Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, condenado 23 vezes a um total de 425 anos de detenção, quer ser deputado federal. Após seis anos na prisão, está solto porque as demais condenações ainda não transitaram em julgado. Enquanto isso, centenas de pessoas presas desde 9 de janeiro do ano passado ainda estão sob custódia do Estado sem condenação alguma. Cabral viu que o Ministro Fachin anulou a condenação a 24 anos do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por erro de endereço. Como não era para ser Curitiba, ele mandou o processo para a Justiça Eleitoral. Cabral também quer. Isonomia. O que se tem visto é que, depois dos episódios do Mensalão e da Lava Jato, a saída de Lula da prisão rumo à Presidência da República passou a marcar um período anti-Lava Jato. O que vinha representando, finalmente, a extinção da cultura da imunidade agora representa a volta da impunidade.
Como o exemplo vem de cima, o que acontece com engravatados se reflete no estímulo ao crime dos níveis mais abaixo. E se espraia. O Equador passa pelo Brasil — geograficamente e por semelhança. Corta o Brasil no norte, e corta corpos brasileiros nos assaltos, mas também na corrupção, nos assassinatos, nas lavagens de dinheiro, nos fuzis das facções, nos desvios das estatais, nas vendas de sentenças, nas omissões, no fracasso das leis penais e dos seus agentes. Sofremos mais de 30 mil homicídios num ano; Equador tem 9 mil. Em números absolutos, estamos há anos numa triste liderança no mundo — entre os três países com mais homicídios. E o problema não é apenas de assassinatos, mas de assaltos e corrupção. A legislação leniente traz a mensagem de que o crime compensa. Combatemos o crime com declarações grandiloquentes de políticos, enquanto os criminosos inflam seus domínios.
No Equador, o crime se misturou com a política, a ponto de a chefe do Ministério Público afirmar que há uma narcopolítica. Por aqui também há disso, com a influência do crime nas eleições de prefeitos, vereadores e congressistas
No Equador, o crime se misturou com a política, a ponto de a chefe do Ministério Público afirmar que há uma narcopolítica. Por aqui também há disso, com a influência do crime nas eleições de prefeitos, vereadores e congressistas. A costa do Equador tem o domínio das facções; aqui há muitos “portos” clandestinos nas margens do Lago de Itaipu e na costa atlântica, sem contar com as estradas do contrabando na nossa fronteira seca a oeste. No Rio há territórios liberados, santuários das milícias e das facções de drogas. O tráfico e suas facções estão até na Amazônia, com ligações no exterior e no sul do país. De norte a sul, vamos imitando os cariocas, que foram se adaptando, se adequando, se aculturando, nessas últimas cinco décadas, enquanto o crime no Rio substituía o revólver pelo fuzil e pela metralhadora .50. No Equador, as medidas especiais consideram cúmplices juízes, promotores, policiais, funcionários que beneficiam criminosos.
No próximo dia 1º, um ex-ministro do Supremo, sem currículo em segurança pública, vai assumir o Ministério que, de fato, não é da Justiça, mas da Segurança Pública. O que poderá ele fazer, além da declaração de que vai combater o crime? Vai ter como secretário nacional de Segurança Pública um promotor com 35 anos de experiência, que chegou a procurador-geral do Estado de São Paulo. Como a Colômbia passou nos anos 1980 e o México nos anos 1990, e o Equador agora, o Estado brasileiro vai assistindo à expansão do crime, que já tem territórios, tem presídios, tem políticos e até tem jornalistas que detestam a polícia e adoram essas “vítimas da sociedade”. Devolver aos brasileiros o direito à vida, à propriedade, o direito de ir e vir, a paz nas ruas, não será apenas uma questão de polícia, mas também de ideologia. A que justifica o criminoso.
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Quem está lá atualmente para combater o crime, faz parte do crime, então não adianta. É enxugar gelo!
Infelizmente com essas nossas urnas certamente ele voltará para o Congresso. Duvidam? Eu não.
Essa conta de homicídios tá errada, era 65 mil contando os cadáveres de rua. E os que são socorridos e depois morrem? Apesar de tudo, quando é que vão acabar com essa desgraça? Tem que prender e fuzilar os bandidos ladrões comunistas terroristas da nação. Ou vão esperar que viremos uma Cuba?
Permitam-me uma pequena discordância. No texto consta que a legislação é leniente. Embora não seja criminalista, creio que posso afirmar que não o é. Julgo que, em relação a certas infrações (aquelas menores), até que deveria sê-lo (Não estou dizendo para não haver punição). O problema cinge-se, ao meu ver, em má aplicação, onde, em relação a crimes graves, inocentes são “trucidados” e culpados são recompensados.
Deixem o Sérgio se candidatar, se for eleito, é porque o povo brasileiro não tem a menor vergonha na cara.
Com as urnas confiáveis que nós temos, acontecerá o mesmo que aconteceu com o Ladrão 9 dedos, de volta ao poder.