“Teremos uma inteligência artificial mais inteligente do que qualquer ser humano, provavelmente no final do próximo ano”, comemorou Elon Musk em abril. Há bem pouco tempo, contudo, o dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X alertava para os perigos da IA para a humanidade. Já a inteligência coletiva dos homens, segundo Musk, será ultrapassada em cinco anos.
Jamie Dimon, presidente-executivo do banco J.P. Morgan Chase, concorda. Além de empregar mais de 2 mil experts em IA, ele afirmou a investidores que essa tecnologia pode ser tão transformadora quanto algumas das principais invenções tecnológicas dos últimos séculos. “Pense na imprensa, na máquina a vapor, na eletricidade, na computação e na internet, entre outros”, escreveu Dimon, em sua carta anual aos acionistas.
As previsões não param por aí. Numa reportagem do Wall Street Journal, Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, disse que a IA pode ser mais revolucionária do que a invenção do fogo ou da eletricidade. E Vinod Khosla, fundador da Khosla Ventures, empresa de capital de risco, garantiu que, dentro de dez anos, de cada cem empregos que existem hoje, 80 serão afetados pela IA. Desse universo de empregos afetados, a IA vai assumir 80% das tarefas.
Nesta edição, Dagomir Marquezi e Rachel Díaz descrevem os usos cada vez mais inovadores que surgirão — ou que já surgiram — dessa tecnologia, em diferentes áreas do conhecimento. Entre elas medicina, educação, engenharia e administração pública.
“Alguns dos princípios usados na engenharia podem ser aplicados na administração pública. Assim como a inteligência artificial pode simular um terremoto no projeto de um edifício, uma cidade pode ter condições extremas simuladas antes que aconteçam”, observam Rachel e Dagomir. “É o caso da terrível tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul. Um dia, administradores poderão projetar situações como essa e ao menos prever providências para minimizar as consequências de uma catástrofe futura.”
Mas isso também dependerá da vontade dos administradores. Na reportagem de capa desta edição, Silvio Navarro mostra que, diante das falhas no socorro às vítimas da enchente gaúcha, o governo federal põe a culpa na “desinformação” — ou seja, nas notícias de que não gosta. E, em vez de lidar de forma competente com a tragédia, quer prender opositores e censurar as redes sociais.
O consórcio do governo Lula poderia unir forças e elogiar os milhares de voluntários que se mobilizaram pelo país e os que se arriscam in loco para ajudar as vítimas das águas. Prefere desprezar esses homens e mulheres e mirar aqueles que usam a expressão “civil salva civil”.
“Nada, até agora, deixou o regime mais transtornado do que a mobilização do povo no Rio Grande do Sul”, observa J.R. Guzzo. “A massa se mostrou muito mais eficaz, organizada e generosa do que o Estado e todo o seu aparelho. Civis estão salvando civis. O governo Lula, o STF e a maioria da mídia não suportam ver isso.”
Daqui a um, cinco ou dez anos, caso se repitam calamidades como a do Rio Grande do Sul, provavelmente não será a tecnologia que salvará as vítimas. Serão as pessoas. Todo tipo de gente, como está acontecendo agora. Nesse quesito, a inteligência artificial pode até ajudar, mas não vai superar os seres humanos.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Obs.: Sempre atenta às novas tendências, esta é a primeira vez que Oeste publica uma capa ilustrada com o uso da IA
A censura quase nunca é usada para combater a mentira, mas sim a verdade!
Dagomir sempre procurando fazer uma abordagem realista e otimista das tecnologias IA sem fazer críticas destrutivas e promover terrorismo infundado.
Parabéns!
Para o consórcio PT/STF, crítica é fake news.
Cade o augusto nunes?
A inteligência artificial será mais proveitosa no Brasil se substituir o STF
Quem sou eu para contestar ou acrescentar texttos tão bons que tem envolvdo a revista. No entanto, dizer que a IA será superior a humanidade é controversa. Tudo depende do ponto de vista e da situação social, econômica, política e cultural. Muitas pessoas são inteligentes suficientemente para superar a IA. O Conhecimento e o desafio de continuar evoluindo produz gente que é capaz de nominar qualquer máquina ou equipamento. Sobre as enchentes, só para dar mais exemplo, o que falta também nas análises superficiais de muitos “analistas” é desconhece a história e a geografia.