Nas décadas de 1970 e 1980, a União Soviética apoiou grupos terroristas que atuavam no coração da Europa. As Brigadas Vermelhas e a Fração do Exército Vermelho — os principais grupos terroristas da Itália e da Alemanha — eram financiadas pelo serviço secreto soviético.
Grupos e células terroristas eram apoiados ou comandados pelo Iraque, pelo Irã, pela Síria e pelos países satélites da União Soviética, como Bulgária, Alemanha Oriental e Checoslováquia. Como se saberia depois, esse apoio não ficou restrito aos grupos terroristas europeus, mas foi estendido aos terroristas fundamentalistas islâmicos.
Em 1990, o então presidente da Checoslováquia, Václav Havel, revelou que o antigo regime comunista do país fornecera ao governo líbio do coronel Muammar Kadhafi 1.000 toneladas de Semtex, o explosivo indetectável que se tornou a arma terrorista mais letal do mundo. Disse Havel: “Se você considerar que 200 gramas são suficientes para explodir uma aeronave, isso significa que o terrorismo mundial tem Semtex suficiente para durar 150 anos”.
Acredita-se que Kadhafi tenha repassado o explosivo ao Exército Republicano Irlandês e a grupos do Oriente Médio, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina. A Frente Popular é o grupo suspeito de derrubar o voo 103 da Pan Am sobre Lockerbie, na Escócia, em dezembro de 1988. O Pan Am 103, que voava a 10 quilômetros de altitude, foi derrubado por uma pequena bomba feita com Semtex, escondida em um gravador portátil. O atentado matou 259 pessoas a bordo e 11 no solo.
Os arquivos secretos dos antigos governos comunistas da Europa Oriental mostram que, já na década de 1980, os países comunistas abrigaram grupos terroristas do Oriente Médio e da Europa — o que foi amplamente negado pelos comunistas na época. Mas os documentos mostram que a polícia secreta soviética, a KGB, sabia exatamente o que as agências de segurança de países comunistas estavam fazendo.
Quando o comunismo caiu na Hungria e na Alemanha Oriental, seus novos governos revelaram que seus antecessores haviam abrigado, entre outros, o terrorista internacional venezuelano Ilich Ramirez Sanchez, conhecido como Carlos, nas décadas de 1970 e 1980. A polícia política da Alemanha Oriental, conhecida como Stasi, forneceu abrigo, empregos e novas identidades a membros da Fração do Exército Vermelho.
O escritor e jornalista francês Jean-François Revel criticava os governos ocidentais por não verem no terrorismo uma estratégia planejada para enfraquecer as democracias e, graças ao terror, obter delas ajuda, concessões e privilégios
Os arquivos da Alemanha comunista mostram que suas autoridades deixaram um grupo terrorista líbio-palestino executar um atentado a bomba em uma discoteca em Berlim Ocidental que matou dois militares americanos e feriu outras 229 pessoas, em abril de 1986. Mensagens da Embaixada da Líbia em Berlim Oriental, interceptadas pelos Estados Unidos, comprovaram o envolvimento da Líbia. Em represália, os Estados Unidos bombardearam as cidades de Trípoli e Bengasi.
A tempestade de críticas recebidas pelo governo norte-americano demonstrou a incapacidade dos países ocidentais de entender o que estava em jogo. Ela também sinalizou aos terroristas que eles sempre podiam contar com a ingenuidade e a complacência do Ocidente, apesar de todas as barbaridades que cometiam.
O escritor e jornalista francês Jean-François Revel criticava os governos ocidentais por não verem no terrorismo uma estratégia planejada para enfraquecer as democracias e, graças ao terror, obter delas ajuda, concessões e privilégios. Ravel também criticava os países ocidentais por se negarem a colaborar entre si na luta contra esse inimigo, e por agirem com base na “tola crença de que, mostrando-se dóceis e inoperantes frente às ações terroristas, iriam desviá-las para outros países, protegendo o próprio”.
É exatamente o que estamos vendo hoje.
Revel dizia que as ações terroristas na Itália, na Alemanha, na França e na Bélgica compartilhavam o mesmo objetivo — atacar e enfraquecer as democracias.
Como diz Mario Vargas Llosa, em O Chamado da Tribo:
“Revel foi um dos poucos analistas políticos que intuiu, desde os primeiros atentados cometidos na Europa pelo grupo Baader-Meinhof, pelas Brigadas Vermelhas, pela Ação Direta ou pelo ETA, uma ofensiva antidemocrática e totalitária contra as sociedades livres, que, devido à inércia e à falta de reflexos ou de convicções que atenuaram ou anularam a resposta das vítimas, nas décadas seguintes iria crescendo até provocar nos países europeus (…) um desassossego e uma confusão de graves consequências para a sobrevivência dessas sociedades livres.”
Inércia, falta de reflexos ou de convicções parecem ser exatamente o que estamos vendo hoje.
As únicas exceções, aparentemente, são Israel e — pelo menos até agora — os Estados Unidos.
Leia também “Terror e democracia: a lição importante”
Bela e oportuna analise !!!
Precisamos iniciar uma ofensiva a este papo de terrorista lutando por um ideal, por um povo, por uma cultura.
Na verdade eles querem desestabilizar governos para obter PODER E DINHEIRO.
Vejam o que esta acontecendo com o LULA ao chegar ao governo.
A esquerda mundial e seus apoiados “vendem”, principalmente para a juventude a ideia de que o comunismo/progressismos é a redenção da sociedade.
Na verdade o que eles querem é aniquilar as liberdade individuais e tornar todos reféns de seus atos e desmandos.
Vamos postar nas redes: #foralula
Fantástico e didático
Lideranças do comunismo precisam sempre vir a tona para que nossa juventude entenda seus males.
A democracia é um insulto para o tirano que não suporta qualquer tipo de limite, principalmente o teto de gastos. O dinheiro das repúblicas socialistas é inesgotável, pois não têm congresso para dar satisfação de seus atos, estando livre para subornar ou apoiar quem quiser, mesmo fora das fronteiras.
‘Aparentemente’ não, Motta. Os dois países são sempre as vítimas destes covardes. O 11/09 nos EUA e o 07/10 em Israel, fora dezenas de outros ataques traiçoeiros contra a população civil, e o nível de defesa que empreendem, provam o total engajamento das duas democracias.
Excelente artigo. Parabéns.
Vamos esperar até onde vai essa confusão toda, e com certeza o Brasil do Lula vai ficar do lado errado, como está fazendo, só besteira, um anão diplomático.
Senhor editor, não é Fração, é Facção.
Boa noite, Flavio. Fizemos a checagem, e o nome correto da organização guerrilheira alemã de extrema esquerda é mesmo Fração do Exército Vermelho. De qualquer maneira, agradecemos pelo cuidado em avisar. Pode sempre entrar em contato em casos assim.
Recentemente o terrorista cesare batisti…..acolhido por lula e defendido por barroso boca mole mané.
…e tem o ahmedinejad, recebido por lula com camisa da selecao brasileira…
Só o malafaia tava lá no aeroporto criticando esse ultimo