“Hoje pode ser Israel que está sob ataque, mas esta não é apenas uma guerra contra Israel; esta é uma guerra contra o mundo livre; é uma guerra contra a civilização. Israel está na vanguarda da guerra contra o terrorismo e, se não obtivermos êxito, o mundo inteiro pagará o preço.” Com essas palavras, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, definiu o ataque massivo do grupo terrorista Hamas, no último 7 de outubro.
As palavras de Erdan mostram a amplitude do que ocorreu em Israel, sua repercussão internacional, assim como as grandes incógnitas que se abrem diante de nossos olhos.
Quando se celebrava um feriado judaico e quando Israel se preparava para assinalar os 50 anos da Guerra do Yom Kippur, o país foi alvo de um ataque que o deixou em estado de choque. Milhares de mísseis atravessaram os céus e atingiram os mais diversos locais, enquanto quase 2 mil terroristas do Hamas invadiam o país, literalmente por terra, mar e ar. Homens armados caçavam a esmo, por toda parte, homens, mulheres, crianças, e os mutilavam ou assassinavam a sangue frio, com requintes de crueldade; realizavam estupros em massa, e arrastavam várias pessoas para dentro de seus veículos, levando-as sequestradas, como troféus de sua ação, para servirem de escudos humanos, enquanto entoavam “Allahu akbar” (“Alá é grande”). Famílias inteiras foram dizimadas, e jovens que participavam de uma festa foram encurralados como animais, morrendo às centenas. Por fim, a descoberta, no kibutz Kfar Aza, de 40 corpos de bebês, alguns deles decapitados, deu bem a dimensão da sanha assassina e inumana da ação de terror.
As imagens dantescas preencheram noticiários televisionados, canais de internet, grupos de mensagens. Parece óbvio que a divulgação dessas cenas também fazia parte da operação de terror. Elas transmitiam a ideia de forças do caos que, aniquilando os mais sofisticados sistemas de segurança e de defesa, tinham conseguido penetrar até mesmo no âmago sagrado e tranquilo dos lares. No momento em que escrevo este artigo, os números oficiais das autoridades israelenses dão conta de 1,3 mil mortos e 3,3 mil feridos entre a população do país.
Muitos, dentro e fora de Israel, compararam os eventos do 7 de outubro de 2023 aos do 11 de setembro de 2001, os quais transformaram o modo de viver, de trabalhar, de se divertir de uma nação que tinha dificuldade em acreditar na profundidade do mal. O sentimento de segurança da maior potência militar do mundo, os Estados Unidos, foi profundamente abalado naquela data.
Também agora a sensação da quebra de paradigmas de segurança se espalhou pelo mundo. Aqueles que pareciam imbatíveis no combate às ameaças externas sucumbiram ante a ousadia sanguinária do terrorismo do Hamas. Um sentimento de insegurança se espalhou dentro de Israel, mas também pelo mundo. As perguntas surgiram nos espíritos: Israel resistirá, ou acabará por sucumbir? O terror macabro e infernal do Hamas se espalhará, com outros grupos e organizações terroristas, por mais países e, sobretudo, pelas nações cristãs do Ocidente? Haverá um sobressalto saneador de resistência, ou as sociedades se acomodarão?
Mas voltemos à pergunta: o que aconteceu? Essa catástrofe, considerada por alguns a pior desde a criação do Estado judaico, deixará marcas indeléveis nesta e nas próximas gerações. Será que a extrema vigilância deu lugar a uma excessiva confiança que não fez prever um ataque inimigo surpresa? E a inteligência militar, bem como os outros serviços de inteligência israelense, como puderam falhar de modo tão estrondoso?
Essas questões ainda não têm respostas certas. Mas não nos podemos esquecer de que o ataque-surpresa dos terroristas do Hamas se deu após um longo período de enfrentamentos nos campos político e social, que extravasaram esses campos e se voltaram para a própria questão existencial do Estado judeu, a propósito da reforma judicial. Reforma judicial que visava a conter o governo paralelo exercido pela Suprema Corte de Israel. Forças, internas e externas, contrárias à reforma, passaram a comandar uma campanha agressiva, a qual provocou dissensões profundas na sociedade, atingindo as próprias estruturas do Estado de Israel, incluídas as Forças Armadas.
