O brasileiro costuma aceitar com surpreendente naturalidade situações consideradas absurdas em qualquer país genuinamente civilizado. Por exemplo, a existência de 49 milhões de pessoas (um quarto da população) sem acesso à rede de saneamento básico. Ou a exclusão de quase 5 milhões do sistema de tratamento de água.
Os tiroteios nas favelas do Rio de Janeiro se tornaram tão rotineiros que foram banidos do noticiário. E as aglomerações de barracas que transferiram para pessoas “em situação de rua” a posse do espaço pertencente a todos os moradores.
Ninguém mais estranha o aumento exponencial da imensidão de gente recebendo o Bolsa Família. Nem o fato de grande parte dos beneficiários dar um jeitinho de burlar as regras para continuar recebendo o benefício enquanto trabalha “por fora”. Também não é mais surpresa trabalhar quase 150 dias por ano para pagar impostos e receber em troca cada vez menos.
No artigo de capa desta edição, J.R. Guzzo lista uma série de absurdos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal nos últimos anos e com os quais os brasileiros não mais se surpreendem. “Qual é a explicação para o fato de três ministros do STF, ao mesmo tempo, se ausentarem do trabalho para fazer palestras sobre assuntos brasileiros, destinadas a um público de brasileiros, em português — e em Londres?”, pergunta Guzzo. “O organizador do ‘evento’ foi um grupo privado que teve entre os seus patrocinadores financeiros um ‘Banco Master’ que, por sua vez, tem causas em julgamento tanto no STF como no STJ — só no STJ, são 27 processos.”
Guzzo cita também as mulheres de ministros do STF que trabalham em escritórios de advocacia com causas sob julgamento do tribunal. A nomeação para a Suprema Corte de um ministro que foi advogado pessoal do presidente da República que o nomeou para o cargo. E o perdão das multas de empresas, rés confessas de corrupção. Além de muitos outros.
Agora o Tribunal Superior Eleitoral acaba de criar um órgão responsável por apontar o que pode ou não ser publicado nas redes sociais, o que é ou não “desinformação”, quem é confiável e quem publica “fake news”. Nesta edição, Cristyan Costa mostra que o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde) é apenas a ponta do iceberg. Na base está a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), que firmou parcerias com mais de 160 empresas.
“Das grandes empresas de tecnologia, Microsoft, Google, Facebook, WhatsApp, Kwai, Twitch, Telegram e X ajudam a AEED”, afirma Costa. “As agências de checagem Aos Fatos e Lupa e o site Boatos.org aumentam as fileiras da polícia do pensamento, assim como a grande mídia, com destaque para veículos de comunicação do Grupo Globo e a agência de notícias internacional France-Presse.”
Os brasileiros engolirão mais essa?
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
é a cubanização das nossas eleições, o próximo passo é para facilitar o trabalho da justiça eleitora é eleição com um só partido, fica mais fácil de controlar, mas continuaremos a pagar toda essa esdruxula justiça.
Grande parte da população brasileira perdeu sua capacidade de indignar-se. Perdemos para a alienação feita nas escolas a partir de 1964. A esquerda perdeu para os militares e então foram para as escolas e tiraram dos jovens esse poder de indignar contra tantas barbaridades. Agora é fazer o que eles fizeram, instruir nossa juventude para formar novos pensamentos, para criar novos cidadãos, capazes de rebelar com tudo que vemos, revoltamos, mas não temos coragem de tomar atitude.
O Brasileiro sabe de todos esses absurdos mas muito pouco pode fazer. Eu particularmente evito ouvir notícias um dia ou outronpois a vontade real é de morrer pois vemos que nosso pais não tem mais jeito. Vejam O que está acontecendo no RS , pessoas morrendo perdendo vida é suas posses e o do erbo estadual e federal “firulando ” .
Os Ministros vão ter que conserta.@NoelMarins15
Tudo isso é lamentáve, mas nao podemos nos acostumar. Triste mesmo é saber que somos a maioria com essa comaciencia e nao conseguimos mudar isso, ainda.l
Tudo isso é lamentáve, mas nao podemos nos acostumar. Triste mesmo é saber que somos a maioria com essa comaciencia e nao conseguimos mudar isso, ainda.l
Diante de tudo isso que hoje sabemos, a pergunta que faço: Como podemos sair dessa situação e voltando ao estado democrático de direito dentro das normas democráticas? Existe na história das repúblicas fazer essa transição com métodos unicamente democráticos?
O sistema judicial brasileiro está completamente corrompido, aparelhado e falido! Um reforma é urgente para o futuro do Brasil!
Concordo. Urgente reforma.
Os brasileiros já engoliram a eleição fraudada, não tem mais nada tudo vale fazer com ele