São Paulo está cada vez mais se tornando o grande polo turístico brasileiro. Segundo dados divulgados pela FecomercioSP, o setor de turismo é o que mais cresce entre os serviços na capital paulista.
O setor registrou um faturamento de R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre — maior que o observado no mesmo período de 2022. As previsões para o final do ano são de cerca de R$ 10 bilhões movimentados somente na capital.
Entre os maiores responsáveis por esse resultado estão os grandes eventos, que voltaram a ser realizados na cidade após o fim da pandemia de covid-19. Segundo a São Paulo Turismo, os 202 grandes eventos agendados para o segundo semestre deste ano na cidade devem somar 6,5 milhões de visitantes. Entre eles estão convenções, feiras e congressos, além de shows e eventos esportivos, como a Fórmula 1.
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A luz no fim do túnel
A maior resseguradora da América Latina parece ter encontrado uma luz no fim do túnel. O IRB Brasil registrou seu primeiro lucro desde 2020, quando foi descoberto o escândalo contábil que dizimou a diretoria da empresa e derrubou o seu valor na bolsa.
A resseguradora registrou um resultado positivo de R$ 22,3 milhões em julho de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 58,9 milhões registrado no mesmo mês do ano passado.
A melhora nos resultados não passou despercebida pelo mercado. As ações da empresa aumentaram mais de 100% nos últimos seis meses. O megainvestidor Luiz Barsi também se tornou acionista, elevando a confiança de muitos gestores.
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A briga do busão
O mercado de ônibus interestaduais está se tornando um campo de batalha entre as empresas do setor e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Depois de anos de multas aplicadas contra operadores de ônibus privados — que começaram a operar desafiando as proibições da ANTT —, de recursos vencidos e de intervenções políticas, a disputa pelas rodovias parece ter chegado ao fim.
A agência quer um novo marco regulatório do segmento que, segundo as empresas, manteria o “oligopólio das grandes viações”.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) lançou uma campanha de mobilização nas redes sociais chamada “Busão Livre”, que reúne Buser, FlixBus e a Associação Brasileira dos Fretadores Colaborativos (Abrafrec).
Segundo a entidade, a ausência de concorrência no setor de ônibus interestaduais deixa mais de 20 milhões de pessoas sem condições de pagar as passagens. A solução seria a abertura de mercado, para reduzir os preços e modernizar as modalidades de viagens.
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São Paulo, porto de luxo
A cidade de São Paulo está hospedando a maior feira náutica de luxo da América Latina: a São Paulo Boat Show.
Mais de 150 modelos de barcos, iates e embarcações náuticas — com valores que superam os R$ 35 milhões — chegaram à capital paulista para a 26ª edição do evento, que ocorre entre 21 e 26 de setembro. Mais de 50 novos modelos serão lançados durante a Boat Show. A expectativa é que o volume de negócios fechados seja superior a R$ 500 milhões.
O setor náutico brasileiro está em franca expansão, projetando um faturamento de R$ 2,5 bilhões para 2023, e atingindo um patamar recorde de 120 mil empregos gerados. Somente as três Boat Shows brasileiras — Rio de Janeiro, São Paulo e Itajaí — devem gerar R$ 1 bilhão em negócios, o que representa 40% de toda a movimentação econômica do setor.
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Rio de Janeiro, capital hemisférica dos seguros
O Rio de Janeiro vai se tornar a capital dos seguros das Américas. Entre os dias 24 e 26 de setembro, a capital fluminense vai sediar a Fides 2023, a conferência hemisférica dos seguros. O evento é organizado a cada dois anos e vai reunir os principais atores do setor.
Nesta 38ª edição, o tema central será “Seguros para um mundo mais sustentável”. Serão debatidos temas como desafios da longevidade, avanço dos riscos cibernéticos, sinistros de grandes obras de infraestrutura, mudanças climáticas e aderência das seguradoras a questões ligadas ao ESG (sigla para “ambiental, social e de governança”).
Entre os palestrantes, está confirmada a participação de Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008, Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, e Luis Alberto Moreno, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Para a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), as perspectivas são otimistas. A entidade revisou a estimativa de expansão do mercado segurador para 2023, com um crescimento previsto de 11%. Nos primeiros seis meses do ano, o mercado segurador brasileiro arrecadou quase R$ 182 bilhões, segundo os dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). O valor representa uma alta de 7,7% na comparação com o mesmo período de 2022. A previsão é que, até o final de 2023, o setor movimente mais de R$ 350 bilhões.
Confira a entrevista com Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg e ex-ministro do Planejamento de Michel Temer.
Como está o setor de seguros no segundo semestre?
O setor de seguros vem crescendo favoravelmente nesta primeira parte do ano. Nossa expectativa é que continue ou acelere o crescimento no segundo semestre. Tivemos algumas vitórias importantes, como votações de leis que permitem a aprovação de previdência e capitalização como garantidores de operação de crédito, seguro como mitigador de riscos de instituições financeiras. Medidas que a gente entende que, ao longo do tempo, podem alavancar a potencialidade do nosso segmento.
Qual é a previsão para 2024?
Esperamos os primeiros efeitos de leis e regulamentos que foram aprovados ao longo de 2023. Em termos de comportamento e evolução do setor de seguros, deve ser um ano com crescimento parecido com o de 2023, mas podem surgir surpresas positivas com o caminhar da taxa de juros e um melhor cenário global.
Como a situação macroeconômica influencia o setor de seguros?
Como todo setor econômico, a situação macroeconômica tem impacto direto no setor de seguros. Por exemplo, por uma situação mais favorável, como o aumento do investimento das empresas, seja para realizar seus projetos, seja para assegurar seu maquinário ou instalações. Qualquer aumento da atividade econômica do lado da empresa tem impacto direto no setor de seguros.
Além disso, com um aumento da renda disponível, há mais seguros contratados pelas pessoas físicas, uma alavanca importante para mais consumo. Portanto, se há mais renda disponível e maior consumo de bens, as pessoas começam a comprar mais seguros para proteger esses bens.
Quais são os seguros favoritos dos brasileiros?
O seguro que tem um maior número de pessoas asseguradas é o seguro saúde, juntando os médicos e os odontológicos. Se você juntar todos os planos médicos, estaremos falando de cerca de 80 milhões de pessoas com esse tipo de seguro. Nas pesquisas, entende-se que o plano de saúde é o desejo de consumo das pessoas. Eu diria que é esse seguro que todo brasileiro gostaria de ter.
Há outros importantes, como os relacionados ao seguro de bens. Aí o carro-chefe, sem trocadilho, continua sendo o seguro de automóvel. Ele representa quase 50% da arrecadação do seguro de danos.
Na parte de previdência, o mais procurado é o VGBL. Somente nos primeiros seis meses deste ano, esse produto cresceu 12,3%.
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