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TSE
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza sessão plenária para o julgamento da ação que pede a inelegibilidade de Jair Bolsonaro | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Edição 170

Carta ao Leitor — Edição 170

O julgamento que decidirá o destino político de Jair Bolsonaro e o percurso no Congresso do novo arcabouço fiscal estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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Em 31 de agosto de 2016, depois de oito meses afastada do cargo, Dilma Rousseff foi fulminada pelo desfecho do processo de impeachment. As acusações envolviam o desrespeito à Lei Orçamentária, transgressões à Lei de Improbidade Administrativa e envolvimento em esquemas corruptos. A primeira mulher a assumir a chefia do governo foi afastada a bordo de uma pilha de provas do crime. Mas o Senado resolveu fatiar o impeachment. Ela perdeu o emprego, mas manteve os direitos políticos e a chance de disputar algum cargo já na eleição seguinte. Ricardo Lewandowski, que dividia com Renan Calheiros a presidência da sessão, argumentou que, se ficasse inelegível, Dilma ficaria sem chance de conseguir sequer o emprego de “merendeira de escola pública”. 

Em 7 de abril de 2018, Lula começou a cumprir, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, uma temporada na prisão que duraria 580 dias. Condenado por dez juízes de três diferentes instâncias pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula não pôde candidatar-se em 2018, mas não perdeu os direitos políticos e, meses depois, seria considerado elegível.

Em 22 de junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral deu início ao julgamento que deve suspender por alguns anos a carreira política de Jair Bolsonaro. O crime do ex-presidente? Criticar o processo eleitoral numa plateia formada por embaixadores estrangeiros. “O que ele fez de errado, ou ilegal, para justificar que o Comissariado Supremo de Controle das Eleições possa cassar os seus direitos políticos e proibir 140 milhões de eleitores brasileiros de votarem nele nas próximas eleições?”, pergunta J.R. Guzzo. “A resposta é muito simples: nada.” Onde está escrito, na Constituição ou em qualquer lei, que é proibido duvidar do bom funcionamento do sistema de votação e de apuração dos votos? “Em lugar nenhum”, responde Guzzo.

Enquanto assiste entre uma decolagem e um pouso a mais um ato do espetáculo da vingança contra todos os que responsabiliza pelo período na gaiola, Lula consome o tempo interpretando o papel de presidente sem governo. “Sem quadros técnicos no Ministério e cercado de aliados medíocres, o presidente completa seis meses no cargo sem projetos para o país, sem votos no Congresso e sem contato com o povo”, afirma Silvio Navarro na reportagem de capa desta edição. “Isso ocorre porque Lula montou o Ministério sem planejamento. Não tinha um plano de governo na campanha. Não tinha nomes pré-selecionados para ocupar funções se fosse eleito. O resultado foi o aparelhamento vertical de empresas, autarquias e bancos públicos.”

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Ilustração: Schmock

É difícil prever qual dos lados do palco será escolhido pelo protagonista. Um tem atores como Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, um homem a favor do desencarceramento em massa de bandidos e do desarmamento da população honesta. No outro lado, a primeira-dama Janja convence o marido a torrar na compra de um sofá e uma cama R$ 107 mil extorquidos dos pagadores de impostos. 

Para continuar bancando a falta de planejamento do governo, o caminho preferido é a criação de mais impostos. É esse, essencialmente, o objetivo do arcabouço fiscal de Fernando Haddad. “O governo está sendo forçado a recorrer à ‘estratégia do salame'”, explica Carlo Cauti. “Cada dia um imposto novo, porém pequeno e pouco visível. Que afete parte da sociedade sem que seja percebido por toda a população.” Segundo Cauti, o arcabouço fiscal forçará o país a conviver com déficits crescentes, que ampliam as necessidades de receitas, reduzem o crescimento futuro e deixam o país menos competitivo. 

Faz seis meses que o barco chamado Brasil parece ter perdido o piloto, que só dá as caras de vez em quando. Pelo visto, 220 milhões de passageiros terão de navegar por conta pelos próximos três anos e meio.

