Praticar o jornalismo com posicionamento político é legítimo. Às vezes, até recomendável. Obscuro é apresentar-se como defensor da objetividade fria, da imparcialidade inamovível, e incrustar um viés ideológico em cada conteúdo. Esse é um traço cada vez mais pronunciado na prática jornalística contemporânea. Junte-se a essa característica a defesa intelectual de um ideário politicamente correto que teria a justificabilidade de se sobrepor ao relato dos fatos, e temos o festival de manchetes militantes — porém, divulgadas como tão somente “objetivas” — que vemos a cada minuto na mídia tradicional.
A Revista Oeste tem um posicionamento claro, divulgado neste site no link Nosso Pacto. Parece razoável pedir que os veículos de comunicação adotem medida semelhante. Seria mais honesto e, presumivelmente, o relacionamento com o público-alvo se estabeleceria sobre outras bases, mais sólidas. Talvez até mesmo as críticas se reduzissem. Mas não. A chamada “grande imprensa” considera desnecessário esse procedimento por julgar-se do “lado certo do debate”. Tem a convicção da propriedade da “clareza moral”. E os dados, os fatos, os números, as declarações dos entrevistados devem estar a serviço dessa “clareza” tão peculiar.
É esse o tema ao qual a jornalista Selma Santa Cruz se dedicou nesta vigésima edição da Revista Oeste. Com notável apego aos fatos, e apenas a eles, Selma demonstra que a verdade não é relativa e que determinadas “causas” comprometem seriamente o bom jornalismo.
Como ingressou na carreira, o “editor do Brasil” Dias Toffoli precisa empenhar-se um pouco mais no manuseio do instrumento indispensável ao ofício, a língua portuguesa. Até o momento, seu texto “merece um zero com louvor”, como escreve Augusto Nunes.
Em contrapartida, límpido e bem estruturado é o manual da Procuradoria-Geral da República. O escritor Guilherme Fiuza mostra como tudo está muito bem definidinho para que a Procuradoria seja capaz de procurar bastante sem encontrar coisa alguma.
De sua parte, o STF encontra o que quer encontrar e ignora o que bem entende. Envergonha-nos a comparação do nosso tribunal maior com a Suprema Corte americana. A analista Ana Paula Henkel discorre sobre os pilares jurídicos e intelectuais do originalismo e do textualismo na defesa da Constituição dos Estados Unidos, expressos na figura do juiz Antonin Scalia. “Se você for um juiz bom e fiel, deve se resignar ao fato de que nem sempre gostará das conclusões a que vai chegar. Se você gosta delas o tempo todo, provavelmente está fazendo algo errado”, disse certa vez Scalia.
A nossa Suprema Corte, em contraposição ao princípio defendido por Scalia, parece sempre encantada pelas próprias decisões heterodoxas, cada vez mais sem limites, e em evidente desacordo com a Constituição. “O Judiciário é o poder mais perigoso porque tem o potencial mais danoso”, argumenta com propriedade o cientista político Bruno Garschagen no artigo “O STF, a imprensa e a liberdade de expressão”.
O pensamento progressista que contamina a Corte brasileira tem amplificado seu raio de ação, notavelmente na Europa e nos Estados Unidos. É o que se vê nas universidades, nos movimentos encabeçados por adolescentes e jovens, no ativismo digital e até nas grandes corporações. Somos testemunhas do processo de construção de uma “nova cultura ocidental”? J. R. Guzzo não nega a marcha da insensatez capitaneada pelos progressistas, nem o reverenciado “Novo Testamento da Virtude Política”, mas pondera: “O bom senso recomenda que se considere a realidade antes de chamar o padre para dar a extrema-unção ao mundo como ele é hoje”.
Boa leitura.
Os Editores.
Não me arrependo em nenhum momento por ter assinado essa revista. Estão de parabéns. Continuem assim.
A revista sempre é boa, mas nesta edição conseguiu se superar. Parabéns.
O problema da grande imprensa em dizer de qual lado ela está e que na verdade ela está no lado que sempre lhe convém(os donos e editores). Oportunistas! E ponto final.
Excelente editorial, marcado pelo bom-senso e a honestidade intelectual e moral de que tanto carece a chamada “grande imprensa”, hoje em dia. A Revista Oeste vai, cada vez mais, se consolidando como veículo de jornalismo sério e responsável, e de claro respeito a seu ideário, mais ainda a seu leitor-assinante. Parabéns!
O problema da grande imprensa em dizer de qual lado ela está e que na verdade ela está no lado que sempre lhe convém(os donos e editores). Oportunistas! E ponto final.
Revista cada dia melhor! Vai se consolidar como referência do pensamento conservador!
Contem comigo na luta…
Esses jornalistas primam pela ética,pela realidade verdadeira do que ocorre hoje no Brasil.Sinto-me honrada em ser leitora assídua da Revista Oeste,veio para ficar.Parabens,grande honra e prazer de ter acesso as informações que me proporcionam.Grata