Poucos dias antes do ataque terrorista, o comandante da Força Aérea, major-general Tomer Bar, enfatizava em uma carta pública a necessidade da confiança mútua e da unidade de propósitos para garantir as capacidades de defesa de Israel, diante das manifestações de pilotos da reserva que se recusavam a prestar seu serviço, como forma de protesto contra a dita reforma judicial.
O esquema de poder alçado ao governo, sob o comando de Lula, não conseguiu esconder sua conivência com o grupo terrorista Hamas, o qual se tinha congratulado pela vitória eleitoral do petista
Como referi, ainda não podemos avaliar as implicações dessa maquinação contra a reforma judicial, de alcance internacional, no verdadeiro colapso em todo o sistema de defesa israelense. Mas não podemos em sã consciência ignorar essa possibilidade.
Convém agora considerar que o imenso e estruturado ataque do terrorista Hamas a Israel causou verdadeiras ondas de choque pelo mundo. Ondas de choque altamente reveladoras. O Brasil é exemplo disso.
O esquema de poder alçado ao governo, sob o comando de Lula, não conseguiu esconder sua conivência com o grupo terrorista Hamas, o qual se tinha congratulado pela vitória eleitoral do petista. Numa nota esquiva, em que menciona atos de violência, sem lhes apontar o autor ou a natureza, a diplomacia brasileira tudo fez para resguardar os terroristas.
Entretanto, políticos do PT e de outros partidos de esquerda, bem como agremiações ao estilo do MST, se pronunciaram publicamente contra Israel e na defesa das atrocidades praticadas pelo Hamas, apresentadas como “resistência legítima”. Mais ainda, em diversas cidades militantes de esquerda fizeram manifestações públicas com apologia ao terrorismo e às atrocidades do Hamas, sem causar qualquer comoção naqueles que se dizem tão preocupados com as instituições, o “Estado democrático de Direito” e a própria democracia.
A simbiose ideológica assim manifestada, por diversos agentes de uma esquerda atualmente no poder, com o terrorismo islâmico do Hamas suscita uma questão de fundo. Parece que a “Constituição”, as “instituições” e a “democracia” são apenas para-ventos retóricos para esconder um regime radical de esquerda, aberto à ação política de natureza violenta e persecutória, e à ação diplomática de caotização subversiva da ordem internacional.
Poucas horas após os ataques do Hamas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que o país estava oficialmente em guerra. Mais de 300 mil reservistas foram convocados, e dias depois foi anunciado um governo de coalizão.
No chamado conflito árabe-israelense, é mister distinguir duas camadas de realidade. Uma é o entrechoque, com raízes religiosas, étnicas, históricas e econômicas, dos descendentes de Israel e dos de Ismael. Outra é a presente confrontação do eixo sino-russo-iraniano, com apoio do Foro de São Paulo, para erigir uma “nova ordem mundial”, baseada no “multilateralismo”. Na verdade, uma aliança de regimes totalitários contra o chamado mundo livre. Ora, nesse quadro, as circunstâncias conduziram Israel ao papel de um Estado para-choque. Se Israel sucumbir às investidas do islamismo revolucionário (seja de países como o Irã, seja de organizações terroristas como o Hamas e o Hezbollah), a derrocada do mundo livre será potencializada.
Os vestígios da intervenção nos bastidores de nações como o Irã e a Rússia aumentam os temores à generalização de um conflito. Aliás, a presença de dois porta-aviões norte-americanos na região, acompanhados de diversos outros navios de guerra, é um sinal claro do alto grau de combustibilidade da situação.
Segundo o especialista em Leste Europeu Sergej Sumlenny, nos anos de 2022 e 2023, os líderes do Hamas visitaram Moscou pelo menos três vezes, encontrando-se com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e com o ditador checheno Kadyrov, tendo discutido “uma nova ordem mundial”, bem como o “enfraquecimento do tumor sionista e a remodelação do Ocidente”. Numa reportagem especial, o Wall Street Journal, citando fontes do Hamas e do Hezbollah, afirmou que a Guarda Revolucionária do Irã ajudou a planejar o ataque a Israel.