Boa leitura.

Branca Nunes

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, Edição 170. Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Brendan Smialowski/AFP
11 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Este centro do poder eleitoral, TSE, preços acabar.

  2. Marta Elisabete de Sousa Junqueira Netto
    Marta Elisabete de Sousa Junqueira Netto

    Lula “pegou” à presidência para se vingar dos que o colocaram na cadeia, para realizar os sonhos de Janja e se vingar da “maioria” dos brasileiros que não votaram nele. Como já está se sentindo velho deve ter pensado: agora me vingo e afundo o Brasil que me renegou. E, um dia ainda vou ganhar uma estátua !

  3. Isabel Pallaretti Perin
    Isabel Pallaretti Perin

    Quando um candidato é “ atacada” e durante a campanha sofre perseguição implacável de toda velha imprensa, do ministros de tribunais, aqui e fora do Brasil, do lobby explícito, do STF , para que não fosse aprovado pelo Legislativo mudança na contagem de votos, da explícita parcialidade que começou com a anulação de processos de candidato e culminou em censura contra apenas o outro candidato, é pedir muito que os cidadãos confiem cegamente.

  4. Isabel Pallaretti Perin
    Isabel Pallaretti Perin

    O Lula e a Janja deveriam fazer turismo para visitar o Titanic.

  5. Sos
    Sos

    Não vejo nenhum problema nas urnas eletrônicas. O problema foi o STF/TSE que trabalhou a favor do ladrão 24 horas por dia. Censurou tudo e todos que eram de direita ou contra o comunista ladrão. Pode ter havido fraude no nordeste, é possível, principalmente na propaganda POLÍTICA nas rádios. Enfim o Presidente Bolsonaro perdeu para o ladrão comunista devido ao ativismo político partidário comunista do STF/TSE.

  6. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Dona Branca: que tal vocês instituirem uma campanha para trocar o nome do STF para Comissão Política Suprema? Por outro lado, também é importante divulgar que o termo “quadrilhão do pt” ou “roubalheira do pt” pode ser comentado nas redes sociais. Não é fake news nem desinformação ou ato antidemocrático, pois os termos surgiram no Mensalão que, até agora, não foi anulado. Por outro lado, a maioria dos ministros que querem ferrar gente direita nem estavam no sTF quando do mensalão. Portanto: #quadrilhão do pt ou #mensalão do pt.

  7. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Desgoverno sugador do dinheiro público e incompetência e desperdício

  8. Joel Luiz Oliveira Rios
    Joel Luiz Oliveira Rios

    Humanamente falando, nada nem ninguém tirará da direita as próximas eleições para presidente da república, desde que acabemos com o embuste das urnas eletrônicas sem a impressão do voto, tal como acontece em todos os demais países civilizados e de primeiro mundo onde também estão sendo utilizadas estas mesmas urnas eletrônicas como no caso da Alemanha. Se não for Bolsonaro, será aquele que ele apoiar. Os políticos e o povo terão que fazer com que o voto auditável aconteça para as próximas eleições, ou então a roubalheira vai continuar, elegendo os escolhidos de sempre, e por critérios que não serão os escolhidos do povo.

  9. Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva

    Estamos à deriva. OESTE é um farol. O mais luminoso.

  10. Erich Bruno Hoertel Negri
    Erich Bruno Hoertel Negri

    Bolsonaro e a Operação Lava-Jato balançaram a árvore e alguns frutos podres caíram. Alguns foram colocados de volta, mas fruto podre não “desapodrece” . Bolsonaro não precisa mais concorrer à Presidência. Ele precisa apenas apoiar o próximo candidato. É provável que Bolsonaro seja tornado inelegível por esse tribunal fajuto e aparelhado, mas o estrago está feito: o ex-presidente ajudou a dar rosto e nome aos inimigos do país. Estes são doravante figurinhas marcadas. O povo irá cobrar.

  11. RÔmulo Augusto Linhares Paiva
    RÔmulo Augusto Linhares Paiva

    Está claro que as eleições foram desonesta. Bolsonaro estava certo!

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