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Foto: Shutterstock
Edição 214

Carta ao Leitor — Edição 214

A imensidão de brasileiros beneficiados pelo Bolsa Família está entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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Em novembro de 2023, na edição 190, uma reportagem de Oeste descreveu a vida real dos 18 mil habitantes de Mairi, no interior da Bahia. Ali, menos de mil moradores (5%) têm um emprego. E 10 mil pessoas (56% da população) precisam do Bolsa Família. “Em Mairi, boa parte de quem recebe o auxílio complementa a renda por meio de bicos e trabalhos informais”, contou Artur Piva.

Nesta semana, 24 edições depois, Carlo Cauti mostra que, neste Brasil de 2024, os beneficiários do Bolsa Família são 56 milhões de habitantes em todo o país. “O número é superior ao das populações da Argentina (45 milhões), do Uruguai (3 milhões) e do Paraguai (7 milhões) somadas”, compara Cauti.

Enquanto isso, a população economicamente ativa é de 108 milhões de brasileiros, somados os setores público e privado. Apenas 46 milhões deles têm carteira assinada. Isso mostra que existem mais brasileiros recebendo o Bolsa Família do que trabalhadores formais. “Em compensação, são apenas 6 milhões de CNPJs existentes no país”, afirma Cauti. “O Brasil empreendedor corresponde a cerca de 10% do Brasil que depende do governo.”

A reportagem confirma a frase do ex-governador pernambucano Jarbas Vasconcelos: “O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo”. Todos os mapas eleitorais mostram que o PT teve maioria em todos os Estados mais beneficiados pelo programa. 

“O desenho do Bolsa Família permite que um núcleo familiar composto de pai, mãe e um filho maior de idade obtenha até três benefícios, caso cada um dos integrantes se apresente como ‘família unipessoal’”, observa Cauti. “Dessa forma, o total recebido do governo poderá chegar a quase R$ 2 mil”. A consequência imediata é a diminuição de brasileiros interessados em trabalhar. 

A quantidade de beneficiários não para de crescer. O número registrado em 2024 é o mais elevado nos 21 anos de vida do programa. Quando o Bolsa Família nasceu, contemplava pouco mais de 1 milhão de famílias. Hoje, são 21 milhões. O Comunidade Solidária, programa social criado por Ruth Cardoso durante o governo do marido, FHC, media o sucesso do projeto com base no volume de dependentes. Se o número aumentava depois de um ano, o programa fracassara. Se caía, fora bem-sucedido. No Brasil de hoje, o governo festeja o aumento da vastidão de beneficiados.

O presidente norte-americano Ronald Reagan avisou há muitos anos que o melhor programa social era a criação de empregos. Lula prefere transformar o Brasil numa gigantesca Mairi.

Boa leitura.

Branca Nunes,

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, edição 214 | Foto: Montagem Revista Oeste/Freepik
12 comentários
  1. ELIAS
    ELIAS

    Sucesso para o PT é crescer continuamente a massa de dependentes das migalhas que representam votos. Enquanto isso, empresas que oferecem vagas com dois salários mínimos de remuneração não conseguem preenchê-las. Trabalhar pra que, se é possível ganhar sem trabalhar? Receita perfeita para quebrar o país.

  2. Joao Batista Martins
    Joao Batista Martins

    O certo seria auxílio para quem tem carteira assinada e recebe até 2 salários mínimos, estimularia o emprego formal e ajudaria no orçamento do trabalhador.

  3. José Luís da Silva Bastos
    José Luís da Silva Bastos

    Eu acho que quem vive do benefício do bolsa família não poderia votar,tenho certeza que rapidinho os exploradores do voto do bolsa família iam começar a criar empregos em vez de explorar o voto do bolsa família.

  4. José Luís da Silva Bastos
    José Luís da Silva Bastos

    Eu acho que quem vive do benefício do bolsa família não poderia votar,tenho certeza que rapidinho os exploradores do voto do bolsa família iam começar a criar empregos em vez de explorar o voto do bolsa família.

  5. Diego Angeleti de Almeida
    Diego Angeleti de Almeida

    Uma hora a conta não fechará!!! Então vamos aumentar impostos.

  6. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Reportagem com a qualidade da Revista Oeste. Vamos á leitura.

  7. Celso Ricardo Kfouri Caetano
    Celso Ricardo Kfouri Caetano

    Bolsa família, auxilio etc deveria existir em casos extremos como pandemias, desastres naturais etc mas com tempo previsto para terminar, como o caso do auxilio desemprego. O que o governo precisa e é função principal é investir nos vários setores sociais e produtivos do país, para que o cidadão tenha emprego formalizado, gere renda e distribua na economia, mas não é o cunho eleitoreiro. Lula o oportunista, mais do que ninguém aplica esse viés mas pergunto: até quando que o número de trabalhadores hoje conseguirá pagar essa conta mesmo porque com o caos que se avizinha pela má gestão de Haddad, Tebet, Lula Congresso o futuro não é promissor.

  8. Antonio Carlos Hoff
    Antonio Carlos Hoff

    Alguém tem a ilusão de que a esquerda deseja acabar com a pobreza. Jamais, pobre é o cliente deles. O interesse é sempre multiplica-los, jamais acabar com eles. Mas isso um dia irá estourar.

  9. VAGNER G BORIN
    VAGNER G BORIN

    Madre Tereza de Calcutá :
    “A esmola entregue de forma permanente é a maior geradora da Miséria”.

    Esse senhores são os verdadeiros “genocidas”
    Governo de Incompetentes e ladroes.
    Precisam da Miséria para manter-se explorando esse pobres miseráveis.

  10. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Sem contar que é tudo na base do trambique, o dinheiro vai pra estados e municípios, passa um pente fino, tem muita gente que recebe e não é contemplado, secretários, líderes comunitários, pequenos empresários, entre outros malandos que têm trânsito nos governos estaduais e prefeituras. Tudo que é feito pelos bandidos esquerdistas é na base do roubo

  11. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Como diz o Gaudêncio, da Praça é nossa: eu não ia contar, mas agora vou. O Cauti, acho, esqueceu que existem benefício parecidos com o bolsa família do PT e aquele do Bolsonaro, distribuídas por prefeituras e governos do Estado. Conheço uma pessoa que ganha os três: o federal, o estadual e municipal. Nâo sei como faz, mas está aqui na minha cara. Ententemos que num país pobre como o nossos, com diferenças culturais e regionais enormes, apesar de governos de esquerda FHC, Lula, Lula, Dilma e Lula, o programa deve continuar, mas com apoio em outros programas de emprego e educação. Vou tentar compartilhar no facebook.

  12. Célio Antônio Carvalho
    Célio Antônio Carvalho

    Infelizmente essa é a realidade desse Brasil de hoje.
    Zero preocupação com o bem estar permanente, duradouro do POVO.
    O que vale são os “votos” in or out.
    O que importa mesmo é sim a dependência dos pagadores de impostos. Só que essa conta já não fecha faz tempo!
    É preciso unificar as eleições. Em eleições gerais com mandatos de cinco anos!
    Haja dinheiro para sustentar tanta gente sem fazer nada!

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