Talvez um olhar à própria natureza do Hamas possa esclarecer o que está em causa no momento. Em uma entrevista à CNN norte-americana, Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do Hamas, autor do livro O Filho do Hamas, afirmou: “O Hamas não quer coexistência, o Hamas procura conquistar. A meta final do Hamas é construir um Estado islâmico sobre todas as outras civilizações. Nas mesquitas nos ensinam sempre que sem o derramamento de sangue inocente pelo bem da ideologia não poderemos construir um Estado islâmico”.
Estamos entre a barbárie e a civilização.
José Carlos Sepúlveda da Fonseca é cientista político.
Leia também “A esquerda escolheu o lado do terror”
Realmente, vivemos tempos loucos! Parece que a humanidade deu uma guinada de 180º na direção da auto aniquilação. Esse eixo sino-russo-iraniano, que considero do mal, quer a implantação de uma NOM com a destruição dos valores ocidentais e a implantação de regimes autoritários e sanguinário. Alguém viu o último general russo que foi destituído do comando de sua unidade militar? Como o avião do líder do “Wagner Group” explodiu em pleno ar? Sabemos do destino do último dirigente chinês que foi retirado à força de uma reunião do PCC? E essa ditatura teocrática iraniana que financia a morte de crianças, estupro de mulheres e assassinatos em massa? É isso que queremos? E pior, no Brasil, manifestações de apoio aos terroristas do Hamas por pessoas ligadas aos partidos de extrema-esquerda, legitimando de modo velado as atrocidades perpetradas em Israel só sinalizam, para mim, que esses simpatizantes de terroristas são capazes de qualquer coisa em nome de uma visão de mundo enviesada. Valendo até o derramamento de sangue de inocente, como escrito na porcaria de livro escrito por uma pessoa com claros traços de psicose.
O PT não consegue definir o Hamas como terroristas porque o PT e o Hamas são iguais, destruir a oposição para dominar. Se as pessoas do 8 de janeiro são terroristas eu queria saber como o STF define o Hamas, eles estão caladinhos.
Excelente artigo,. mostra o horror do ataque do Hamas a maior democracia do oriente médio .os grupos terroristas em vários lugares do mundo são contra nossa civilização, nada produzem,vivem apenas as custas de doações volumosas de países que os apoiam como Irã Catar e outros que mantém sua economia explorando petróleo em seus territórios. Dois grandes grupos do terror atual são Hamas e Rezbollah, os dois atacam Israel, um pelo sul e outro pelo norte.Foi um ataque planejado por meses.Israel defende sua nação há anos contra o terror,pois simplesmente querem extermina-lo
Nunca conseguirão. Um alerta para a Europa que também são alvos desses ataques, só na França existem mais de cinco milhões de muçulmanos vivendo em seu país. O terrorismo está brincando nos quintais europeus há anos.Exatamente a barbárie contra a civilizado.
Realmente o PT é um esquema de poder que foi alçado ao governo pelos seus comparsas do STF.
Parabéns ao Sr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca. Profunda e abrangente análise. E escancara o esquema de governo petista e o fórum de São Paulo, com o eixo sino-russo-iraniano como escolha de um sinistro futuro para nossa Nação.
Essa realmente não é mais uma guerra entre judeus e muçulmanos. Esta é uma guerra entre fundamentalistas radicais e o mundo livre. A guerra é mundial.
100%revista oeste
”O Hamas não quer coexistência, o Hamas procura conquistar. A meta final do Hamas é construir um Estado Islâmico sobre todas as outras civilizações. Nas mesquitas nos ensinam sempre que sem o derramamento de sangue inocente pelo bem da ideologia não podemos construir um Estado islâmico”.
Esta afirmação é imposição de uma vontade sem se importar com o que pensam e o que desejam os outros povos.
A barbárie e a intolerância estão estampadas nas páginas da história com apoio “escondido” do desgoverno brasileiro representado pelo PT e seus satélites.
Não é impossível. O PT segue a mesma linha criminosa. São sanguinários, nazistas, comunistas e fascistas ao mesmo tempo. Se continuarem no poder com seu tribunal revolucionários chegarem a pena de morte de quem pensar diferente. HIstórico eles tem.
Parabéns pelo texto. A cada dia o desgoverno se mostra mais a que veio. Comunistas.
Excelente artigo!! Muito esclarecedor!!
Voltando a guerra contra o mundo livre, os europeus têm que parar de serem hipócritas e aliarem-se aos EUA e ISRAEL contra Rússia, Irã, China, numa eventual terceira guerra mundial!