certeza, vai sacramentar a virada no placar em favor de Trump.
Trump está aguardando o momento certo pra destroçar esse Biden, que têm escândalos nas costas (abuso sexual, caso Ucrânia, etc), e os conservadores nos EUA o elegerão novamente, apoiado no embate contra as atitudes da China, ações de recuperação da economia, fé cristã, patriotismo, nacionalismo, etc
Excelente texto. Parabéns Ana Paula, nossa campeoníssima nas quadras e agora também no jornalismo!!!
ÓTIMO, MELHOR SERIA SE PUDESSE ENCAIXAR A DILMA COMO VICE. AÍ E SÓ SAIR PRA GALERA…
A esquerda radical chegou à maior potência do planeta! A base de seus argumentos – o besteirol do politicamente correto e o domínio das maiorias pelas minorias – representa o fim das liberdades individuais, em todos os sentidos, e poderá tornar realidade o nivelamento da humanidade pela mediocridade. Lamentável!
Ana, sua síntese do que acontece no mundo político hoje, e não é só nos EUA foi fenomenal. Acabaram-se as discussões inteligentes sobre planos de governo. Não existe mais debate político de assuntos importantes, agora o que vale é de que turma você faz parte. Da turma com selo de perdão de gafe e botão anticancelamento? Ou da que é cancelada a toda hora só porque pensa diferente da turma do “bem”.
O fato de não se acreditar em bruxas não afasta a possibilidade delas existirem. Eu li com atenção o maravilhoso texto e confesso ter medo que tal eleição surpreenda a razão. A reeleição de Trump é uma garantia para a estabilidade abaixo da linha do Equador. Parabéns pelo análise.
Adoro seus artigos, conterrânea. Q decadência o Partido Democrata, refém da esquerda sem noção
Ana, a sua visão de Biden é a de que os EUA estão em vias de apresentar a sua Dilma ao eleitor. Cada povo tem o governo que merece, essa lição da história é muito verdadeira. Acredito em Trump e acho que ele vence. Mas como o imponderável pode acontecer, vamos torcer para que o eleitor americano médio resolva defender o seu país e não servir para entregá-lo a progressistas que irão acabar com o sonho americano, tornando-o um pesadelo.
Vim mais rápido que censura do STF! Os textos dessa moça são um carinho para o cérebro.